Fiéis de todos os cantos da cidade participaram das diversas celebrações realizadas no dia 23 de abril, na Igreja de São Gonçalo Garcia e São Jorge, no Centro, por ocasião da Festa de São Jorge.
O Dia de São Jorge foi antecedido por um tríduo, preparado pela Venerável Confraria dos Gloriosos Mártires São Gonçalo Garcia e São Jorge, através de seu provedor Jorge de Aguiar e do capelão padre Efren Afonso Corrêia.
A programação no dia do padroeiro – uma das maiores devoções do povo carioca – começou às 5h da manhã com Alvorada. A festa foi seguida de missas, de hora em hora, durante todo o dia.
Segundo o vigário episcopal do Vicariato Urbano, padre Wagner Toledo, a Alvorada é um momento sublime que dá início as atividades da festa. Ele contou os detalhes do rito e seu significado. “Na Alvorada, uma banda da Polícia Militar executou dobrados em frente à igreja, concluindo com a execução do Hino Nacional dentro da igreja, manifestando a alegria de ser brasileiro e de ter São Jorge como um santo popular, muito querido pelos cariocas. Em seguida, o subtenente executou o toque de alvorada, um momento sublime no qual a multidão que está dentro da igreja faz silêncio pleno. Nesse instante, nós lembramos o salmista que diz: ‘seu som ecoa e se espalha por toda a terra’, e convidamos os devotos a prolongar esse som por meio de suas atitudes, fazendo o bem e espalhando a bondade de Deus que São Jorge tanto lutou para proclamar”, explicou.
O tema vivenciado na festa deste ano: “Famílias com São Jorge sob o manto de Nossa Senhora” refletiu sobre a figura do cavalheiro que protege a Igreja e também sobre os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida.
Segundo padre Wagner, a temática escolhida para a evangelização dos fiéis foi olhar São Jorge como um cavalheiro da misericórdia. Para ele, o santo é inspiração de testemunho de fé no meio público. “Primeiro, você olha a figura de um oficial militar que conseguiu testemunhar em seu ambiente de trabalho o amor de Deus. Depois nota um homem coerente, que não se abateu mediante as dificuldades e os sofrimentos, que lutava pelo bem comum, tratava os prisioneiros de guerra com dignidade, cuidava dos enfermos, saciava a fome dos famintos; alguém cuja postura precisamos adequar a nossa realidade atual”, declarou.
Padre Wagner destacou ainda a imagem do santo, que montado em um cavalo mostra movimento. Ele relacionou essa atitude de saída com o pedido constante que tem feito o Papa Francisco aos católicos do mundo inteiro: ser uma Igreja missionária. “São Jorge nos convida a descortinar novos horizontes para anunciar o Evangelho. Chama todo o povo devoto para levar com ele a bandeira da construção de um mundo melhor, não somente como agente social, mas como cristão, que se torna luz do mundo e ilumina com suas ações a vida do povo. Essa figura também chama a atenção para a maneira de lidar com as pessoas, ou seja, sair de uma mentalidade fechada e excludente e poder acolher e dialogar, com o intuito de apresentar a razão de nossa fé”, completou.
A última celebração do dia, no encerramento da festa, foi presidida pelo arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta, e concelebrada pelo Wagner.
Na homilia, Dom Orani lembrou que São Jorge, cristão, é santo da Igreja Católica, patrono de diversas cidades e países, muito venerado em outros lugares, inclusive em todo o Estado do Rio de Janeiro. Destacou ainda que milhares de pessoas se deslocaram até as igrejas e capelas de São Jorge para manifestar seu carinho e buscar ver nesse homem de Deus um grande exemplo de vida e um intercessor junto a Deus. “Ao olhar para São Jorge, possamos, a exemplo dele, lutar contra o mal para sermos vencedores nesta batalha contra os questionamentos da nossa fé. Que com a mesma coragem professemos nossa fé neste tempo de tantas questões e problemas, e que, com o coração aberto, vivamos como irmãos que em Cristo se amam. E que, pela intercessão de São Jorge, recaiam sobre as nossas vidas muitas bênçãos de Deus!”, afirmou o cardeal.
Fotos: Carlos Moioli
30/04/2017 - Atualizado em 02/05/2017 15:07