Era 1h do dia 15 de junho quando começaram a chegar as primeiras pessoas à Catedral Metropolitana, no Centro, para confeccionar os tapetes de Corpus Christi. O trabalho começou às 5h, com a presença dos diversos grupos e caravanas vindas das diversas paróquias do Rio. Segundo o pároco da Catedral, cônego Cláudio dos Santos, foram mais de 700 pessoas reunidas para realizar o trabalho.
Ele contou que nem mesmo a chuva durante a madrugada desanimou os fiéis. “Ela não tirou a motivação do coração das pessoas. Pelo contrário: elas se sentiram ainda mais incentivadas a fazer acontecer essa obra maravilhosa. O que percebemos em cada pessoa presente aqui é um sentimento de esperança renovada diante de tantas dificuldades que a cidade e o país passam. E essa esperança vem de Cristo Jesus. A confecção dos tapetes está sendo um sinal desse amor devotado de cada fiel àqu’Ele que é fonte de todo o bem, de toda a graça e de todo amor”, afirmou o sacerdote.
O casal Rejane e Fábio, paroquianos da Paróquia Nossa Senhora da Guia, no Lins de Vasconcelos e integrantes do Movimento de Vida Cristã (MVC), foram pela primeira vez participar da confecção dos tapetes e levaram junto os quatro filhos. “Quisemos trazer nossos filhos também para explicar a eles o que é o Corpus Christi e como a Igreja se organiza para este dia. Acredito que seja uma forma de evangelizar ludicamente”, afirmou Rejane.
Parte do corpo de Deus
O pároco da Paróquia Santa Rita, no Centro, padre Abimar Oliveira de Moraes, acompanhou um grupo de sua comunidade na confecção do retrato de um pelicano. O animal, segundo o sacerdote, é vinculado à imagem de Jesus. “O pelicano é um animal que, em caso de necessidade, a mãe pelicana rasga suas próprias entranhas para nutrir os seus filhotes. Ela abre o próprio peito para que os filhos possam se nutrir do sangue dela. É como Jesus que, derramando seu sangue, nutre, com a salvação, com seu Sangue Divino, toda a Igreja e a humanidade”, pontuou.
Os paroquianos da Paróquia Santa Rita participam da confecção dos tapetes há seis anos. Para padre Abimar, é um momento de integração e construção de vida comunitária. “Através da arte, tocamos no Mistério de Deus. Através da comunhão das ideias, vamos edificando a Igreja, o Corpo de Cristo. A festa de hoje é a festa da nossa comunhão, e essa iniciativa de trabalharmos juntos propicia essa experiência, de sermos uma comunidade que celebra o Corpo do Senhor, mas que se entende também como o Corpo do Senhor”, disse.
Seminário
Quinze seminaristas do Seminário de São José participaram da confecção de quatro tapetes na Catedral. Dois foram feitos pelos integrantes do seminário maior, um pelos do Seminário Propedêutico e um pelos do Grupo Vocacional Arquidiocesano (GVA). Foram 15 seminaristas no total.
O seminarista Renan Pereira da Silva, que cursa o segundo ano de teologia, foi quem desenhou uma Santa Ceia que compôs os desenhos do seminário maior. Desde 2012 ele colabora na confecção dos tapetes. Começou em sua paróquia de origem, Imaculada Conceição e São Sebastião, e agora realiza em nome do seminário na Catedral. “É um momento de oração e de se ofertar para Deus. Celebramos a Eucaristia e também transformamos nossa vida em sacrifício para Deus, já que Ele se sacrificou e se deu em alimento por nós. É uma maneira de ‘devolver’, de certa forma, esse esforço que Ele fez e faz por nós”, afirmou.
Marco Antônio Rodrigues, paroquiano da Santa Rita de Cássia, disse que se sentia realizado por poder contribuir com o trabalho.“É uma emoção inexplicável, a de podermos contribuir um pouquinho e nos sacrificarmos um mínimo do que Jesus se sacrificou por nós”, disse.
15/06/2017 - Atualizado em 15/06/2017 19:31