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Formação - Folheto da Missa - 30º Domingo do Tempo Comum - 2016

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23/10/2016


Formação - Folheto da Missa - 31º Domingo do Tempo Comum - 2016

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30/10/2016

Formação - A Igreja e nossa “casa comum”

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Nestes dias tivemos a inauguração do sistema de geração de energia elétrica autossustentável na Paróquia de São José da Lagoa, que fica na Avenida Borges de Medeiros, 2.735, Lagoa, inclusive contando com nossa participação em missa solene para a inauguração do sistema. Além da economia financeira, o aproveitamento da luz solar é um belo sinal que se dá para um futuro diferencial em geração de energia elétrica. Agradeço a todos os grupos empenhados nessa realização. Creio que essa iniciativa pode nos ajudar a aprofundar uma reflexão sobre a nossa responsabilidade pelo meio ambiente onde nos encontramos.

Convido a todos para que conheçam o belíssimo trabalho ali feito, vale a pena, além da bela visão do local da paróquia, uma região de cartão postal de nossa cidade. Com a visita, aproveitem para ter um encontro pessoal com o Senhor Jesus, rezar por si e pelos seus, pelos doentes, por todos que necessitam de oração.

De início, podemos dizer com muita satisfação que a iniciativa do pároco é muito salutar e, na medida do possível, especialmente econômico-financeira, pode ser um exemplo de outros passos que traduzam concretamente o pedido do Papa Francisco na Laudato Si’. A busca de novas formas de energia, as quais sejam menos poluentes e agressivas ao meio ambiente, é uma constante no desenvolvimento da ciência e das técnicas.

Aprofundando esta reflexão sobre a questão ambiental, temos de lembrar que esta é muito mais vasta, ampla e complexa do que pode parecer à primeira vista. Essa nova demanda da chamada sustentabilidade, da qual a questão energética é um dos vieses, é, antes de tudo, uma problemática socioambiental.

Uma das questões que está muito em voga nos meios de comunicação é a questão da relação do ser humano com a natureza. O tema provoca grande preocupação em todos os lugares do mundo, gerando até mesmo sentimentos apocalípticos em pessoas mais suscetíveis a este tipo de demanda. A importância da temática é tanta que houve vários encontros internacionais, dois dos quais aqui no Rio de Janeiro (1992, 2012).

A sustentabilidade envolve coisas muito mais básicas em termos de vida digna e saudável em todo o planeta. Pelas chaves do Evangelho, a de ser superada a desigualdade e a exclusão, que marginalizam milhões de seres humanos nos porões da subserviência humana, da simples sobrevivência sofrida. Isto deveria consistir de projetos governamentais para que haja uma verdadeira e efetiva sustentabilidade da existência humana.

De forma não predatória, ainda devemos tratar todos os seres não humanos, afinal, pelo relato bíblico do Gênesis, todos foram colocados à nossa disposição para que, num gesto de compromisso, possamos com o Senhor cuidar da obra criada de Suas Mãos. Recorrendo aos escritores sagrados, encontramos uma pulsante teologia que compreende a criação como morada de Deus, e não como um lugar de morte e violência. Nos textos bíblicos, há o reconhecimento da dignidade ímpar do ser humano e uma negação de qualquer atitude de rebaixamento desse humano. Essa condição, no entanto, é a dignidade de cocriador criado, dignidade missionária e relacional voltada para a proteção da criação de Deus, para o cuidado constante da vida em sua vulnerabilidade.

Com isto, vislumbramos, claramente, que a sustentabilidade é muito mais ampla do que somente algum ponto isolado colocado, e sim consiste em toda uma visão de necessidade de reforma da sociedade pelos valores que nos são fornecidos pelo Evangelho.

Neste sentido, é a encíclica "Laudato Si" do Papa Francisco, a dizer:[1]

"Estas contribuições dos Papas recolhem a reflexão de inúmeros cientistas, filósofos, teólogos e organizações sociais que enriqueceram o pensamento da Igreja sobre estas questões. Mas não podemos ignorar que, também fora da Igreja Católica, noutras Igrejas e Comunidades cristãs – bem como noutras religiões – se tem desenvolvido uma profunda preocupação e uma reflexão valiosa sobre estes temas que a todos nós estão a peito. Apenas para dar um exemplo particularmente significativo, quero retomar brevemente parte da contribuição do amado Patriarca Ecuménico Bartolomeu, com quem partilhamos a esperança da plena comunhão eclesial".

Nesse escrito, tem-se o posicionamento firme e inarredável do Santo Padre Francisco, que vem reforçar a necessidade de que a parte da humanidade que se encontra adormecida seja desperta para os perigos que nosso planeta enfrenta, e de forma cada vez mais rápida, devido às mudanças do ecossistema de todo o mundo.

“A vida espiritual conhece o mesmo equilíbrio delicado da vida biológica. Mas o homem, como criatura, pode apenas sentir o amor de seu Criador e, consequentemente, sentir amor pela criação e tratá-la com respeito, porque Deus criou cada coisa com amor.” (BERNEX, 1996, p. 96)[2]

"Laudato Si", lançada em junho de 2015, mesmo antes da publicação oficial, teve grande repercussão e foi muito bem recepcionada pelos leigos e pela crítica especializada. Devido à sua premência, o tema da questão ambiental chama sobre si a atenção das mais diversas pessoas em volta do globo. Ao fazer este documento, o Santo Padre se preocupou, antes de tudo, em ouvir especialistas de diversas áreas, estudos e repercussões que poderiam surgir de um documento tão polêmico. Em todo momento, jamais quis se identificar com nenhuma linha ideológica, pois sabe o Papa Francisco que o tema é uma questão mundial, a todos nós que vivemos na "Casa Comum". Devido a isso, não poderia se deixar levar por análises reducionistas sobre os problemas.

Frei Raniero Catalamesa, pregador da Casa Pontifícia, de 01/09/16, em texto publicado pela Rádio Vaticano, com o seguinte título "Ecologia sem glorificação a Deus torna o universo opaco"[3], assim se expressou:

“Referindo-se novamente ao discurso de Crisólogo, o Pregador da Casa Pontifícia diz que o autor reafirma “a ideia bíblica da soberania do homem sobre o cosmos”, visão completada por São Paulo, que indica o lugar que Cristo ocupa nele: “Estamos diante de um “ecologismo humano” ou “humanístico”: um ecologismo, isto é, que não é um fim por si só, mas em função do homem, não só, naturalmente, do homem de hoje, mas também daquele futuro”.

O pensamento cristão nunca deixou de interrogar-se sobre o porquê desta transcendência do homem em relação ao resto da criação, encontrando sempre a resposta na afirmação bíblica de que “o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus”.

O renovado diálogo com o pensamento ortodoxo tornou possível à teologia dar uma explicação realmente satisfatória para a questão, que “é saber em que consiste ser a imagem de Deus”: “Tudo se alicerça na revelação da Trindade operada por Cristo. O homem é criado à imagem de Deus, no sentido que participa da íntima essência de Deus, que é de ser em relação de amor entre Pai, Filho e Espírito Santo”. “Eles não têm uma relação entre si, mas são a relação”, como define Santo Agostinho”.

Podemos ver que a iniciativa da Paróquia São José da Lagoa, no território da Arquidiocese do Rio de Janeiro, é de grande importância e que necessita ser incentivada para que sirva de exemplo para todas as pessoas, pois a Igreja deve ser farol que guia as pessoas para as veredas do Reino, mesmo indo contra a correnteza num mundo secularizado, e, em diversas vezes, antieclesial e anticlerical. Devemos ser firmes no nosso anúncio, porém serenos e caridosos na mesma medida do Cristo. E assim como na parábola do Semeador, sabemos que a colheita é feita no tempo que o Senhor determina, e que é Ele, Sumo Bem e Suma Bondade, que vai fazer dar os frutos dos nossos trabalhos.



[2] BERNEX, Nicole. A percepção ambiental de Santo Agostinho. Santo Agostinho e uma proto-ecoteologia. In: OLIVEIRA, Nair de Assis (org.). Ecoteologia Agostiniana. São Paulo: Paulus, 1996, p. 82-101.

[3] http://br.radiovaticana.va/news/2016/09/01/cantalamessa_ecologia_sem_doxologia_torna_o_universo_opaco/1255158

22/09/2016 - Atualizado em 26/09/2016 14:52

Notícia - Devotos festejam São Cosme e São Damião no Rio

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Entre tantos festejos e solenidades, a celebração da memória dos irmãos Cosme e Damião é uma tradição no calendário de muitos brasileiros. Mais especificamente no Rio de Janeiro, a devoção aos santos é uma marca muito expressiva na vida dos fiéis. Seja presente nas missas votivas ou nos eventos sociais, centenas de pessoas participam da programação da Paróquia São Cosme e São Damião, no bairro do Andaraí, na Zona Norte da cidade.

Em atenção aos fiéis, a comunidade realiza entre os dias 24 e 27 de setembro, quatro dias de grandes festividades, com muitas barraquinhas, muitas orações e missas para receber com alegria os devotos de São Cosme e São Damião.

"Celebrar a memória ou a festa de um santo é sempre enriquecedor, não só para a cidade, mas para todas as pessoas, até mesmo as que não têm fé, porque os santos são aqueles que intercedem por nós e estão sempre diante de Deus pedindo por nós. Então, a memória de São Cosme e São Damião vem nos lembrar valores morais, valores que a gente deve carregar na nossa vida para termos uma sociedade mais justa, mais fraterna, com mais amor e com paz. A gente precisa tanto de paz, e São Cosme e São Damião foram vítimas de perseguição religiosa, e deram o testemunho de sua fé no meio da perseguição e da tortura, foram fiéis a Jesus, então são grandes exemplos para nós", ressaltou o pároco da Igreja São Cosme e São Damião, padre Walter Peixoto.

Dentro da programação, o sacerdote destacou os dias 26 e 27 de setembro:

"No dia 26 nós vamos ter missa às 6h da manhã, 8h, 10h, 12h, 16h30 a missa dos enfermos (os doentes que puderem vir, vão receber a unção dos enfermos na missa), e às 19h. Às 15h, a gente tem o momento de adoração, que a gente chama de 'Hora da Graça'. E no dia 27, a gente tem missas de hora em hora das 6h às 11h, às 14h, 18h e 19h. Temos a nossa procissão tradicional às 16h. E a adoração ao Santíssimo às 13h. Como a tradição, haverá a distribuição de doces... Isso é sagrado, né? (risos). Todos os anos a gente tem a distribuição de doces", contou padre Walter.

Neste ano, a festa dos santos médicos será estendida até o dia 1º de outubro, quando o arcebispo da Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, celebrará a missa 'O Rio Celebra' na comunidade - com transmissão, ao vivo, pela Rede Vida de Televisão, Rádio Catedral FM 106,7 e WebTV Redentor -, para encerrar a festa dos padroeiros.

