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Notícia - Cardeal Tempesta celebra a abertura dos Jogos Paralímpicos sob a bênção da Virgem de Nazaré.

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Continuando seu percurso nesta peregrinação por nossa Arquidiocese, a Virgem de Nazaré, em sua imagem peregrina, segue abençoando o povo carioca e nesta manhã, especialmente, quis estender a sua proteção aos atletas paralímpicos, deixando-se conduzir em mais um dia desta 8ª edição do Círio de Nazaré, até a Igreja da Candelária, onde o Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, presidiu a Missa do Rio Celebra deste sábado, acolhendo autoridades, atletas, devotos e diversos representantes de entidades que realizam ações em prol da pessoa com necessidades especiais. A celebração foi oferecida pela Arquidiocese em Ação de Graças pelos Jogos Paralímpicos Rio 2016, cuja abertura acontece oficialmente no próximo dia 7 de setembro.

Estiveram presentes os Presidentes do Comitê Paralímpico Internacional e Nacional, Philip Craven e Andrew Parsons, respectivamente, acompanhados de suas esposas; também os senhores João Monteiro de Carvalho e Mario Andrada – da Assessoria de Comunicação da Rio2016. Presença também do Bispo Auxiliar da Arquidiocese, Dom Roque Costa Souza, do Pároco da Igreja da Candelária, Monsenhor Hélio Pacheco e do Pároco Emérito, Monsenhor Elia Volpi, que concelebraram junto aos vigários episcopais e demais padres da Arquidiocese, entre esses, Padre Wagner Toledo, Vigário Episcopal do Vicariato Urbano.


A Santa Missa foi cantada pelo coral “Sodalício da Sagrada Família”, formado por mulheres deficientes visuais dessa instituição filantrópica com assistência religiosa, fundada em 1929, pela Sra. Maria Cavalcanti de Almeida (cega), com o objetivo de acolher e amparar mulheres com deficiência visual/cegas condenadas à mendicância e em situação de vulnerabilidade social e familiar.

Aguardando o início da celebração, o Vigário Episcopal do Vicariato Urbano, Padre Wagner Toledo ressaltou o quanto era significativo e o quanto Dom Orani foi inspirado ao realizar essa celebração de abertura dos Jogos Paralímpicos: “aqui, nessa casa de Deus, que essa igreja é, tão emblemática... essa celebração que mostra a grande parceria da Igreja com todos e mostra também a fé, que motiva a pessoa a superar as suas limitações... Com a fé somos mais do que vencedores e nada pode nos deter”.

Esteve presente, ainda, o Coordenador do Projeto Embaixadores da Alegria, Caio Leitão, que tem a cultura como ponto de inclusão. Durante os Jogos Paralímpicos 10 cadeiras de roda serão customizadas por artistas plásticos e serão espalhadas pelo Boulevard Olímpico, para dar visibilidade ao problema da acessibilidade. Caio trouxe uma cadeira de rodas customizada pelo artista Clécio Regis, para ser apresentada ao Cardeal, e, nesse gesto, pedir a bênção sobre a iniciativa.

Antes de iniciar a Santa Missa, Dom Orani leu a mensagem do Papa Francisco, na qual o Santo Padre concede bênção apostólica aos jogos e aos atletas paralímpicos, bem como a todos os que trabalham para essa edição dos jogos, sejam os organizadores como os voluntários. (leia aqui a mensagem do Papa, transmitida pelo Secretário de Estado, Cardeal Parolin).

Na homilia, Cardeal Tempesta ressaltou as Olimpíadas e Paralimpíadas como ocasião “da cultura do encontro: de povos, de pessoas, e que justamente na cruz - que me lembra essa união de todas as nações, de todos os continentes, simbolizados pelas madeiras e também no ícone da paz com vários episódios de paz - que traz um pouco esse espírito de ‘reinar’, que é um desejo, um sonho que acontece em todo coração humano de viver em tempos de paz, de entendimento, embora não seja essa a realidade do mundo de hoje, nem das nossas religiões...” Cardeal Tempesta propôs, ainda,que os símbolos ali apresentados, das Olimpíadas e das Paralímpíadas, com a Cruz e o ícone de Paz, devem nos ajudar a pensar sobre isso. Para Dom Orani, devemos orar para que “a nossa participação nos jogos paralímpicos nesse momento da história suscite em nós, cada vez mais, desejos de paz, de entendimento, de harmonia entre os povos.”

