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Filhas de Sant’Ana celebra 150 anosNotícia - Filhas de Sant’Ana celebra 150 anos

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Na data em que a Igreja celebra a Solenidade da Imaculada Conceição e se inicia o Ano da Misericórdia, proclamado pelo Papa Francisco, a Congregação das Filhas de Sant’Ana tem um motivo a mais para festejar, já que no dia 8 de dezembro será aberto o ano jubilar em comemoração aos 150 anos de fundação, que se estenderá até dezembro de 2016. A celebração em ação de graças será presidida pelo vigário episcopal para a Vida Consagrada, Dom Roberto Lopes, e concelebrada pelos sacerdotes da congregação, às 8h30, na Paróquia São Benedito, em Pilares.

“Será um tempo repleto de sentido, de fazer memória grata da nossa história diante da presença de Deus, para bendizer por tudo o que aconteceu e se viveu. Mas também maravilhar-se pelo trabalho realizado. Esse é um tempo de admiração, aprofundamento das riquezas imperscrutáveis do carisma e da espiritualidade. Um tempo para consolar, alegrar com entranhas de misericórdia e compaixão os aflitos, os desconsolados, os enfermos, os pobres e infelizes”, afirmou a superiora Brasil/Sul, irmã Maria Aparecida da Silva.

HISTÓRIA DA CONGREGAÇÃO

A história da Congregação das Filhas de Sant’Ana se dá junto à da fundadora, Rosa Maria Benta Gattorno, nascida em  14 de outubro de 1831, em Gênova, na Itália. Ela casou-se aos 21 anos com Jerônimo Custo, mas sofreu precocemente a dor da perda do esposo após seis anos de matrimônio, e, pouco tempo depois, a morte de um dos três filhos que tivera.

Orientada pelo confessor, emitiu de forma privada os votos perpétuos de castidade e obediência, precisamente na Festa da Imaculada Conceição de 1858. Depois, como Terceira Franciscana, professou também o voto de pobreza. Viveu intimamente unida a Cristo, recebendo a comunhão todos os dias, privilégio que naquele tempo era pouco comum. Em 1862, recebeu o dom dos estigmas ocultos.

Diante de Jesus Crucificado, teve a inspiração para fundar uma congregação religiosa: “as Filhas de Sant’Ana”. Porém, ela lutou para não deixar os dois filhos, e só aceitou a responsabilidade de fundadora mediante a ordem do Papa Pio IX, que profetizou: “Teu Instituto, ó Rosa, se estenderá rapidamente como o voo da pomba em todas as partes do mundo”. Assim, iniciou a obra de Deus em Piacenza, no dia 8 de dezembro de 1866, com a primeira vestição, que marcava o início oficial das Filhas de Sant’Ana. Vestiu o hábito religioso em 1867 e tomou o nome de Ana Rosa.

Com a fundação, realizou obras de atendimento aos pobres e doentes, às pessoas sozinhas, anciãs e abandonadas; cuidou da assistência às crianças e às jovens, proporcionando-lhes uma instrução religiosa e adequada, a fim de inseri-las no mundo do trabalho. Assim, foram abertas muitas escolas para a juventude pobre e a promoção humano-evangélica, segundo as necessidades mais urgentes da época.

Rosa Gattorno seguiu o Senhor pela estrada do amor generoso. Mesmo diante das humilhações e tribulações, permaneceu firme no caminho da humildade e da penitência, no desejo de construir o Reino de Deus em toda parte. Ela foi enriquecida de particulares dons místicos, como o dom de curar e de perscrutar os corações.  

Morreu no dia 6 de maio de 1900, na Casa Geral das Filhas de Sant’Ana, em Roma, sendo aclamada santa por todos que a conheceram. Em 28 de junho de 1998, com a promulgação do decreto sobre a heroicidade das virtudes, o Papa São João Paulo II a declarou como Venerável Serva de Deus Ana Rosa Gattorno.

A CONGREGAÇÃO NO BRASIL

A chegada ao Brasil aconteceu no ano de 1884, em Belém do Pará, sendo o segundo país, dos 22 países, fora a Itália, a receber a congregação. Atualmente, as 140 irmãs estão espalhadas em três províncias: a nordeste que fica em Recife e leva o nome da fundadora, Madre Rosa Gattorno; a segunda é a norte, em Fortaleza, cujos patronos são os santos apóstolos Pedro e Paulo e a terceira é a sul, localizada no Rio de Janeiro e que carrega o nome de Nossa Senhora Aparecida.

As sementes plantadas durante os 150 anos de fundação e vivência na fé, através dos ensinamentos deixados pela Beata Rosa Gattorno, passaram a gerar frutos, como o surgimento de outras expressões e maneiras de viver o carisma.

“Temos os filhos de Sant’Ana, que são sacerdotes da congregação; o Movimento da Esperança composto por leigos que buscam seguir o nosso carisma; as Irmãs Adoradoras Perpétuas e as leigas consagradas filhas de Sant’Ana. Essas expressões nasceram da vontade de Deus e do coração da beata Rosa Gattorno. Hoje somos os responsáveis para dar continuidade a essa obra e sonho acalentado por Cristo”, concluiu a membro do conselho provincial, irmã Ana Iraci.

A irmã ainda contou sobre a alegria em festejar os 150 anos de fundação. Ela afirma o chamado de estar junto ao povo de Deus em meio as adversidades e que onde há necessidade deve haver também um filho de Sant’Ana.

“Explode em nosso coração um canto de louvor a Deus que nos tornou instrumentos Seus em Sua Igreja. Celebrar 150 anos é, verdadeiramente, muito gratificante. Somos chamados, como filhos de Sant’Ana, a ser expressão do rosto materno e misericordioso de Deus, a revelar o Seu amor incondicional pelo homem com gestos maternos, a estar perto dos mais pobres e de todas as pessoas para conduzi-los a Deus. Ajudá-los a reencontrar o próprio sentido da vida, sua dignidade, além de confortar e consolar aqueles que sofrem. Onde há a necessidade de uma mãe, há também a de um filho de Sant’Ana”, completou a religiosa.

O EXERCÍCIO DO CARISMA

Tendo como carisma a pobreza de coração, doação materna e o espírito de família, as filhas de Sant’Ana estão nos mais diversos locais da cidade, tendo como campos de atuação a missionariedade, além de trabalhos socioeducativos.

Na Paróquia São Miguel Arcanjo, em Magalhães Bastos, a congregação trabalha na evangelização, nas visitas às famílias e nas pastorais. Elas ainda cuidam da Casa Santa Inês, na Gávea, e promovem a oficina da criança, em Pilares, onde fica a sede provincial. Além disso, realizam um trabalho no Asilo dos Velhinhos que pertence à Paróquia Nossa Senhora da Saúde, em Casemiro de Abreu. A missão ainda se estende pelos municípios de Paracambi, onde está localizado o Lar Sant’Ana para as irmãs idosas, e em Teresópolis, na Matriz de Santa Teresa.

Como parte da província sul, a congregação atua também no Estado de Minas Gerais, através do trabalho realizado no Hospital São Vicente de Paulo, único localizado na cidade de Várzea. E no Estado do Paraná, na Paróquia São Sebastião, em Mandaguaçu, pertencente à Diocese de Maringá.

Foto: Divulgação

 

07/12/2015 - Atualizado em 07/12/2015 13:31


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