As relíquias - fragmentos de ossos - também ficarão expostas para veneração. A sala dos milagres estará aberta, durante todo período, recebendo os sinais de graças alcançadas pela intercessão de São Cosme e São Damião. O endereço da paróquia é Rua Leopoldo, 434, no Andaraí. Informações: (21) 2268-4088 / 2278-8590 / adm.scsd@gmail.com.

A paróquia e sua dimensão social

A Igreja Paróquia São Cosme e São Damião surgiu para atender as famílias que moravam e trabalhavam nas fábricas de tecido da região. A comunidade foi fundada em 1945 pelo padre Olivério Kraemer, que também foi responsável pelo início da sua construção em 1944. Depois da sua morte, assumiu Dom Romeu Brighenti, que terminou a obra de seu antecessor e promoveu também uma mudança na estrutura social da paróquia com a criação de uma creche que existe até hoje.

"Nestes dias de festa nós temos na própria creche à disposição um livro de ouro para as pessoas que desejam ajudar particularmente à instituição. Atualmente, nós temos 86 crianças sendo atendidas em horário integral, com café da manhã, lanche, almoço e jantar. Elas são muito bem acolhidas e bem tratadas com recreação educativa, possibilitando os pais a trabalhar com tranquilidade sabendo que estão bem tratados na nossa creche. Inclusive, no dia 1° de outubro, estaremos reinaugurando a creche. A gente passou por uma reforma geral e vamos reinaugurá-la. Ela funciona aqui na igreja mesmo, no terreno da igreja e junto a igreja", afirmou o pároco.

Mártires da fé

Os santos gêmeos Cosme e Damião nasceram em Egeia (agora Ayas, no Golfo do İskenderun, Cilícia, Ásia Menor), e tinham outros três irmãos. O pai foi mártir durante a perseguição dos cristãos na era de Diocleciano. Cosme e Damião eram médicos que curavam os enfermos não só com seu saber, mas através de milagres propiciados por suas orações. 

Os dois irmãos praticavam a medicina e não aceitavam nenhum pagamento por seus serviços. Dessa forma, trouxeram muitos novos adeptos para a fé católica. Quando a perseguição de Diocleciano começou, o prefeito Lísias mandou prender Cosme e Damião e ordenou-lhes que se retratassem. Eles se mantiveram constantes sob tortura, e de forma milagrosa não sofriam nenhum ferimento por água, fogo, ar, nem mesmo na cruz, até que foram decapitados por uma espada. Seus três irmãos, Antimo, Leôncio e Euprepio também morreram como mártires com eles.

Cosme e Damião são considerados os patronos dos médicos e cirurgiões e, por vezes, são representados por emblemas médicos. Além disso, os irmãos são invocados no Cânon da Missa e na Ladainha de Todos os Santos.

A data

A Igreja Católica Apostólica Romana, desde tempos imemoráveis até o Calendário Romano de 1962, que vigorou até 1969, celebrava a festa dos santos Cosme e Damião no dia 27 de setembro. Porém, em 1969, com a reforma litúrgica, o Calendário Romano passou a comemorá-los no dia 26, pois considerada a importância de São Vicente de Paulo, também celebrado no dia 27, preferiram não pôr as duas memórias na mesma data. São Vicente ficou com o dia 27, já que era a data sabida de sua morte; já os santos Cosme e Damião, como não se sabe a data precisa da morte deles, tiveram sua memória movida para o dia 26 de setembro.

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Colaboração: Larissa Correa e Symone Matias

Foto e Arte: Arquivo / Pascom SCSD  

 

22/09/2016 - Atualizado em 26/09/2016 14:40

Formação - Missão Paz

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Dentre os vários temas que sempre escrevemos e procuramos levar a todas as irmãs e irmãos que nos seguem a refletir conosco, o de hoje é muito caro ao Santo Padre Francisco, que é o da PAZ. Isso já demonstra desde o momento da escolha de seu nome. Como todos sabemos, a escolha do nome que o escolhido pelo Colégio de Cardeais adota não é uma mera formalidade de troca de nome, algo exterior e superficial. Mas sim algo de profundo sentido evangélico, que é a de mudança de vida e de costumes, assim como é feito até hoje na vida religiosa consagrada em diversas famílias religiosas.

Apesar de nunca ter conversado a respeito disso com o Papa Francisco, vejo claramente dois objetivos na escolha deste nome, objetivos que se co-substanciam em duas pessoas historicamente conhecidas: a) Francisco de Assis; e b) Francisco Xavier. Essa dúvida inicial quando da eleição do Papa Francisco, ele mesmo dirimiu quando disse que o seu nome se referia a Francisco de Assis, como vemos em seu comportamento e suas decisões. Porém, podemos aprofundar um pouco de sua missão nesse sentido. Devido à nossa convivência com religiosos de ambas famílias religiosas, franciscanos e jesuítas, a primeira mendicante e a segunda de vida apostólica, temos contato com essas figuras que, dentre várias outras, são ícones na formação da identidade cristã no Ocidente. Por isto, ousamos uma pequena reflexão de pontos instigantes da vida de ambos.

O primeiro dispensa apresentação, pois a sua personalidade em si mesma é seu cartão de visita. Francisco de Assis poucas vezes saiu de sua Itália, vindo a promover uma reforma interna na Igreja, a qual a marcaria pelos séculos posteriores. O segundo Francisco, o Xavier, entre nós menos conhecido, foi um dos primeiros companheiros de Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, da qual Jorge Mário Bergoglio era membro. Francisco Xavier foi um grande missionário em terras distantes, isto no século XVI, quando foi como missionário para a Índia e chegando a ingressar no Japão, vindo logo após a falecer.

Inspirado em Francisco de Assis, notamos que o Papa Francisco procura internamente renovar a Igreja, para que possa ser sinal sempre evidente da radicalidade do Evangelho e, ao mesmo tempo, motivado por Francisco Xavier procura levar para fora das fronteiras da Igreja a mensagem salvífica do Senhor Jesus Cristo. O encontro dessas duas personalidades num só nome mostra a missão do Papa Francisco. Embora no Conclave a escolha fosse por Francisco de Assis, devido à sua formação jesuítica ele também trazia em sua vida os traços de Francisco Xavier. Ambos os nomes inspiradores do Santo Padre foram pessoas que viveram em épocas diferentes, lugares diferentes e problemas diversos.

No entanto, os dois santos, o primeiro do século XIII e o segundo do século XVI, sempre tiveram como premissa e como fim levar o Evangelho a todos, em especial aos pobres em todos os aspectos, levar o Evangelho a todas as misérias existenciais humanas.

Sempre nesse caminho de busca da paz e da integração de toda a humanidade, pois Francisco de Assis e Francisco Xavier sempre buscaram fomentar a paz com o exemplo de suas vidas. Francisco de Assis assim proclamava: "Meu Deus e meu tudo". Por sua vez, Francisco Xavier, inspirado por Santo Inácio de Loyola, exclamava: "O que fiz? O que faço? O que farei por Cristo"? Só pode levar a Cristo quem tem o seu interior realmente convertido e afinado à escuta do Senhor, na Palavra, e a escuta do Senhor na "teografia" da vida das pessoas, das necessidades de cada um.

A necessidade de nos tornarmos outro Cristo, de até mesmo virmos a trazer as marcas de sua paixão, morte e ressurreição em nossa própria carne, se torna urgente em nossos dias.

Temos certo em nosso coração os valores que formam nosso jeito de ser cristão católico, nossa identidade. Pois temos certeza de que temos um encontro pessoal com Jesus Cristo e, com isto, temos desvelada a nossa própria identidade. Por termos encontrado com Cristo é que nós O encontramos nos irmãos, como bem gosta de recorda o Santo Padre.

Não obstante a isso, é que devemos ir ao encontro de outras pessoas que também proclamam suas verdades em busca da Paz. Lembrando que vivemos num mundo plural e que devemos saber dialogar com a realidade, para que a nossa mensagem não fique engessada em estruturas arcaicas e estéreis.

Neste caminho, num movimento para dentro e noutro para fora da Igreja, e com o desejo de mostrar para o mundo atual, obscurecido pelo subjetivismo, relativismo e hedonismo, que a Luz e solução para os conflitos só pode ser encontrada na pessoa de Jesus Cristo, é que o Santo Padre Francisco, após profunda oração e encontro pessoal com o Senhor, resolveu novamente este ano chamar a todos para o Encontro pela Paz. No encontro, ocorrido no dia 20 de setembro, participaram diversos grupos religiosos de diferentes lugares, experiências de fé, matizes religiosos e até pessoas não crentes em qualquer tipo de fé e pessoas que foram Nobel da Paz. Assim como nos noticia a Rádio Vaticano, Programa Brasileiro, do dia 14/06/16: "Seis Nobel da Paz com Francisco em Assis".[1] Foi para comemorar o encontro do Santo Papa João Paulo II nesse mesmo local e com as mesmas preocupações. O Papa também convocou toda a Igreja para viver a Jornada Mundial pela Paz.

Neste encontro, não vão todos os líderes religiosos rezar numa forma de sincretismo, e sim vai cada um, a seu tempo, fazer suas preces conforme sua tradição, pela PAZ. Enquanto os demais escutam.

Foi neste sentido que o Santo Padre assim pediu na oração do Ângelus no domingo anterior:[2]

"Convido as paróquias, as associações eclesiais e cada fiel de todo o mundo a viver este dia como um Dia de Oração pela Paz. Hoje, mais do que nunca, temos necessidade de paz nesta guerra que existe por tudo no mundo. Rezemos pela paz! A exemplo de São Francisco, homem de fraternidade e clemência, somos todos chamados a oferecer ao mundo um forte testemunho de nosso compromisso comum pela paz e a reconciliação entre os povos. Assim, terça-feira, todos unidos em oração: cada um tome um tempo, aquele que puder, para rezar pela Paz. Todo o mundo unido”.

Assim sendo, diferentemente de outras mensagens, não trazemos aqui um conceito do que seja Paz. Para isto já temos muitos teóricos da filosofia, teologia e ciências humanas ligadas a este meio. Mas seguimos o exemplo de Francisco de Assis e o de Francisco Xavier, que foram trilhando os caminhos, muitas vezes na escuridão tateando, pois só tinham a certeza de um coração puro e reto e de que o Espírito Santo os conduzia. O que ambos têm em comum é o acolhimento e a dignidade do ser humano, à luz do Evangelho. Devemos penhorar esta ideia de ambos, sem querer ser originais, mas sim sermos radicais no amor, até o amor que leva às últimas consequências.

A necessidade da escuta respeitosa, da acolhida positiva é tanta em nosso mundo hodierno que pensamos que as guerras são coisas do passado. Mas não. O mundo atual vive em constante conflito. Na maioria dos países temos sérios conflitos hoje. O pedido do Papa pela Paz jamais poderia ter sido mais pertinente e atual[3]. São guerras pelos mais diversos motivos, mas temos conosco que o fundamento é sempre único, a mesquinharia e pequenez da natureza humana. Por isto que somos todos juntos convocados a clamar pela Paz.

