No ano em que o Seminário Arquidiocesano de São José completou 277 anos de fundação, 11 seminaristas do Seminário Menor – porta de entrada para a caminhada vocacional rumo ao sacerdócio – receberam, como veste oficial, a batina com a faixa azul e a sobrepeliz branca.
A batina foi entregue, no dia 20 de outubro, na Capela do Seminário São José, no Rio Comprido, durante missa presidida pelo arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta. Os jovens seminaristas menores são: Gustavo Nascimento, Rafael Rabelo, Cristiano Novaes, Jeferson Oliveira, Matheus Silva, Pedro Henrique, Rodrigo Bernardes, Marcelo Lucêna, Caio das Chagas, Caio Dias e Willian Sá.
O reitor do Seminário de São José, cônego Leandro Câmara, explicou a diferença entre as cores das faixas dos seminaristas, e disse que a cor azul foi escolhida para o Seminário Menor com o objetivo de resgatar uma tradição.
“A faixa azul, destinada aos que estão no Seminário Menor, equivale ao ensino médio e visa distinguir a etapa formativa em que se encontram os seminaristas. A faixa preta identifica os que estão no Seminário Maior, isto é, os que cursam filosofia e teologia. A opção pela cor azul foi um desejo de resgatar uma tradição em nosso seminário, uma vez que antes os seminaristas utilizavam essa cor na faixa”, explicou o reitor.
O cônego Leandro Câmara ainda destacou que os seminaristas precisam demonstrar ao mundo a opção que fizeram de viver uma entrega total e radical. Ele afirmou que a veste precisa comunicar o que existe no interior de cada um, do contrário seria apenas uma casca.
“Nossos seminaristas já devem expressar, no mundo em que vivem, a opção que fizeram de discernir a vocação numa entrega total e radical. A batina não os torna superiores ao próximo, mas sim os convida a olhar para uma forma de vida cujo serviço é viver à disposição do outro, renunciando a si mesmo. A veste deve sempre comunicar o que parte de dentro. Do contrário, é uma casca. Por isso, o interior precisa estar sempre disposto a dignificar a veste, afinal, o que é genuíno parte de dentro”, destacou o reitor.
O reitor ainda acrescentou que os seminaristas, assim que ingressam no Seminário Menor, recebem um crucifixo para que sempre se recordem do mistério da salvação e o anunciem em todos os lugares.
Para o seminarista Gustavo Nascimento, essa foi uma oportunidade para que ele percebesse as realizações de Deus em sua vida. Segundo ele, os demais jovens que participaram do ato devocional não têm medo de se lançarem nos braços de Cristo.
“O recebimento do hábito talar e a sobrepeliz, sinais externos da nossa vocação, foi o momento de olhar para o meu interior e perceber quanto Deus já fez em mim e o quanto mais Ele ainda vai fazer na vida de outras pessoas a partir de meu ‘sim’. Somos os seminaristas da alegria, os quais seguem o Senhor da messe sem medo de abrir os braços e nos lançarmos nos braços do Pai. Nosso propósito é ser como o profeta Samuel que, desde muito cedo, respondeu ao chamado de Deus dizendo: ‘Fala, Senhor, que o teu servo escuta’ (I Sam 3,8)”, sublinhou Gustavo.
O seminarista Rodrigo Bernardes ressaltou que Cristo o tem fortalecido dia após dia e que, agora, sente o chamado ainda mais forte.
“A pergunta – ‘Que poderei retribuir ao Senhor Deus, por tudo aquilo que Ele fez em meu favor?’ (Sl 115,12) – me questiona dia e noite, pois o Cristo tem me fortalecido cada vez mais. Agora, sinto-me ainda mais feliz, sinto a voz de Deus clamando mais forte em meu coração. Deus nos proporciona coisas boas todos os dias, estou muito feliz com minha vocação”, afirmou Rodrigo.
Fotos: Divulgação
04/11/2016 - Atualizado em 04/11/2016 16:42