Dirigindo-se, em seguida, à imagem de Nossa Senhora de Nazaré, Cardeal Tempesta comentou brevemente o contexto em que a imagem peregrina se faz presente, ou seja, o Círio de Nazaré, em sua 8ª edição em nossa cidade, e no momento em que se preparam os Jogos Paralímpicos. Para Dom Orani, a imagem é “uma lembrança de que, através de pequenos sinais, Deus se manifesta e leva o povo também a conviver, a estar juntos, e a pedir a intercessão de Maria: que Ela nos apresente Jesus Cristo, que Ela traz nos seus braços, e nos ajude como Mãe de Misericórdia a acolher a Misericórdia de Deus e anunciá-la aos irmãos e irmãs... São tantos símbolos, tantos sinais... como a própria Igreja da Candelária, esse símbolo que marca o centro do Rio de Janeiro, com tantas coisas que acontecem aqui ao redor, e ultimamente também com esse símbolo da Pira diante da Candelária que marca também esse momento da história dessa cidade do Rio de Janeiro.”

Refletindo sobre a liturgia da Palavra, Cardeal Tempesta ressaltou que “nem sempre os da Igreja, os apóstolos são bem considerados... somos considerados lixo do mundo, escória do universo, somos caluniados, somos perseguidos... Os apóstolos experimentam todo o contrário diante do grande anúncio da Boa Notícia. Mas, nada disso desanima o apóstolo, nada desanima o discípulo de Jesus, assim como também a Igreja, apesar de todas as contradições, de todas as contestações, todas as questões que são colocadas para que se caia, se desanime, no entanto, nós anunciamos uma Palavra que ilumina, que conduz, que leva a uma nova vida, que é Jesus Cristo, Nosso Senhor...”

E destacou também: “No Evangelho que nós ouvimos, Jesus é censurado porque deixa os seus discípulos se alimentarem do trigo por onde passavam. Era costume na época até deixar o resto do trigo para os pobres, diante das colheitas. E Jesus vai dizer que diante de necessidades se devem superar... com aquela misericórdia do exemplo de Davi. E nós muitas vezes também experimentamos isso, diante de tantas burocracias, dificuldades etc... são colocadas tantas situações que acabamos como que deixando de lado aquilo que a pessoa tem mais necessidade. Jesus censura justamente isso... Sabemos que devemos respeitar, sim, as leis, mas muito mais também ver as grandes necessidades da pessoa humana para que tenha vida e vida em plenitude. Esse momento que vivemos aqui no Brasil, das Paralimpíadas, nos ajude a ver isso: vendo atletas que superam tantos limites e barreiras e que vêm aqui nos mostrar a beleza do ser humano e da vida humana... nos ajudem a ver ainda mais a certeza de sonharmos com paz, com fraternidade, em nosso tempo e em nosso meio”.

Ao final da celebração, antes da bênção final, Dom Orani ainda dirigiu algumas palavras às autoridades presentes, ressaltando o valor dos jogos como trégua de paz em meio à realidade de tanta guerra e violência, sobretudo por questões religiosas, nos nossos dias.

Após a celebração, foi dada a palavra ao Presidente do Comitê Paralímpico Internacional, Sr. Philip Craven, que agradeceu ao Cardeal por proporcionar esse momento. Falando em inglês, com a tradução do padre Leandro Lênin, admitiu não ter compreendido as palavras do Cardeal à assembleia ali presente, mas que tinha certeza “do seu sentimento de unidade e de bem querer ao movimento paralímpico aqui nesta cidade”. Recordou, em seguida, a acolhida do Papa Francisco, no último 24 de agosto, a atletas paralímpicos, brasileiros e italianos, e que, segundo ele, “nos fez sentir a grande acolhida ao nosso movimento paralímpico”. E reiterava, portanto, como sendo suas as palavras do Santo Padre. E declarou ainda:

“Senti em mim uma grande confluência e ação do Espírito Santo, para que unindo o espírito cristão e o espírito paralímpico” se tenha “a certeza de podermos seguir juntos adiante...” Assim, “ao finalizarem os jogos paralímpicos, e quando todos nós estivermos maravilhados pela performance dos atletas, eu espero que um dos legados... seja o de construirmos uma sociedade mais justa e mais fraterna. E aquilo que estou sentindo, aqui, espero que ao fim dos jogos, todos nós, unidos como cidade, estejamos igualmente sentindo. Tive realmente um grande momento aqui, muito obrigado a todos”.