O Santo Padre fala firme com os que de qualquer forma promovem conflitos, e dos quais tiram proveito econômico. E devemos falar com caridade, afeto, carinho e acolhimento com todos que sofrem este tipo de agressão. Devemos ter misericórdia. Respeitosos, amorosos, mas firmes.

Lembrando o discurso do Santo Padre no curso para novos bispos em Roma, podemos dizer que o mundo está cansado de discursos vazios e exemplos vazios. Por isso que abrimos esta mensagem com o exemplo de vivência evangélica dos dois "Franciscos", o de Assis e o Xavier. Ambos, cada um a seu modo, são exemplos de oração e de vivência.

Passada essa experiência, precisamos continuar a trabalhar e rezar promovendo a Paz. Que cada um, na sua realidade, procure promover a Paz, seja dentro de sua casa, com seus amigos, com seus vizinhos, nos seus trabalhos e em todos os lugares a que somos chamados a ser um "Novo Cristo", pois é a partir disso que podemos libertar as pessoas de todas as suas amarras, de seus grilhões e promover a Paz, não como um conceito, mas como uma realidade que permeia a nossa existência.

E lembrando sempre que: Só a paz é santa!

23/09/2016 - Atualizado em 26/09/2016 14:58

Formação - Que escutem as escrituras

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A parábola do rico e Lázaro que emoldura o Evangelho do 26º Domingo do Tempo Comum (Lc 16, 19-31) descreve-nos um homem que não soube tirar o verdadeiro proveito dos seus bens e se omitiu na partilha. Ao invés de ganhar com eles o Céu, perdeu-o para sempre. Trata-se de um homem rico, que se “vestia de púrpura e de linho”, e que todos os dias “fazia festas esplêndidas”; muito perto dele, à sua porta, estava deitado um mendigo chamado Lázaro, todo coberto de chagas, que desejava saciar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico. E até os cães lambiam as suas feridas.

A descrição que o Senhor nos faz nesta parábola tem fortes contrastes: grande abundância num, extrema necessidade no outro. O homem rico vive para si, como se Deus não existisse. Esqueceu uma coisa que o Senhor recorda com muita frequência: não somos donos dos bens materiais, mas administradores.

A parábola ensina a sobrevivência da alma após a morte e que, imediatamente depois da morte a alma é julgada por Deus de todos os seus atos – juízo particular –, recebendo o prêmio ou o castigo; que a Revelação divina é, de per si, suficiente para que os homens creiam no mais além.

Jesus hoje desmente os que afirmam que os mortos estão dormindo. É verdade que, antes do Exílio de Babilônia, quando ainda não se sabia em Israel que havia ressurreição, os judeus e seus textos bíblicos diziam que quem morria ia com os pais no sheol. Tal ideia foi superada já no próprio Antigo Testamento, quando Israel compreendeu que o Senhor nos reserva a ressurreição. Então, os judeus pensavam que quem morresse, ficava bem vivo, na mansão dos mortos, à espera do Julgamento Final. Já aí, havia uma mansão dos mortos de refrigério e paz e uma mansão dos mortos de tormento.

É esta crença que Jesus supõe ao contar a parábola do mau rico e do pobre Lázaro. Então, nem mesmo para os judeus, que não conheciam o Messias, os mortos ficavam dormindo! Quanto mais para nós, cristãos, que sabemos que nem a morte nem a vida nos poderão separar do amor de Cristo” (Rm 8,38-39). Como para São Paulo, o desejo do cristão é “partir para estar com Cristo” (Fl 1,23).

Observe-se que o que o rico pede é que Lázaro ressuscite. Daí, a resposta de Jesus: “Eles não acreditarão, mesmo que alguém ressuscite dos mortos”. Recordemos que o Senhor Jesus Ressuscitou e está vivo entre nós e ainda hoje são muitos que não O escutam.

Jesus continua o tema de domingo passado, quando nos exortou a fazer amigos com o dinheiro injusto. Este é o pecado do rico do Evangelho de hoje: não fez amigos com suas riquezas. Se tivesse aberto o coração para Lázaro, teria um amigo a recebê-lo no céu! É importante notar que não é dito que esse rico roubou,  ou q eu ganhou seu dinheiro matando ou fazendo mal aos outros. Seu pecado foi da omissão em viver somente para si: “se vestia com roupas finas e elegantes e fazia festas esplêndidas todos os dias”(Lc 16,19). Ele foi incapaz de enxergar o “pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, que estava no chão”(Lc 16,20), à sua porta. “Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E, além disso, vinham os cachorros lamber suas feridas”(Lc 16,21). O rico nunca se incomodou com aquele pobre, nunca perguntou o seu nome, nunca procurou saber sua história, nunca abriu a mão para ajudá-lo, nunca lhe deu um pouco de seu tempo. O rico jamais pensou que aquele pobre, cujo nome ninguém importante conhecia, era conhecido e amado por Deus. Não deixa de ser impressionante que Jesus chama o pobre pelo nome, mas ignora o nome do rico! Afinal, os pensamentos de Deus não são os nossos pensamentos.

Ele está cego para as necessidades alheias. O seu pecado foi não ter visto Lázaro, a quem poderia ter feito feliz com um pouco menos de egoísmo e um pouco mais de despreocupação pelas suas próprias coisas. Não utilizou os bens conforme o querer de Deus. Não soube compartilhar. Santo Agostinho comenta: “Não foi a pobreza que conduziu Lázaro ao Céu, mas a sua humildade; nem foram as riquezas que impediram o rico de entrar no descanso eterno, mas o seu egoísmo e a sua infidelidade”.

Neste mês da Bíblia é muito significativo que Jesus nos conta na parábola para responder ao pedido do rico que pedia para avisar seus irmãos para que mudassem de vida: “Eles tem Moisés e os Profetas, que os escutem!”.

A primeira leitura (Am 6, 1.4-7) já anunciava essa questão lembrando que esses que assim vivem irão para o desterro, na primeira fila. Que a recomendação de Paulo a Timóteo (1Tim 6,11-16) nos ajude a viver esse domingo: “foge das coisas perversas, procura a justiça, a piedade, a fé, o amor, a firmeza, a mansidão” – “combate o bom combate da fé”!


24/09/2016 - Atualizado em 26/09/2016 15:02

Formação - Miquéias: os inimigos do povo

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Continuando nossas reflexões sobre o profeta Miquéias, livro que somos convidados a aprofundar neste Mês da Bíblia, e consultando livros que nos orientam nesse aprofundamento, entre os quais o próprio texto base para este mês, somos conduzidos a discernir a atualidade das palavras do profeta.

Miquéias é um dos chamados “profetas menores”, classificação atribuída aos doze últimos livros da seção dos profetas na Bíblia Hebraica. Embora possa parecer pejorativa ao leitor iniciante da Bíblia, a nomenclatura é devida à extensão dos relatos e não à importância dos autores ou à sua posição no cânon. O estudo de qualquer dos profetas menores deve considerar uma unidade implícita entre eles. Os livros não estão unidos apenas pelo propósito básico de comunicar um tipo específico de informação. Essa unidade pode ser vista em termos de circunstâncias, estruturas, temas e mesmo personagens. Enfatizando que na Bíblia Hebraica os doze aparecem unidos.

No primeiro versículo do livro, Miquéias é denominado “morastita”, que quer dizer que ele era natural da pequena cidade de Moresete, situada a sudoeste de Jerusalém. Além do nome e do local de nascimento, não há no relato mais informações explícitas sobre a pessoa de Miquéias. Contudo, o conteúdo, a linguagem e o estilo da profecia sugerem que mesmo que não fosse um sacerdote ou profeta reconhecido, Miquéias era, no mínimo, digno de ser ouvido. Isso se confirma pela referência explícita que Jeremias faz ao impacto da mensagem de Miquéias sobre o rei Ezequias e todo o povo de Judá (em Jeremias 26,18-19).

De forma geral, o contexto no qual os profetas exerceram sua atividade foi marcado por transtornos militares, políticos, sociais, econômicos e religiosos sem precedentes. Além disso, a infidelidade e o desrespeito em relação à “aliança” alcançaram níveis que fariam Moisés cobrir o rosto com o véu, nesse caso, devido à vergonha. A iniquidade generalizada estava, em períodos recorrentes, acompanhada pela idolatria.

De forma específica, além de enfrentar tais questões, Miquéias lida com a perversão gananciosa da adoração, injustiça social, falsos profetas, sacerdotes corruptos e com a depravação da justiça, que se tornaram comuns tanto em Judá quanto em Israel no período do profeta. Como a situação pode ter chegado a tal ponto?

Os livros chamados proféticos contêm desde exortações, discursos e visões a lamentos, testemunhos e sentenças que, em geral, foram proferidos pelos profetas antes de serem escritos. Inicialmente, a memória do profeta ou de seus assistentes era a única forma de preservação das palavras que compunham a mensagem profética. Ao decidirem perpetuar suas palavras em uma forma escrita, os profetas e seus assistentes usaram recursos literários em função das características, do objetivo e da importância da mensagem.

O capítulo 2º de Miquéias vai trabalhar três temáticas: contra os usurpadores, o profeta da desgraça e promessas de restauração. Este capítulo começa com um “ai”, que indica a maldição e castigo. O profeta denuncia um grupo que está acumulando terras. Na visão do profeta, o roubo é um projeto pensado: “Ai daqueles que, deitados na cama, ficam planejando a injustiça e tramando o mal” (Mq 2,1 a). Eles planejam e executam porque têm o poder nas mãos.

Contra os usurpadores (2,1-5) - a cobiça e o roubo de terras são praticados pelo grupo do poder, os construtores de Jerusalém e seus aliados fazendeiros. Com a política de expansão do rei Ezequias, os governantes necessitam de mais terras e produtos para o comércio, exportação e lucro. Os grandes, então, estão articulando a “grilagem” em grande escala, sobretudo na planície de Shefelá – a terra de Miquéias, a região mais fértil e produtiva do país. Eles não respeitam mais o direito de propriedade familiar e tribal, baseada nas leis da herança: a terra dos antepassados serve para a vida familiar e comunitária dos camponeses e não se vende (1 Rs 21). “Assim oprimem ao varão e à sua casa, ao homem e à sua herança” (Mq 2,2).

O profeta da desgraça (2,6-11) - Os acusados rejeitam a denúncia e tentam calar a voz do profeta: “Não profetizem, não profetizem essas coisas! A desgraça não cairá sobre nós” (Mq 2,6). O termo “profetizar”, nataph em hebraico, significa: gotejar, escorrer, pingar. Para os acusados, Miquéias está falando nada mais que bobagens. As acusações do profeta são um insulto, pois eles se sentem fiéis a Deus oficial e eles acreditam que Deus está do lado deles. Miquéias responde a eles dizendo: “São vocês os inimigos do meu povo: de cima da túnica, arrancam o manto de quem vive tranquilo ao voltar da guerra. Vocês expulsam da felicidade da casa as mulheres do meu povo, e tiram dos seus filhos a dignidade que eu lhes tinha dado para sempre” (Mq 2,8-9).

