Ao vivenciarmos o quinto domingo do tempo pascal uma verdade salta aos olhos: Cristo sonhou com a Igreja, a desejou, a quis, a amou e fundou-a. A Igreja é obra do Cristo, foi por ele fundada. Ela não se pertence a si mesma, não se pode fundar a si própria, não pode estabelecer ela própria a sua verdade. Tudo nela deve referir-se a Cristo e a Ele deve conduzir! Porém, Cristo a continua fundando, funda-a ainda hoje, ainda agora, a cada Sagrada Eucaristia! Continuamente, o Cordeiro de pé como que imolado, Cabeça da Igreja que é o seu Corpo, funda, renova, sustenta, santifica, sua dileta Esposa pela Palavra e pelos sacramentos: “Cristo amou a Igreja e se entregou por ela, a fim de purificá-la com o banho da água e santificá-la pela Palavra, para apresentá-la a si mesmo a Igreja, gloriosa, se mancha nem ruga, ou coisa semelhante, mas santa e irrepreensível!” (Ef 5,25-27). A cada Eucaristia fazemos um memorial e não apenas uma “recordação”, é sempre uma atualização.
Cristo amou a sua Igreja e, por ela, morreu e ressuscitou, pela sua morte e ressurreição, de amor infinito, ele purifica continuamente a sua Igreja, santifica-a totalmente, sem desfalecer. Por isso a Igreja é santa, será sempre santa e não poderá jamais perder tal santidade, apesar das infidelidades de seus membros! Este processo de contínua fundação e santificação da Igreja em Cristo dá-se pelo “banho da água” – símbolo do Batismo e dos sacramentos em geral – e pela “Palavra” – símbolo da pregação do Evangelho.
Cristo continua edificando sua Igreja neste mundo pela Palavra e pelos sacramentos, sobretudo o Batismo e a Eucaristia. E, como esposa de Cristo, é nossa Mãe: ela nos gerou para Cristo no Batismo, para Cristo ela nos alimenta na Eucaristia e de Cristo ela nos fala na sua pregação! Ela é a nossa Mãe católica, desposada pelo Cordeiro imolado na sua Páscoa, como diz o Apocalipse: “estão para realizar-se as núpcias do Cordeiro e sua Esposa já está pronta: concederam-lhe vestir-se com linho puro, resplandecente!” (19,7s).
Muitas vezes, a Igreja enfrentará dificuldades por parte de seus inimigos externos – aqueles que a perseguem direta ou veladamente, aqueles que desejam o seu fim e, vendo-a com antipatia, trabalham para difamá-la. Mas, também, infelizmente, muitas vezes, a provação vem de dentro da própria Igreja: das fraquezas de seus membros. É verdade que isto não fere a santidade da Igreja - porque essa santidade vem de Cristo e não de nós -, por outro lado, é verdade também que nossos pecados e maus exemplos atrapalham e muito a credibilidade do nosso anúncio do Evangelho como força que renova a humanidade! Enquanto o mundo for mundo, enquanto a Igreja estiver a caminho, experimentará em si a debilidade de seus membros, pois é santa e pecadora. Assim, foi no grupo dos Doze, assim, nas comunidades do Novo Testamento, assim é hoje. O Evangelho deste domingo começa com Judas, o apóstolo que traiu o Senhor, saindo do Cenáculo, saindo do grupo dos Doze, saindo da Comunidade: “Depois que Judas saiu do cenáculo”.
O Evangelho (Jo 13, 31-35) refere-se ao momento em que, após ter anunciado a traição de Judas, Jesus fala da sua glorificação como uma realidade presente, vinculada à Sua Paixão: “Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele” (Jo 13, 31). O contraste é chocante, mas apenas aparente; na verdade, entregando-se à morte para a salvação dos homens, Jesus cumpre a missão que recebera do Pai e isto constitui o motivo preciso da Sua glorificação.
Jesus continuará no meio de seus discípulos pelo amor com que os amou e que lhes deixa como herança para que vivam nele e o realizem sempre nas suas relações mútuas. “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13, 34). O amor recíproco, ajustado ao amor do Mestre, ou melhor, nascido dele, garante, à comunidade cristã a presença de Jesus, da qual é autêntico sinal. Ao mesmo tempo, é o distintivo dos verdadeiros cristãos: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13, 35). Praticamente o Senhor Jesus coloca nesse mandamento a identidade de Seus seguidores. Deste modo, a vida da Igreja começou amparada numa força de coesão e de expansão totalmente nova e dotada de um poder extraordinário porque fundamentada, não no amor humano que é sempre frágil e falível, mas no amor divino: o amor de Cristo revivido nas mútuas relações dos que creem.
