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Congresso da Misericórdia nas Américas é realizado em AparecidaNotícia - Congresso da Misericórdia nas Américas é realizado em Aparecida

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Com a missão de refletir sobre o rosto misericordioso de Deus, através da Bula do Jubileu Extraordinário da Misericórdia “Misericordiae Vultus”, o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida, São Paulo, recebeu a primeira edição do Congresso Continental da Misericórdia nas Américas, entre os dias 22 e 25 de junho.

Participaram do encontro representantes de diversos movimentos da Igreja Católica, do mundo acadêmico teológico e ícones do trabalho pastoral, além do representante do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, monsenhor Alejandro Díaz García.

Cerca de 500 participantes, vindos dos mais diversos países da América Latina, estiveram presentes. O encontro aconteceu no auditório Padre Noé Sotillo, no subsolo da basílica, e foi marcado por uma programação diversificada, com conferências, missas, testemunhos, Terço da Misericórdia, Lectio Divina e produção cultural.

Na abertura do congresso, o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, destacou a necessidade de uma sociedade misericordiosa. “É uma grande graça para todos, tanto do Brasil quanto da América Latina, realizar, em Aparecida, neste Ano Jubilar Mariano, este primeiro congresso. Isto é uma bondade da misericórdia divina para conosco. Que esse encontro nos ajude a sermos misericordiosos. Precisamos vencer a indiferença, vingança e violência pela misericórdia. Que tenhamos essa cultura e uma civilização da misericórdia, tal como Deus deseja”, afirmou.

Já o Cardeal Orani João Tempesta recordou a trajetória do congresso. “Como a América nunca recebeu um congresso continental, após o Congresso Mundial da Misericórdia, em Bogotá, combinamos de realizar o encontro em Aparecida, aproveitando o Ano Mariano e levando em consideração a caminhada da Igreja no Brasil, que tem um trabalho muito importante e bonito com relação à misericórdia. Podemos, assim, começar uma nova etapa dos congressos da misericórdia, que surgiram com o Papa João Paulo II, depois com Bento XVI e agora com o Papa Francisco”, explicou.

Participante do encontro, padre Vicente Freitas, pertencente à Arquidiocese do Rio de Janeiro, afirmou que é fundamental aprofundar a temática da misericórdia. “Dentro da situação que passa o Brasil, a misericórdia divina precisa estar sempre em nossos corações. Precisamos aprofundar cada vez mais esse tema para que, dessa forma, possamos transmitir ao nosso povo que tanto necessita”, argumentou.

Vindo da cidade de Corrientes, na Argentina, junto a um grupo de 44 pessoas, o odontologista Ramón Horácio Aidar contou a experiência de fé e misericórdia de uma fiel que também esteve no encontro. “Uma fiel, ao saber que vínhamos a Aparecida, me ligou e disse que esse era um sonho dela, justamente por ter um testemunho, através de seu neto, hoje com cinco anos, uma vez que sua filha teve câncer durante a gravidez e que, pela graça de Deus, está aqui conosco e deu seu testemunho. É uma experiência maravilhosa”, frisou.

‘Catequese do diálogo’

No encontro, foram realizadas quatro conferências, as quais abordaram os seguintes temas: “O Pai das misericórdias”, apresentado pelo padre argentino Alejandro Dante Agüero; “Jesus, o rosto da misericórdia”, pelo padre Zezinho; “Espírito Santo, a efusão da misericórdia”, pelo padre Wagner Ferreira da Silva, membro da Comunidade Canção Nova e “Maria, Mãe de misericórdia”, pela irmã Lina Boff.

Durante sua palestra, padre Zezinho traçou um percurso analítico sobre a misericórdia a partir de grandes pensadores contemporâneos, como Karen Armstrong, Zygmunt Bauman e Jean Baudrillard. Ele ainda reforçou a noção de misericórdia e altruísmo a partir de pensadores cristãos, não cristãos ou ateus.

Segundo o sacerdote, “os humanos que querem a guerra a criaram nas tribos e famílias. A partir disso, surge a guerra dos grupos, de uma cidade contra cidade, guerra de religiões, de ideologias, de corruptos, pela qual passa o Brasil. O ser humano entende que o diálogo é impossível. A Igreja responde a isso com Jesus, afirmando que ninguém será feliz sem a catequese do diálogo. Por isso, os religiosos e políticos belicosos não conheceram Deus, usam o nome d’Ele, mas não entenderam. Quem é agressivo, não entendeu a Palavra de Deus", sublinhou.

Padre Zezinho ainda continuou: “o mundo está em crise porque as pessoas não conseguem se relacionar; o outro é apenas um detalhe. Mas, quando o coloco como alguém importante, saio da crise. Dessa mesma forma os povos. O outro tem de ser tão importante a ponto de eu compreender que vivo por ele. Dizemos na missa: ‘por Cristo, com Cristo e em Cristo’. Isto significa que somos eu e Outro juntos. Qualquer um que descobre a misericórdia, põe de lado a vingança e a injustiça”, completou.

‘Contagiar o mundo com o bem e a misericórdia’temp_titleFoto___Juliano_Mariano_Ferreira_de_Freitas_03072017195547

A missa de encerramento foi presidida por Dom Orani, que, durante a homilia, disse: “Somos chamados, dia após dia, a anunciar o amor misericordioso do Senhor, inspirados na misericórdia de Maria, nossa Mãe, que se estende de geração em geração. Sabemos que a misericórdia de Cristo nos atinge, e somos chamados a viver as várias circunstâncias atuais, anunciando o amor de Deus tal como Maria”, destacou.

Ainda de acordo com o cardeal, os fiéis cristãos devem contagiar o mundo com o bem e a misericórdia. “Esses congressos devem continuar para espalhar tanto a reflexão quando as atitudes misericordiosas para o mundo que tanto necessita da Palavra de Deus. Que possamos contagiar com o bem e com a misericórdia o nosso mundo, seja da maneira como falamos ou como agimos, com atitudes misericordiosas. E que Maria, nossa Mãe, esteja a interceder por nós”, finalizou.

03/07/2017 - Atualizado em 03/07/2017 19:59


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