Promessas de restauração (2,12-13) - a imagem que temos nestes dois versículos é do pastoril; o rei pode ser o maioral; as ovelhas constituem um rebanho compacto e ruidoso, elas saem do aprisco em direção a pastagens escolhidas. Nesta saída para o campo aberto, existe aí uma alusão ao êxodo.

Portanto, ao olhar para este capítulo de Miquéias, podemos aprender que, enquanto escolhidos pelo Senhor, temos que denunciar as injustiças e anunciar a misericórdia e a justiça.

            

26/09/2016 - Atualizado em 26/09/2016 15:13

Notícia - Papa levará o valor da paz e a oração pela Síria ao Cáucaso

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Sexta-feira, 30 de setembro, o Papa Francisco deixa Roma de partida para a sua 16ª viagem internacional, “levando consigo o forte valor da paz”. É o que adianta o Diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, o estadunidense Greg Burke. Recebendo os jornalistas, ele acentuou a dimensão ecumênica da etapa na Geórgia e a inter-religiosa no Azerbaijão.

“É evidentemente uma viagem de paz: o Papa levará uma mensagem de reconciliação à toda a região. Será a primeira vez que uma delegação na Geórgia participa da missa do Papa, e também o Patriarca estará no aeroporto aguardando Francisco”.

Enquanto na Geórgia o destaque serão os encontros do Pontífice com a comunidade ortodoxa local, no Azerbaijão a dimensão do diálogo inter-religioso será a predominante. Segundo o programa, os principais eventos na etapa em Baku serão a visita à mesquita e o encontro com o xeque dos muçulmanos no Cáucaso.

Durante a viagem – na qual o Papa vai fazer 10 discursos – haverá também um momento de proximidade com a população síria e iraquiana, sofridas pela guerra. Francisco vai fazer uma oração pela paz, rezando pela ‘Igreja-mártir’ na Síria, no templo católico caldeu de São Simone Bar Sabbae.

Geórgia, Azerbaijão e Armênia são três países soberanos na região do Cáucaso, os únicos cuja independência é reconhecida internacionalmente.

A viagem do Pontífice à Geórgia e Azerbaijão completa a sua ‘missão caucasiana’ iniciada com a visita à Armênia, em junho passado.

Foto: AFP

26/09/2016 - Atualizado em 26/09/2016 13:43


Notícia - "Unidos pela Paz" reunirá craques do futebol no Estádio Olímpico em Roma

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No próximo 12 de outubro, às 21h15min, o Estádio Olímpico de Roma será palco da partida beneficente “Unidos pela paz”. Esta será a segunda edição da iniciativa promovida pelo Papa Francisco em apoio aos programas educativos e sociais da Fundação Scholas Occurentes, CSI, UNITALSI e AMLIB.

Lendas do futebol

Confirmaram a participação no evento, entre outros, os campeões mundiais  Ronaldinho, Diego Maradona, Roberto Carlos, Fabio Capello, Antonio di Natale, Herna Crespo e Gianluca Zambrotta, que atuarão junto aos maiores jogadores em atividade e as lendas que deixaram sua marca na história deste esporte.

Ronaldinho e Roberto Carlos

“Estou realmente feliz de voar para Roma para jogar da partida Unidos pela Paz”, disse por sua vez Ronaldinho, ao responder positivamente ao convite para participar desta importante iniciativa.

“Será uma grande noite, espero que tenha muita gente para estarmos todos unidos com o Papa Francisco pela paz no mundo”, afirmou Roberto Carlos.

Maradona

“Convido às pessoas a darem a sua pequena contribuição no dia 12 de outubro à partida pela paz”, foi o convite de Diego Maradona para o jogo.

Nos próximos dias serão anunciados os novos jogadores que participarão desta segunda edição, para tornar este evento um novo sucesso de solidariedade e de paz.

Valor do esporte e da arte

O Papa Francisco, lançando oficialmente nos meses passados este evento, dirigiu-se a todos os jovens do mundo, sublinhando o valor do futebol e do esporte para a poiar a educação e tornar possível a cultura do encontro pela paz: “É tempo de mostrar que somos capazes de promover a paz por meio do jogo e também com a arte”.

Destinação dos recursos

Os recursos arrecadados com a partida irão financiar diversos projetos, que têm por objetivo comum criar uma cultura da paz, entendida como um momento de justiça social, de acesso para todos, em particular crianças e jovens a quem, seguidamente, em várias partes do mundo, são negados os serviços básicos de instrução, assistência e formação.

Terremoto

Na Itália, por exemplo, apoiará a população de Amatrice atingida pelo terremoto em 24 de agosto, por meio de ações concretas para a reativação das estruturas esportivas de base e oratórios, formando educadores e instrutores.

Mas não somente. Sempre por meio dos valores do esporte serão colocadas ao centro da atenção as periferias italianas e argentinas, com as crianças com necessidades especiais e as suas famílias (para ajudá-las concretamente no usufruto dos serviços de assistência) e nas periferias de Kinshasa (por uma formação educativa e cultural que os acompanhe na escolha do futuro).

Foto: EPA

26/09/2016 - Atualizado em 26/09/2016 13:58

Vicariato Suburbano se prepara para o Retiro Arquidiocesano da PascomNotícia - Vicariato Suburbano se prepara para o Retiro Arquidiocesano da Pascom

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O Vicariato Suburbano se prepara para o Retiro Arquidiocesano da Pastoral da Comunicação (Pascom), que será realizado no próximo dia 8 de outubro, a partir das 8h30, no Santuário Mariano de Schoenstatt. Neste ano, o encontro será promovido sob a inspiração do tema: “Misericórdia, Encontro e Perdão”, e refletido a partir do lema: “E não tendo nada a oferecer, retribuiu com amor, o Amor recebido” (Lc, 7 36-38).

De acordo com o coordenador da Pastoral da Comunicação na região, Luiz Casemiro, o Vicariato Suburbano tem 56 paróquias, e cerca de 40 igrejas contam com uma Pascom ativa, que exerce um papel importante para melhorar a dimensão comunicacional de sua comunidade.

"Neste Ano Santo, o retiro da Pascom será uma excelente oportunidade para aprofundar o tema da misericórdia, que carinhosamente nos foi proposto pelo Papa Francisco. Será uma oportunidade de desenvolvermos ainda mais a espiritualidade do comunicador", explicou Casemiro.

O coordenador vicarial enfatizou a importância da pastoral nas comunidades e reforçou a necessidade não apenas o conhecimento técnico, mas também da formação pastoral e espiritual do comunicador para que ele possa desempenhar de forma integral suas funções nas paróquias.

"A finalidade da Pascom não é apenas divulgar e registrar eventos, essa mentalidade muitas vezes cansa e sobrecarrega os nossos agentes. A nossa finalidade também é formar redes, educar para a comunicação, fazer a comunicação acontecer em nossas comunidades em todas as dimensões pastorais da Igreja", afirmou.

Workshops de Comunicação no Vicariato Suburbano

Luiz Casemiro também recordou os workshops de comunicação promovido pelo Vicariato Suburbano neste ano de 2016.

"Este ano nós estamos promovendo pela segunda vez esses workshops no vicariato e diferentemente do primeiro, que foi realizado em 2014 e tinha um perfil muito mais técnico no que diz respeito a utilização dos meios de comunicação, as oficinas desse ano tem um perfil muito mais pastoral com temas como: Ética nas Mídias Sociais, Como formar a sua Pascom, Comunicação e Liturgia, Comunicação e Catequese, Comunicação e Família, entre outros. 

Confira a agenda dos próximos workshops:

Comunicação e Catequese: Incorporando as práticas educomunicativas

Dia 15 de outubro, às 8h30, Paróquia São Brás (Rua Andrade Figueira, 158 - Madureira) - Palestrante: Irmã Lúcia Imaculada

"A catequese, a partir do Concílio Ecumênico Vaticano II, passou a ser compreendida como um processo de iniciação à vida cristã com inspiração catecumenal. Trata-se do deslocamento de uma catequese simplesmente doutrinal, para um modelo mais experiencial. Para a realização desse processo, os catequistas podem contar, hoje, com novos recursos para a educação da fé, oferecidos pelos suportes midiáticos tradicionais e digitais", incorporando assim as práticas educomunicativas.

Comunicação e Família: E a família, como vai na Era da Informação?

Dia 12 de novembro, às 8h30, no Santuário Arquidiocesano da Divina Misericórdia (Rua Divina Misericórdia, s/n - Vila Valqueire). Na ocasião, os agentes terão a oportunidade de também realizar a peregrinação da Pascom Suburbano à Porta Santa - Palestrante: Padre Nivaldo Alves

"A cultura da mídia exerce uma influência cada vez mais direta sobre as pessoas e suas relações. Graças aos meios de comunicação, notícias e conhecimentos de toda a ordem circulam continuamente por toda a terra". Contudo,  quando mal utilizados, os meios de comunicação podem promover uma fragmentação pessoal e social, gerando distanciamento ao invés de proximidade, inclusive no seio de nossas famílias.

Retiro Arquidiocesano da Pascom: Inscrições abertas

De acordo com a Comissão Arquidiocesana da Pastoral da Comunicação, o encontro é destinado não só aos agentes da Pascom, mas também aos blogueiros católicos que atuam na Arquidiocese do Rio. As inscrições já estão abertas no valor de R$ 25, incluso material de apoio e almoço, e podem ser feitas através da fanpage da Pascom Rio.

Foto: Jean Paul

26/09/2016 - Atualizado em 26/09/2016 18:15

Notícia - Papa: rezar com força para vencer a desolação espiritual

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O que acontece em nosso coração quando somos tomados por uma ‘desolação espiritual?’ Foi a pergunta feita por Francisco na missa da manhã desta terça, dia 27 de setembro, na Casa Santa Marta, centralizada no personagem de Jó. O Papa acentuou a importância do silêncio e da oração para vencer os momentos mais sombrios. Neste dia de São Vicente de Paulo, o Papa ofereceu sua missa às Irmãs Vicentinas, as Filhas da Caridade, que trabalham na Casa Santa Marta.  

Ouça a reportagem na íntegra.

“Jó estava com problemas: havia perdido tudo”. A partir desta leitura, que apresenta Jó despojado de todos os seus bens, inclusive seus filhos, o Papa desenvolveu a homilia. “Jó se sente perdido, mas não maldiz o Senhor”.