Na sequência, Padre Leandro Lênin, Coordenador do Centro Inter-religioso da Vila Olímpica, falou sobre a atuação da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro nessas Olimpíadas e Paralímpiadas, nos diversos projetos realizados no esforço de, como Igreja, dar apoio aos Jogos Rio2016. Em seguida, apresentou os símbolos, trazidos da Diocese de Westminster, por ocasião das Olimpíadas de Londres:

“A Cruz Olímpica, que reúne em si características bem diversas, formada de pedacinhos de madeiras de árvores de todos os continentes; são 12 pedaços de madeiras nobres, de árvores do mundo inteiro... estas, unidas, formam o Cristo, sinal de unidade, de paz e do Amor Maior. E esta cruz está plantada numa base igualmente de madeira, simbolizando a fé, o amor e a esperança como as bases sólidas para a construção deste mundo novo, conforme também o lema de nossos jogos Olímpicos e Paralímpicos.”

Foi apresentada também a reprodução de um ícone pela Paz, vindo de Jerusalém, da Comunidade Pax Christi Internacional, “em que estão reproduzidos cenas de paz, retiradas do Evangelho e santos da Igreja que lutaram pela Paz e foram arautos onde estiveram. Fato curioso é que o Pai Nosso, em grego, árabe e em latim, também ali está escrito, considerando a nossa raiz comum: um mesmo Pai que une a todos”, explicou Padre Lênin.

Concluindo a solenidade, o Presidente do Comitê Paralímpico Nacional, Andrews Parsons, saudou a todos com estas palavras: “A experiência de receber os jogos paralímpicos no Brasil deve ser encarada como uma oportunidade; de nós olharmos a pessoa com deficiência sob outro viés, sob outro aspecto: que é sua capacidade atlética, o que ele consegue fazer”. Citando as palavras de uma atleta paralímpica australiana de basquete em cadeira de rodas, Campeã Paralímpica em Sidney no ano 2000, Andrews ressaltou que “os atletas paralímpicos não têm tempo para se importar com o que não funcionam nos seus corpos, eles fazem o melhor uso, eles maximizam aquilo que funciona”. Assim, esses atletas se destacam por maximizarem aquilo que, de melhor, seus corpos são capazes de fazer. Para Andrews, neste sentido, é possível colocar a deficiência em perspectiva e parar de rotular: “ele é um ‘cadeirante’. Não! Ele é uma pessoa; “ele é um ‘cego’. Não! Ele é uma pessoa, sabendo fazer muitas coisas bem, outras nem tanto; mas ele é uma pessoa... Não temos que tolerar as diferenças, temos que respeitar as diferenças e mais, valorizar as diferenças... Se Deus nos fez diferentes entre todos nós, é porque era de Sua vontade que vivêssemos todos em harmonia, apesar de nossas diferenças.”

O Presidente do CPB pediu, ainda, alguns minutos, para dar seu testemunho pessoal de como, em 2000, já à frente do CPB, enfrentou uma enfermidade que, em princípio, o abalou emocionalmente. Mas, ao participar de uma missa e ouvir sobre o dever de cada cristão de abraçar sua cruz e seguir em frente, e recordando-se membro do CPB, sentiu-se inspirado pelo exemplo de superação dos atletas e, também ele, unindo fé e esporte paralímpico, superou aquele momento:

“Eu busquei forças na fé! E na fé que esses atletas paralímpicos demonstram todo dia, quando superam as suas deficiências e encantam a quem os assiste... a gente tem que exercer, praticar aquilo que a gente prega. Dessa forma, juntando fé e esporte paralímpico, eu dei um passo muito importante nesse momento difícil da minha vida. Espero que os nossos atletas paralímpicos inspirem a toda nossa cidade, a que cada um consiga abraçar sua cruz, seguir em frente, apesar de nossas diferenças. Muito obrigado a todos. Dia 7 de setembro começam os Jogos Paralímpicos Rio 2016”, concluiu Andrew Parsons.

Acompanhe tudo sobre o Círio de Nazaré através dos veículos oficiais de comunicação da Arquidiocese do Rio de Janeiro e também nas redes sociais:

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Rádio Catedral FM 106,7

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Foto: Raphael Freire

03/09/2016 - Atualizado em 03/09/2016 19:08


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