Contudo, O mandamento de Jesus é novo também por outro motivo: porque renova! Ele é de tal modo que muda a face da terra, transforma as relações humanas, como aquele fermento do qual fala Jesus, que, introduzido na massa, a faz fermentar toda, levantando-a de sua inércia. O amor de que Jesus fala é o amor que acolhe, que se faz serviço, que respeita a dignidade e a liberdade do outro, que se faz dom total (até à morte) para que o outro tenha mais vida.
Cristo amou a sua Igreja e, por ela, morreu e ressuscitou, pela sua morte e ressurreição, de amor infinito, ele purifica continuamente a sua Igreja, santifica-a totalmente, sem desfalecer. Por isso a Igreja é santa, será sempre santa e não poderá jamais perder tal santidade, apesar das infidelidades de seus membros! Este processo de contínua fundação e santificação da Igreja em Cristo dá-se pelo “banho da água” – símbolo do Batismo e dos sacramentos em geral – e pela “Palavra” – símbolo da pregação do Evangelho.
Cristo continua edificando sua Igreja neste mundo pela Palavra e pelos sacramentos, sobretudo o Batismo e a Eucaristia. E, como esposa de Cristo, é nossa Mãe: ela nos gerou para Cristo no Batismo, para Cristo ela nos alimenta na Eucaristia e de Cristo ela nos fala na sua pregação! Ela é a nossa Mãe católica, desposada pelo Cordeiro imolado na sua Páscoa, como diz o Apocalipse: “estão para realizar-se as núpcias do Cordeiro e sua Esposa já está pronta: concederam-lhe vestir-se com linho puro, resplandecente!” (19,7s).
Muitas vezes, a Igreja enfrentará dificuldades por parte de seus inimigos externos – aqueles que a perseguem direta ou veladamente, aqueles que desejam o seu fim e, vendo-a com antipatia, trabalham para difamá-la. Mas, também, infelizmente, muitas vezes, a provação vem de dentro da própria Igreja: das fraquezas de seus membros. É verdade que isto não fere a santidade da Igreja - porque essa santidade vem de Cristo e não de nós -, por outro lado, é verdade também que nossos pecados e maus exemplos atrapalham e muito a credibilidade do nosso anúncio do Evangelho como força que renova a humanidade! Enquanto o mundo for mundo, enquanto a Igreja estiver a caminho, experimentará em si a debilidade de seus membros, pois é santa e pecadora. Assim, foi no grupo dos Doze, assim, nas comunidades do Novo Testamento, assim é hoje. O Evangelho deste domingo começa com Judas, o apóstolo que traiu o Senhor, saindo do Cenáculo, saindo do grupo dos Doze, saindo da Comunidade: “Depois que Judas saiu do cenáculo”.
O Evangelho (Jo 13, 31-35) refere-se ao momento em que, após ter anunciado a traição de Judas, Jesus fala da sua glorificação como uma realidade presente, vinculada à Sua Paixão: “Agora foi glorificado o Filho do Homem, e Deus foi glorificado nele” (Jo 13, 31). O contraste é chocante, mas apenas aparente; na verdade, entregando-se à morte para a salvação dos homens, Jesus cumpre a missão que recebera do Pai e isto constitui o motivo preciso da Sua glorificação.
Jesus continuará no meio de seus discípulos pelo amor com que os amou e que lhes deixa como herança para que vivam nele e o realizem sempre nas suas relações mútuas. “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13, 34). O amor recíproco, ajustado ao amor do Mestre, ou melhor, nascido dele, garante, à comunidade cristã a presença de Jesus, da qual é autêntico sinal. Ao mesmo tempo, é o distintivo dos verdadeiros cristãos: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13, 35). Praticamente o Senhor Jesus coloca nesse mandamento a identidade de Seus seguidores. Deste modo, a vida da Igreja começou amparada numa força de coesão e de expansão totalmente nova e dotada de um poder extraordinário porque fundamentada, não no amor humano que é sempre frágil e falível, mas no amor divino: o amor de Cristo revivido nas mútuas relações dos que creem.
Contudo, O mandamento de Jesus é novo também por outro motivo: porque renova! Ele é de tal modo que muda a face da terra, transforma as relações humanas, como aquele fermento do qual fala Jesus, que, introduzido na massa, a faz fermentar toda, levantando-a de sua inércia. O amor de que Jesus fala é o amor que acolhe, que se faz serviço, que respeita a dignidade e a liberdade do outro, que se faz dom total (até à morte) para que o outro tenha mais vida.
Orani João, Cardeal Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ.
20/04/2016 - Atualizado em 20/04/2016 18:44