Todos, cedo ou tarde, vivemos uma grande desolação espiritual

Jó vive uma grande ‘desolação espiritual’ e desafoga com Deus. É o desabafo de ‘um filho diante de seu pai’. O mesmo o faz o profeta Jeremias, que desabafa com o Senhor, mas sem blasfemar: 

“A desolação espiritual é uma coisa que acontece com todos nós: pode ser mais forte ou mais fraca... mas é uma condição da alma obscura, sem esperança, desconfiada, sem vontade de viver, que não vê a luz no fim do túnel, que tem agitação no coração e nas ideias... A desolação espiritual nos faz sentir como se nossa alma fosse ‘achatada’: quando não consegue, não quer viver: ‘A morte é melhor!’ desabafa Jó. Melhor morrer do que viver assim'. E nós devemos entender quando nosso espírito está neste estado de tristeza geral, quando ficamos quase sem respiro. Acontece com todos nós, e temos que compreender o que se passa em nosso coração”.

Esta, acrescentou o Papa, “é a pergunta que devemos nos por: ‘O que se deve fazer quando vivemos estes momentos escuros, por uma tragédia familiar, por uma doença, por alguma coisa que me leva ‘prá baixo’. Alguns pensam em engolir um comprimido para dormir e tomar distância dos fatos, ou beber ‘dois, três, quatro’ golinhos’... “Isto não ajuda. A liturgia de hoje nos mostra como lidar com a desolação espiritual, quando ficamos mornos, prá baixo, sem esperança”.

Quando nos sentimos perdidos, rezar com insistência

No Salmo responsorial 87 está a resposta: “Chegue a ti a minha prece, Senhor”. É preciso rezar – disse o Papa – rezar com força, como disse Jó: gritar dia e noite até que Deus escute:

“É uma oração de bater na porta, mas com força! “Senhor, eu estou cheio de desventuras. A minha vida está à beira do inferno. Estou entre aqueles que descem à fossa, sou como um homem sem forças’. Quantas vezes nós sentimos assim, sem forças... E esta é a oração.  O Senhor mesmo nos ensina como rezar nestes momentos difíceis. 'Senhor, me lançaste na fossa mais profunda. Pesa sobre mim a Tua cólera. Chegue a Ti a minha oração’. Esta é a oração: assim devemos rezar nos piores momentos, nos momentos mais escuros, mais desolados, mais esmagados, que nos esmagam mesmo. Isto é a rezar com autenticidade. E também desabafar como desabafou Jó com os filhos. Como um filho”.

O Livro de Jó, em seguida, fala do silêncio dos amigos. Diante de uma pessoa que sofre, disse o Papa, “as palavras podem ferir”. O que conta é estar perto, fazer sentir a proximidade, “mas não fazer discursos”.

Silêncio, oração e presença, por isso realmente ajuda aqueles que sofrem

“Quando uma pessoa sofre, quando uma pessoa se encontra na desolação espiritual – continuou o Papa -, você tem que falar o mínimo possível e você tem que ajudar com o silêncio, a proximidade, as carícias, com a sua oração diante do Pai":

“Em primeiro lugar, reconhecer em nós os momentos de desolação espiritual, quando estamos no escuro, sem esperança, e nos perguntar por quê? Em segundo lugar, rezar ao Senhor, como na liturgia de hoje, com este Salmo 87 que nos ensina a rezar, no momento de escuridão. 'Chegue a Ti a minha oração, Senhor'. E em terceiro lugar, quando me aproximo de uma pessoa que sofre, seja por doenças, seja por qualquer sofrimento, mas que está na desolação completa, silêncio; mas silêncio com tanto amor, proximidade, ternura. E não fazer discursos que, depois, não ajudam e, também, lhe fazer mal”.

"Rezemos ao Senhor - concluiu Francisco –, para que nos conceda essas três graças: a graça de reconhecer a desolação espiritual, a graça de rezar quando estivermos submetidos a este estado de desolação espiritual, e também a graça de saber acolher as pessoas que passam por momentos difíceis de tristeza e de desolação espiritual”.

Foto: L’Osservatore Romano

27/09/2016 - Atualizado em 27/09/2016 09:29

Notícia - Dom Ladaria: Papa quer valorizar o papel das mulheres na Igreja

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Teve início nesta segunda-feira, dia 26 de setembro, em Roma, o “Simpósio sobre o papel da mulher na Igreja”, organizado pela Congregação para a Doutrina da Fé, no Instituto de Estudos Superiores sobre a Mulher (ISSD) do Ateneu Regina Apostolorum. Dom Luis Ladaria Ferrer, Secretário do dicastério, que se encontrou ontem com o Papa e conversou com a Rádio Vaticano:

Dom Luis Ladaria - Este simpósio nasce do desejo do Santo Padre de aprofundar o estudo sobre as mulheres na Igreja, de modo que o papel das mulheres seja cada vez mais valorizado. A primeira coisa a dizer é que as palestras nesta conferência na sua grande maioria são feitas por mulheres: portanto, aqui há uma presença feminina também do ponto de vista teológico. Os temas principais são os fundamentos teológicos da vocação da mulher na vida da Igreja, a mulher na Escritura, a mulher na História da Igreja, em seguida, a Revolução Cultural - em certo sentido - que estamos vivendo, a perspectiva filosófica e teológica da diferença sexual, a presença feminina nas esferas institucionais da Igreja, os grandes temas - a Igreja Sacramento e esposa e mãe, com todas as implicações para as mulheres. São grandes temas que serão tratados por uma ou duas conferencistas. Não teremos apenas uma visão de cada um desses temas, mas sempre uma variedade de pontos de vista.

Rádio Vaticano– Qual a necessidade de se reunir para debater este tema?

Dom Luis Ladaria - Foi uma iniciativa do Santo Padre, por que as mulheres são, pelo menos a metade dos cristãos e têm direito a ter voz; na Igreja Católica o ministério ordenado é reservado aos homens, mas há um papel da mulher que deve ser cada vez mais valorizado. Então, essa é a razão.

RV - O Santo Padre falou da necessidade de uma profunda teologia da mulher: quais poderiam ser as bases para construí-la?

Dom Luis Ladaria - Bem, isso é o que tentamos fazer neste simpósio: portanto, os fundamentos teológicos, como foi na história, como foi valorizada ou não valorizada a mulher na história, ver um pouco o passado para ir aos desafios do presente.

RV - O Santo Padre disse aos bispos brasileiros: “Não devemos reduzir o compromisso das mulheres na Igreja, mas sim promover o seu papel ativo na comunidade eclesial”. Como promovê-lo?

Dom Luis Ladaria - Sempre com iniciativas pastorais, e com um pouco de imaginação, sabendo que o mundo muda e que também nós devemos mudar, e a Igreja deve encontrar maneiras de se tornar cada vez mais presente, em todas as esferas, e aqui, a presença da mulher pode ser decisiva.

RV - Como mudou ao longo do tempo o papel das mulheres na Igreja?
Dom Luis Ladaria - Eu falo da minha experiência como professor de uma faculdade de teologia: em todas as faculdades de teologia hoje há mulheres; cinquenta anos atrás isso não existia... É claro que em outros campos as mulheres sempre estiveram muito presentes. Pensemos na área da saúde, na educação: aqui sempre estiveram muito presentes. Mas agora elas também estão presentes neste lugar de reflexão teológica e não é uma questão secundária. 

Foto: ANSA

27/09/2016 - Atualizado em 27/09/2016 10:08

Notícia - Colômbia e Farc assinam histórico acordo de paz

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Depois de mais de cinquenta anos de conflito armado entre o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), um acordo de paz foi selado nesta segunda-feira, dia 26 de setembro. Para ser definitivamente colocado em prática, no entanto, o texto do pacto ainda deverá ser aprovado em um referendo nacional do próximo domingo. Os 52 anos de conflito deixaram cerca de 260 mil vítimas fatais, 45 mil desaparecidos e 6,9 milhões de deslocados.

O que diz o acordo?

As Farc se comprometeram a entregar todas as suas armas às Nações Unidas; a não se envolver em crimes como sequestro, extorsão ou recrutamento de crianças; romper ligações com o tráfico de drogas; e cessar ataques contra as forças de segurança e civis.

O texto assinado inclui um plano para o desenvolvimento agrícola integral, dando aos ex-guerrilheiros acesso à terra e a serviços, além de criar uma estratégia para a substituição sustentável de cultivos ilícitos.

Com esse documento, será criado um sistema de justiça para punir os responsáveis por crimes no qual as vítimas terão algum tipo de reparação. As punições incluem restrição de liberdade e, no caso de o autor não reconhecer o crime, pode ir para a cadeia comum por até 20 anos.

Fim das plantações

O governo colombiano também deverá desenvolver um plano de investimentos para o desenvolvimento do campo para dar aos agricultores oportunidades de ter renda e qualidade de vida de maneira lícita, sem o cultivo e produção de drogas.

As Farc ainda se comprometeram a romper os laços com o mercado de drogas, além de apoiar os esforços do governo para combater o narcotráfico. Os movimentos sociais que estão na base das Farc receberão garantias de que poderão fazer política sem armas.

A cerimônia de assinatura

Cerca de 2,5 mil pessoas vestidas de branco, entre elas 250 vítimas, estiveram presentes para escutar o anúncio que, por décadas, parecia uma realidade impossível: o fim da violência entre guerrilheiros, paramilitares e agentes do Estado.

Na cerimônia, compareceram 15 chefes de Estado, incluindo o presidente cubano Raúl Castro, anfitrião das conversações de paz intermediadas também por Noruega, Venezuela e Chile. Também participaram do evento histórico o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, o rei emérito da Espanha, Juan Carlos, e vários representantes de organizações internacionais.

O acordo, um documento de 297 páginas que procura trocar “balas por votos”, promovendo o desarmamento da guerrilha e sua transição para a vida política legal, foi assinado com um “balígrafo”: uma caneta feita com restos de balas usadas em metralhadoras e fuzis. Os líderes estrangeiros que vieram para a cerimônia foram presenteados com réplicas da criação, que leva a frase “as balas escreveram nosso passado, a educação, o nosso futuro” inscrita em sua extensão.

A presença da Santa Sé com o cardeal Parolin

Pouco antes do ato oficial, na igreja de San Pedro Claver, o Cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano e enviado do Papa Francisco para a cerimônia, presidiu uma oração pela reconciliação dos colombianos, que se repetiu em vários centros de culto por todo o país.

O Cardeal Parolin, assegurou aos presentes que que o Papa Francisco acompanhou de perto o processo e lhe pediu que transmitisse a “sua proximidade ao povo colombiano e suas autoridades”.

“O Santo Padre tem seguido com grande atenção os esforços dos últimos anos na busca de harmonia e reconciliação” no país sul-americano.

Participaram da cerimônia o núncio apostólico, Dom Ettore Balestrero, e o Presidente da Conferência Episcopal da Colômbia, Dom Luis Augusto Castro de Tunja.

Foto: Juan Pablo Bello/ SIG

27/09/2016 - Atualizado em 27/09/2016 10:45

Notícia - Audiência: "A Igreja é de todos; é tempo de misericórdia!"

