Inaugurando as ações deste ano, a coordenação de agentes da Pastoral do Povo da Rua, da Conferência Episcopal Regional Leste I, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, promoveu no último dia 18, na Diocese de Nova Iguaçu, um encontro de articulação e formação.
Além da diocese anfitriã, o encontro contou com a participação das arquidioceses do Rio de Janeiro e Niterói, e das dioceses de Barra do Piraí e Volta Redonda e de Duque de Caxias. O encontro foi assessorado por Cláudio Santos, da coordenação diocesana da pastoral em Duque de Caxias, e objetivou articular as ações dos grupos da pastoral, para que articulem fóruns locais e debatam a intersetorialidade no atendimento das pessoas em situação de rua, à luz do decreto presidencial 7.053, de 23 de dezembro de 2016, que institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua e seu Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento
O decreto instituiu as políticas para valorização dos direitos e respeito ao moradores de rua, mas dos 92 municípios do Estado do Rio de Janeiro, apenas Volta Redonda possui um comitê estruturado, criado a partir da reivindicações e mobilização da própria pastoral.
Para Cláudio Santos, a criação de comitês intersetoriais nos municípios favorece que sejam traçadas estratégias que auxiliem a superar a situação de rua, respeitando suas escolhas e especifidades do atendimento dessa população:
"A criação de comitês intersetoriais locais de acompanhamento e monitoramento é uma reivindicação da Pastoral do Povo da Rua e dos grupos e movimentos envolvidos com a temática. A multidimensionalidade da pobreza no Brasil exige de instrumentos como os comitês para rompem com a exclusão e a invisibilidade que sofrem os catadores de materiais recicláveis e a população em situação de rua porque dão voz e vez a essa população para debater e elaborar políticas públicas específicas para esse segmento"- afirmou.
Segundo o padre Gustavo Auler, assistente regional da pastoral, o trabalho realizado visa a transformação social, a superação do preconceito e da violência imposta a uma parcela que é negligenciada em seus direitos e sofre a invisibilidade por parte da sociedade:
"A Pastoral do Povo da Rua trabalha para que a população em situação de rua assuma o protagonismo do processo de resgate de sua própria dignidade e cidadania. Nessa perspectiva, as ações devem ser bem planejadas e articuladas, inclusive, para que seja exigido do Poder Público, políticas públicas específicas para a população em situação de rua" - afirmou.
O próximo encontro regional será realizado no dia 20 de maio, sábado, na Arquidiocese de Niterói, em local a ser confirmado pela coordenação regional da pastoral.
Conheça a Pastoral do Povo da Rua
A Pastoral do Povo da Rua tem como missão ser presença solidária junto ao povo da rua e dos lixões, reconhecer os sinais de Deus presentes na sua história e desenvolver ações que transformem a situação de exclusão em projetos de vida para todos. Para atingir esse objetivo, a pastoral trabalha de forma coletiva para que a população em situação de rua e os catadores de materiais recicláveis alcancem sua própria autonomia e dignidade.
Nessa perspectiva, a pastoral busca construir alternativas para a defesa da vida e de articulação e organização dessa população contra a violência e a discriminação, reconhecendo-os como protagonistas de sua própria vida, além de propor a construção de políticas públicas.
Informações sobre a Pastoral do Povo da Rua e de como participar das ações na Arquidiocese do Rio de Janeiro poderão ser obtidas através do e-mail padregustavo@veloxmail.com.br
Foto: Cláudio Santos
23/02/2017 - Atualizado em 23/02/2017 10:57