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“O perdão na Cruz” foi o tema da audiência geral desta quarta-feira, dia 28 de setembro. O Papa Francisco começou o encontro com os fiéis na Praça São Pedro com as palavras proferidas por Jesus “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”, e desenvolveu uma reflexão baseada no relato do evangelista Lucas sobre os dois malfeitores crucificados com Jesus, que se dirigiram a ele, cada um de um modo.

Ouça a reportagem na íntegra.


Desesperado, o primeiro o insulta: “Tu não és o Cristo? Salva-te a ti mesmo e a nós!”. Seu grito era angustiado, diante do mistério da morte, ele sabia que somente Deus podia dar uma resposta de salvação.

Jubileu, tempo de graça para bons e maus

Morrendo na cruz, inocente entre dois criminosos, cumpre-se a sua doação de amor e nos salvamos para sempre. Fica demonstrado que a salvação de Deus pode chegar a todos, em qualquer condição, mesmo a mais dolorosa. “Por isso, prosseguiu o Papa, o Jubileu é tempo de graça e misericórdia para todos, bons e maus, estejam em saúde ou na doença. Nada nos pode separar do amor de Cristo!”.

“A quem está crucificado numa cama do hospital, a quem vive recluso num cárcere, a quem está encurralado pelas guerras, eu digo: Levantai os olhos para o Crucificado. Deus está convosco, permanece convosco na cruz e a todos se oferece como Salvador”. 

O bom ladrão que respeita Deus

O segundo malfeitor era o chamado ‘bom ladrão’. Suas palavras foram um modelo maravilhoso de arrependimento. Primeiro, ele se dirige a seu companheiro: “Nem sequer temes a Deus, tu que sofres a mesma pena?”, uma expressão que evidencia o temor de Deus – não o medo de Deus – mas o respeito que lhe é devido.

Continuando, o Papa explicou que “o bom ladrão se dirige diretamente a Jesus, confessa abertamente a própria culpa, invoca sua ajuda, o chama por nome, pede a Jesus que se lembre dele: é a necessidade do homem de não ser abandonado. Assim, o condenado à morte se torna modelo do cristão que se entrega a Jesus.

Perdão em gestos concretos

A promessa feita ao bom ladrão – “Hoje estarás comigo no Paraíso” - revela o pleno cumprimento da missão que o trouxe à terra. Desde o início até ao fim, Jesus se revelou como Misericórdia; Ele é verdadeiramente o rosto da misericórdia do Pai: «Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem». E não se trata apenas de palavras, mas de gestos concretos como no perdão oferecido ao bom ladrão.  

Concluindo, o Papa convidou todos a deixarem que a força do Evangelho penetre em nossos coração e nos console, nos dê esperança e a certeza íntima de que ninguém está excluído do seu perdão.  

Síria: proteger civis é um dever imperativo e urgente

Ao final da Audiência Geral, o Papa fez mais um apelo em prol da Síria. Eis as palavras de Francisco:

“Meu pensamento vai novamente à amada e martirizada Síria. Continuam chegando notícias dramáticas sobre a condição da população de Aleppo, à qual me sinto unido no sofrimento através da oração e da proximidade espiritual. Ao expressar a minha profunda dor e preocupação com o que está acontecendo nesta sofrida cidade – onde morrem crianças, idosos, doentes, jovens.... todos – renovo  a todos um apelo para que se comprometam, com todas as forças, na proteção dos civis, um dever imperativo e urgente. Apelo à consciência dos responsáveis pelos bombardeios, que deverão prestar contas disso diante de Deus.”

Em sua próxima viagem internacional, que tem início na sexta-feira, o Papa Francisco terá a oportunidade de encontrar representantes da comunidade assírio-caldeia em Tbilisi, capital da Geórgia. Com o Patriarca de Babilônia dos Caldeus, o Pontífice fará uma oração de pela paz, de modo especial pela Síria e pelo Iraque.

A Organização das Nações Unidas (ONU) afirmou domingo, dia 25 de setembro, que pelo menos 139 pessoas morreram nos últimos dias devido aos ataques na parte leste de Aleppo.

Foto: AP

28/09/2016 - Atualizado em 28/09/2016 10:10

Notícia - Vicariato Santa Cruz no Retiro da Pascom: unidade e avanços no anúncio da Boa Nova

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Há cerca de dois anos Santa Cruz é o oitavo vicariato da Arquidiocese do Rio de Janeiro. Na nova configuração, o recém criado vicariato fica integrado por 37 paróquias, divididas em quatro foranias, num território que inclui os bairros de Campo Grande, Sepetiba, Senador Vasconcelos, Paciência, Cosmos, Guaratiba, Ilha de Guaratiba, Pedra de Guaratiba e Santa Cruz. Os agentes da Pastoral da Comunicação desta região se preparam para participar, no próximo dia 8 de outubro, a partir das 8h30, do Retiro Arquidiocesano da Pascom, no Santuário Mariano de Schoenstatt.

Neste ano, o encontro será promovido sob a inspiração do tema: “Misericórdia, Encontro e Perdão”, e refletido a partir do lema: “E não tendo nada a oferecer, retribuiu com amor, o Amor recebido” (Lc, 7 36-38). Para o coordenador da Pastoral da Comunicação na região, Wendell Pereira, o novo reordenamento do vicariato vem contribuindo para o trabalho pastoral. Ele ressaltou ainda que as diversas atividades e encontros, como o retiro da pascom, são oportunidades para o compartilhamento de ideias e a promoção para a integração dos vicariatos e suas respectivas foranias.        

“Estamos realizando o desejo do nosso Papa de ser uma Igreja em saída. Nossas reuniões, que acontecem sempre no primeiro sábado do mês, às 15h, são realizadas em paróquias diferentes com o objetivo de nos conhecermos mais, compreendendo assim, a realidade de nossas foranias”, disse.

O coordenador vicarial contou também sobre os avanços da Pastoral da Comunicação na região e fez uma convocação para que todos os agentes da pascom e blogueiros católicos de Santa Cruz participem do retiro arquidiocesano.

"Algumas paróquias do nosso vicariato já estão bem desenvolvidas com jornais, rádios, webtvs... Outras não possuem tais recursos, mas seus paroquianos acabam alimentando as redes sociais e sem saberem já estão sendo pascom. Neste retiro vamos nos reunir com todos os vicariatos, compartilhar o nosso conhecimento, e claro, orar juntos. Quando nós não nos reunimos, damos aquilo que é de "nós" e não de Deus. Que nós possamos aproveitar esse momento único da nossa Igreja, especialmente nesse Ano Santo da Misericórdia, em que também teremos a oportunidade de passar juntos pela Porta Santa", desejou Wendell.

Retiro Arquidiocesano da Pascom: Inscrições abertas

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De acordo com a Comissão Arquidiocesana da Pastoral da Comunicação, o encontro é destinado não só aos agentes da Pascom, mas também aos blogueiros católicos que atuam na Arquidiocese do Rio. As inscrições já estão abertas no valor de R$ 25, incluso material de apoio e almoço, e podem ser feitas através da fanpage da Pascom Rio.

 

28/09/2016 - Atualizado em 28/09/2016 12:24


Notícia - Itália: alguns sobreviventes do terremoto na Audiência Geral

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Algumas pessoas provenientes de Arquata e Pescara del Tronto, localidades italianas abaladas pelo terremoto de 24 de agosto passado, participaram da Audiência Geral com o Papa Francisco, nesta quarta-feira, dia 28 de setembro, junto com o Bispo de Ascoli Piceno, Dom Giovanni D'Ercole.

O Santo Padre abençoou e beijou a pequena Speranza, menina de um mês extraída viva dos escombros de Arquata.
 
Dentre os participantes da audiência estava também o Prefeito de Arquata del Tronto, Aleandro Petrucci, emocionado pelo encontro com o Papa Francisco que foi convidado pelo prefeito a visitar aquelas terras afetadas duramente pelo abalo sísmico. 

“Agora, devemos trabalhar a fim de que o Papa encontre uma terra que se reergue e é capaz de fazê-lo”, disse Petrucci. No grupo havia também os habitantes de Capodacqua, uma fração de Arquata del Tronto, quase completamente destruída.

Francisco dirigiu uma saudação especial a alguns operários da Região da Basilicata, que foram demitidos.

“Desejo que a conjuntura atual grave de desemprego possa encontrar uma solução positiva através do compromisso incisivo da parte de todos a fim de abrir caminhos de esperança. A taxa de desemprego não pode mais aumentar”, disse o Papa.

Francisco saudou também a delegação da Diocese de Roma que preparou a Semana da Família que se realizará de 2 a 8 de outubro.

Foto: L’Osservatore Romano

28/09/2016 - Atualizado em 28/09/2016 14:22

Formação - Pétalas de Misericórdia

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Finalizamos o mês de setembro, quando celebramos o Dia Nacional e o Mês da Bíblia! Ela nos traz a Palavra de Deus, que é luz para o nosso caminho e, portanto, de suma importância na vida da Igreja. Na liturgia pós Vaticano II, temos uma abundância de leituras na liturgia da missa e em todas as celebrações dos sacramentos e também nas reuniões e encontros. Aos domingos três leituras mais o salmo totalizam 4 trechos bíblicos, além das outras citações litúrgicas e mesmo da música que, ao cantar a liturgia, é baseada na Sagrada Escritura. O incentivo para a “Lectio Divina”, ou leitura orante da Bíblia, em nossos círculos bíblicos e nossas reuniões faz parte das recomendações da Igreja. Isso mostra a atenção que a Igreja faz da escuta do Senhor e nos ajuda a entrarmos ainda mais em outubro. Já iniciamos a Primavera e aqui em nossa região já caíram as primeiras chuvas dessa estação. É baseado na experiência do encontro com Cristo, iluminado pela Palavra de Deus e conduzido pelo Espírito Santo que adentramos o mês das Missões e do Rosário, com a Semana Nacional da Família abrindo com o grande exemplo da padroeira das missões, Santa Terezinha do Menino Jesus e da Sagrada Face, que nos legou a “pequena via” e que na Igreja, como queria ser tudo, escolheu ser o amor, o coração.

De forma providencial, a Igreja coloca o mês das missões após o mês da Bíblia, a exemplo de Maria Santíssima (que celebraremos solenemente em outubro), que, após ouvir a Anunciação do Arcanjo São Gabriel que conceberia e daria a luz ao Filho de Deus, saiu para servir à sua prima Isabel. Este é o sentido da missão, servir a todos em Nome do Senhor, fazer-se presença silenciosa e amorosa. Com isso, a Igreja, Mãe e Mestra, nos ensina que todos nós batizados somos missionários em todos os locais nos quais nos encontramos, a começar pela nossa família, e abrindo-nos como Igreja em saída para todas as realidades, indo para as “águas mais profundas” proclamando que experimentamos e anunciamos a misericórdia do Senhor.

E é neste sentido que a Igreja inicia o Mês das Missões com Santa Teresa do Menino Jesus e da Sagrada Face, mais carinhosamente conhecida como Santa Terezinha do Menino Jesus. Esta pequena monja, em estatura humana, nasceu em 1873 e faleceu, com 24 anos e 09 meses, em 1897. Sem nunca sair do seu convento, sua fama de santidade se espalhou como um grande perfume de rosas pelo mundo. É espantoso vermos o crescimento devocional popular em torno desta mística que uniu intimamente o seu coração ao Coração do Seu Senhor.

Aos olhos do mundo ela não teria nada de especial e também não teria motivo para chamar a atenção de uma multidão tão enorme de pessoas. Porém, entre seus devotos, tivemos diversos santos após ela – padres, bispos, religiosas e religiosos – e, hoje, o Papa Francisco declarou expressamente que um de seus livros de cabeceira é o “História de uma alma”. Esse pequeno manuscrito é a autobiografia da vida desta amada santinha, e que aqui sim vemos como ela foi se deixando talhar pela ação da Misericórdia do Senhor.

O Papa Pio XI assim declarou a respeito dela: “O gênio deslumbrador de Agostinho, a sabedoria luminosa de Santo Tomás de Aquino projetaram sobre as almas uma luz que não conhece ocaso; o poema divino vivido por São Francisco de Assis mostra ao mundo a imitação desconhecida da vida de Deus feito homem; mas uma jovem carmelita, mal atingindo a idade adulta, conquistou em menos de meio século um número incalculável de discípulos. Os doutores da lei fizeram-se crianças em sua escola”.

Ela nos conta como foi sua infância, de sua personalidade difícil por ser criança cheia de mimos e de como seu temperamento era forte. De como se deu o casamento de seus pais após a tentativa de ambos em serem religiosos. Do piedoso sacerdote que foi instrumento para a formação dessa nova família. Da forma como era vivida a vida religiosa do casal e de como instruíam as filhas na fé católica, das missas, praticamente, diárias. Das dificuldades financeiras dos pais, ele um relojoeiro e ela com o dom de bordadeira. Conta também sobre o nascimento dos filhos e a morte de alguns deles. Apresenta as dores que sentiu com a morte da mãe, hoje Santa Zélia Guarin (o casal foi canonizado), da escolha da irmã para ser sua nova mãe e como sofreu com a partida dela para a vida no Carmelo. Partilha como escolheu ingressar no Carmelo, e sua inusitada visita ao então Papa reinante, Leão XIII, de como se ajoelhou aos pés do Papa e pediu essa graça a ele de forma ousada. Anuncia sua alegria quando conseguiu seu ingresso no Carmelo, através da carta que chegou de seu bispo dias depois da visita ao Papa. Recebeu a visita de seu pai, hoje, São Luiz Martin (casal canonizado), já com idade avançada, ao Carmelo, com a saúde já totalmente combalida.

Mais especificamente sobre si, Terezinha nos conta que, para além dos defeitos próprios, também uma doença que chamou de “escrúpulos”, e como foi curada pela “Virgem do Sorriso”, sua bela devoção.

Na sua autobiografia, Terezinha nos mostra o seu lado humano com toda coragem e ímpeto, que somente quem está com o coração alicerçado no Senhor pode ter. Jamais aquela pequena monja poderia imaginar que, após a sua morte, em tão pouco tempo alcançaria as graças às quais menciona logo no início da autobiografia, quando assim diz: “Durante muito tempo perguntava a mim mesma porque Deus tinha preferências, por que todas as almas não recebiam igual medida de graças. Admirava-me vê-Lo prodigalizar favores extraordinários a Santos que O tinham ofendido, como São Paulo, Santo Agostinho, e aos quais forçava, por assim dizer, a receberem suas graças; ou então ao ler a vida dos santos, que Nosso Senhor se comprazia em acarinhá-los desde o berço até o túmulo, sem lhes deixar no caminho nenhum tropeço que os tolhesse de se levantarem até Ele, em predispor essas almas com tais favores, a ponto de não poderem empanar o brilho imaculado de sua veste batismal; perguntava-me a mim mesma por que os pobres selvagens, por exemplo, morriam em grande número antes mesmo de terem ouvido pronunciar o nome de Deus... Dignou-se Jesus esclarecer-me a respeito desse mistério. Pôs-me diante dos olhos o livro da natureza, e compreendi que todas as flores que por Ele são criadas são formosas, que o esplendor da rosa e a brancura do lírio não eliminam a flagrância da violetinha nem a encantadora simplicidade da bonina... Fiquei entendendo que se todas as florzinhas quisessem ser rosa, perderia a natureza sua gala primaveril, já não ficariam os vergéis esmaltados de florinhas...” (Pag. 26, “História de uma alma – Manuscritos autobiográficos”, Santa Terezinha do Menino Jesus e da Sagrada Face. Editora Paulus. SP : 2012).

Terezinha, embora tenha vivido num período histórico bastante difícil, não é fruto do iluminismo francês; é uma reação clara ao jansenismo, que tinha colocado Deus longe do homem. Uma menina mimada no coração da família Martin que saberá, apenas sendo dócil à graça de Deus, assumir uma postura de crítica e questionadora dentro da própria Igreja. A sua palavra não chega a nenhum lugar durante a sua vida. Porém, mal acabara de morrer, sua imã, Madre Inês, começou a reunir seus escritos, que tornou pública a vida de nossa Terezinha.

Tudo na pequena Teresa foi rápido. Ela tinha pressa desde os inícios de sua vida religiosa. A pressa dos santos, dos profetas que percebem que têm na sua vida pouco tempo e muitas coisas para realizar. Terezinha foi e é para a humanidade uma “palavra do Senhor” encarnada na História, que soube traduzir o evangelho dos pequenos e dos pobres. Jesus continua a pousar o Seu olhar sobre os que não têm voz, que não possuem a força da autoridade, mas que têm a força do amor, pela qual sabe atingir o coração mais duro.

Terezinha inaugurou e iniciou o caminho que ela chamou de “pequena via”, e não se pode entendê-lo por meio da especulação e da força da inteligência, mas pelo caminho do coração. É o caminho dos pequenos que continua a surpreender o mundo, sempre mais sofisticado. E é nesse mundo que continua sua missão, a de mostrar a “Face Misericordiosa do Senhor” para uma sociedade cheia de soberba e de orgulho, que busca o prazer hedonista a todo custo e que, após isso, busca o prazer e sentido existencial nos consultórios dos psicólogos e psiquiatras, com remédios para preencher o vazio do seu coração que, segundo Agostinho, possui o tamanho exato de Deus. Ela nos mostra que pode ser alcançado no cotidiano de nossas vidas, por gestos pequenos, de superar-se nos pequenos desafios e sabendo que sendo Deus o nosso Tesouro nada nos falta, conforme nos lembra a Mãe espiritual de Terezinha, a grande Teresa de Ávila, no século XVI. Afinal, já bem nos lembra o Evangelho: onde está o teu tesouro aí está o teu coração.

Diante da simplicidade de uma criança, só uma atitude é cabível: a contemplação. Saber contemplar é saber amar com o coração o que só os olhos veem. É ir além das aparências, penetrar a profundidade e buscar o sentido tão evidente e tão escondido do amor.

Teresa de Lisieux é uma santa destinada a permanecer como um grande exemplo e intercessora na Igreja e no mundo. No início deste Terceiro Milênio tem uma grande mensagem a oferecer ao homem e à mulher da assim chamada pós-modernidade, onde a razão, o bem-estar, o conforto e a técnica parecem ter valor absoluto. Terezinha reaproxima-nos de Deus e nos faz sentir que é necessário “pegar Deus pelo coração”, e não ter medo da misericórdia infinita do Senhor. Ela nos diz que mesmo que tivéssemos na consciência os maiores crimes deveríamos confiar na misericórdia de Deus. Dentro do Ano do Jubileu da Misericórdia é para nós uma alegria e consolo ler esse texto.

Ainda é importante lembrarmos que Santa Terezinha, pouco antes de nascer para Deus, nos exorta a pedirmos a ela sua intercessão, quando diz que faria cair uma chuva de rosas sobre todos que a ela invocassem; por isso é também conhecida como Santa Terezinha das rosas. Ao dizer isso, fez a promessa para todos que precisam, sem limites, pois estava inebriada dessa Misericórdia, de todo ser humano, por isto que fez a promessa para todos que dela necessitassem. Tal atitude só nos demonstra que Terezinha realmente encontrou a sua missão na Igreja, qual seja, a de ser o “Amor”, isto é, de amar a todos indistintamente. Terezinha levou isso a cabo, ao extremo, pois quer auxiliar a todos nós com suas orações diante do Senhor.

Percorramos também nós na “pequena via” de Santa Terezinha, a grande Teresa de Lisieux, doutora da Igreja, para que possamos mergulhar na misericórdia de Deus, deixando que ela vá às mais profundas raízes do nosso ser, e que ela nos transforme para que possamos, neste mundo tão conturbado, ser sinal de esperança e caridade. Desta forma, poderemos convidar outras pessoas, pelo nosso exemplo, para que também se aproximem de Deus e venham experimentar como é bom saber que todos somos filhos muito amados muito antes mesmo de sermos concebidos.

 

30/09/2016

Formação - D. Vilar, Bispo de São João da Boa Vista

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Tenho muitos laços com a minha Diocese de origem, São João da Boa Vista, onde nasci, fui batizado, fiz primeira comunhão, fui crismado, ordenado diácono, presbítero e bispo, aonde exerci meu ministério sacerdotal, fui vigário, pároco, prior, abade, colaborando com muita alegria com meus amados bispos, Dom Tomás Vaquero, cujo centenário há pouco celebrávamos de seu nascimento; e Dom Dadeus Grings, pois estive presente em muitos trabalhos pastorais, conselhos, assembleias. Hoje o Papa Francisco oferece a Diocese o quinto bispo diocesano nomeando o querido irmão, Sua Excelência Reverendíssima Dom Antônio Emídio Vilar, SDB, até o presente momento Bispo Diocesano de São Luiz de Cáceres, no MT. Estive em Cáceres para o jubileu da Diocese que, no passado, era território de São Sebastião do Rio de Janeiro, e como ele é salesiano temos laços em comum, pois estudei teologia em faculdade salesiana.

Dom Antônio Emídio Vilar nasceu em 14 de novembro de 1957, no distrito de Guardinha, na cidade mineira de São Sebastião do Paraíso, Diocese de Guaxupé. Cursou o Ensino Fundamental no Grupo Dr. Washington Luís – Batatais; em Pindamonhangaba (Instituto Coração Eucarístico) e em Lavrinhas (Ginásio São Manoel).Cursou o ensino Médio no Ginásio São Manoel – Lavrinhas, SP. Cursou a Filosofia em Lorena (1976-1978) e a Teologia na UPS-Universidade Pontifícia Salesiana, em Roma. Possui Bacharelado e mestrado em teologia na UPS-Universidade Pontifícia Salesiana- Roma (1981-1986) e doutorado em liturgia pela FAI (Faculdade Nossa Senhora da Assunção, SP (1993).

Antes de ser eleito bispo exerceu os seguintes ofícios: Coordenador de estudos no aspirantado, em Pindamonhangaba (1986); Coordenador de Estudos de Filosofia e Coordenador de Pastoral, em Lorena (1987-1989); Juiz do Tribunal Eclesiástico de Aparecida (1987-2008); Diretor do aspirantado, em Pindamonhangaba (1990); Coordenador de Estudos e professor no Instituto Teológico Pio XI, São Paulo (1991-1993); Membro da SOTER-Sociedade de Teologia e Ciências da Religião (1991-1998); Diretor e professor do Instituto Teológico Pio XI- São Paulo (1994-1998); Conselho Inspetorial da Inspetoria Salesiana de São Paulo (1998-2006); Mestre de noviços em São Carlos (1999-2001); Mestre de noviços e diretor dos Salesianos em São Carlos (2002-2007); Conselho de presbíteros da Diocese de São Carlos (2006-2007); Pároco da Paróquia N. S. Auxiliadora e Diretor do Instituto Dom Bosco- São Paulo (2008).”

Nomeado Bispo pelo Papa Bento XVI, no dia 23 de julho de 2008, Dom Antônio Emídio Vilar, Salesiano de Dom Bosco, primeiramente como 5o Bispo Diocesano de São Luiz de Cáceres. Escolheu como lema: “A vida pelas ovelhas” (Jo 10,11). Sua ordenação ocorreu no dia 27 de setembro de 2008, na Paróquia Nossa Senhora Auxiliadora, no Bairro do Bom Retiro, em São Paulo (SP), sendo sagrante Sua Eminência Reverendíssima Dom Odilo Pedro Sherer, Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom José Vieira de Lima, 4º. Bispo de São Luiz de Cáceres e Dom Hilário Moser (em minha época diretor de estudos da teologia), Bispo Emérito de Tubarão. Dom Antonio Emídio Vilar tomou posse na Catedral de São Luiz de Cáceres no dia 25 de outubro de 2008. Na Diocese mato-grossense Dom Vilar começou seu trabalho pastoral ouvindo as necessidades da Diocese, dialogando com o Clero, religiosos, religiosas e leigos e leigas. Teve a alegria de presidir a celebração dos cem anos de criação da Diocese, em 2010, quando estive também presente, e dinamizou profundamente a ação pastoral da Diocese de São Luiz de Cáceres. Atualmente é também vice-presidente da Conferência Episcopal Regional Oeste 2 e membro da Comissão episcopal para a Juventude da CNBB.

Agora eleito para 5º. Bispo Diocesano de São João da Boa Vista chegará a uma diocese muito importante dentro do contexto da Igreja que caminha no Estado de São Paulo. Uma Igreja rica de vocações sacerdotais, um clero admirável e evangelizador, e lideranças leigas que estão comprometidas com a vivência do Evangelho e com o querigma da evangelização. Ao desejar a Sua Excelência Reverendíssima, Dom Antônio Emídio Vilar, boas vindas em minha região terra natal, na nossa diocese de origem, desejo-lhe todas as luzes necessárias para bem servir esse povo de Deus que ali caminha continuando o trabalho de seus antecessores, homens provados na lida com o povo, na santificação da gente santa de nossa Diocese.

Ao se concretizar a sucessão, cumprimento a D. David Dias Pimentel, que ao completar a idade canônica e num processo doloroso de doença pode contemplar o caminho percorrido e continuar servindo a Igreja sem o peso do governo de uma diocese. Agradeço o empenho pastoral e missionário exercidos nesses anos na Diocese de São João e suplico a Nossa Senhora Aparecida e São João Batista que interceda por esse novo momento de sua vida, dando-lhe as forças necessárias e a saúde em ação de graças pelo muito que fez em favor da Diocese de São João da Boa Vista.

Aos queridos irmãos padres do clero de São João da Boa Vista, a quem tive a honra de pertencer, padres seculares e religiosos de todas as congregações, na pessoa Senhor Vigário Geral, meu caro amigo, cumprimento com o coração cheio de esperança sabendo que receberão o novo bispo de coração aberto continuando juntos a caminhada pastoral da Igreja que peregrina nestas abençoadas terras. Aos leigos e leigas, lideranças da nossa natal Diocese nossa saudação na certeza de estão de coração aberto para Cristo acolhendo Dom Antônio Emídio Vilar, aquele que em nome do Senhor chega para pastorear a Igreja de Boa Vista com o entusiasmo juvenil de São João Bosco e a força evangelizadora de convocar todos para ir ao encontro do Cristo Ressuscitado como São João Batista, que agora o conduzirá pelos belos caminhos da Igreja de São João da Boa Vista.

Iniciamos há dias a primavera, e as primeiras chuvas caíram em nosso solo fecundando-o. Primavera tem tudo a ver com a Páscoa da Ressurreição. Que esperanças novas sejam espalhadas e perfumem os ares da região do leste paulista e sul de minas com mais esse momento.

Que o ministério de Dom Vilar seja graça sobre graça dando plenamente a “sua vida pelas ovelhas”(Jo 10,11) de São João da Boa Vista.


26/09/2016 - Atualizado em 29/09/2016 19:15

Formação - “Turismo para todos: promover a acessibilidade universal”

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A Organização Mundial do Turismo – OMT – celebra, anualmente, em 27 de setembro, o Dia Mundial do Turismo, que tem como lema em 2016: “Turismo para todos: promover a acessibilidade universal”. O Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes, ciente do contributo que a evangelização oferece ao turismo, particularmente de férias e de negócios, quando a Igreja quer manifestar a sua proximidade e a sua presença para aqueles 1.184.000.000 de chegadas internacionais em 2015, ou seja, de turistas que se locomovem por todo o mundo. Devemos nos conscientizar de que o turismo é importante em vários âmbitos da vida humana, com suas qualidades e virtudes, potencialidades de negócios, de repouso, descanso, conhecimento de nações, de pessoas, cultura do encontro e instrumento do desenvolvimento humano, além de promotor da paz e do diálogo entre as culturas diferentes, sobretudo pelo crescimento espiritual.

A Organização Mundial do Turismo afirma que o turismo “constitui um direito aberto do mesmo modo a todos os habitantes do mundo [...], e nenhum obstáculo deve ser interposto no seu caminho”. (Organização Mundial do Turismo, Código Mundial de Ética do Turismo, 1° de outubro de 1999, art. 7 § 1.).O próprio Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes fala de “direito ao turismo”, que é, certamente, concretização do direito “ao repouso e ao lazer, compreendendo nisto uma razoável limitação das horas de trabalho e férias periódicas retribuídas”, reconhecido pelo artigo 24 da  Declaração Universal dos Direitos Humanos, adotada em 1948.

A nível eclesial, os documentos emanados pelo Magistério Pontifício, ressalte-se como principais: Diretório Geral “Peregrinans in Terra” para a Pastoral do Turismo (1969) e a carta Igreja e Mobilidade Humana (1978), “Orientações para a Pastoral do Turismo” (29.06.2001). A partir deles, urge perceber como será possível a Igreja e a Pastoral do Turismo, (das peregrinações e dos santuários) conciliar e caminhar lado a lado nestes novos areópagos de evangelização. Podemos dizer que há três pilares que devem embasar o turismo religioso: o anúncio da Palavra (kerigma), a celebração do mistério da salvação (liturgia) e o ministério à vida humana (diaconia) –, onde a comunidade eclesial assenta. Tentaremos destacar a importância de uma pastoral (dos santuários, peregrinações e do turismo religioso) capaz de acolher, “gerando e cuidando” o peregrino e o turista com criatividade, humanidade, sensibilidade e fraternidade, respeitando os limites culturais, religiosos e sociais de cada um.

Devemos ter presente alguns tipos de turismo: em primeiro plano o turismo de lazer; em segundo, mas não menos importante do que o primeiro, o turismo religioso. No turismo religioso, em nossa Arquidiocese se sobressaem as visitas ao Cristo Redentor e ao seu Santuário Arquidiocesano, passando pela Porta Santa da Misericórdia. As Igrejas históricas de nossa cidade, junto com a Catedral, são pontos admiráveis nessa área do turismo religioso. Cabe a nós iluminarmos a realidade humana do turismo com a Palavra de Deus, que é lâmpada para os nossos pés e luz para os nossos caminhos. Em seguida, devemos promover o respeito pela dignidade da pessoa humana e a procura do bem comum, em consonância com a Doutrina Social da Igreja. Os cristãos, particularmente, são promotores do turismo religioso, com as suas peregrinações aos Santuários de todo o mundo. No Brasil sobressai o turismo religioso e as peregrinações de todos os quantos ao Santuário Nacional de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil.

O turismo religioso tem por finalidade a dimensão da fé, mas também a promoção do caráter religioso dos patrimônios materiais e imateriais da Igreja no Brasil. Por isso urge a implementação de roteiros religiosos, como os caminhos da fé, desenvolvendo atividades que englobem não só as pessoas adultas, mas os jovens, as crianças e, particularmente os adultos, lembrando o que ensina a Santa Sé: “O turismo é uma dimensão que a pastoral diocesana deve considerar como sua componente quotidiana e, como tal, figurar entre os setores que são objeto de atenção regular da parte do Ordinário do lugar e dos seus Conselhos Consultivos”. (Cf. Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes – Orientações para a Pastoral do Turismo, Vaticano, 29 de Junho de 2001, número 34). O Documento de Aparecida destaca: “Na cultura atual surgem novos campos missionários e pastorais que se abrem. Um deles é, sem dúvida, a Pastoral do Turismo (DAp 493).

Neste ano, a OMT fala em “turismo para todos”, que é a permissão de todos os cidadãos a terem acesso de conhecer todo o orbe. Se fala de “turismo acessível”, “turismo sustentável” e “turismo social”. Diz a Mensagem do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes que: Por “turismo acessível”, compreende-se o esforço por garantir que as destinações e os serviços turísticos sejam acessíveis a todos, independentemente do perfil cultural, dos limites permanentes ou temporários (físicos, mentais ou sensoriais) ou das necessidades particulares, como as que requerem, por exemplo, as crianças e os anciãos. O conceito de “turismo sustentável” inclui o compromisso por obter que esta atividade humana seja a mais respeitosa possível da diversidade cultural e ambiental do lugar que acolhe, levando em consideração as repercussões presentes e futuras. A encíclica Laudato si, do Papa Francisco, pode ser de grande ajuda na boa gestão da criação que Deus confiou ao ser humano. O “turismo social”, por sua vez, pretende que não sejam excluídos aqueles que têm uma cultura diferente, menos recursos econômicos ou que vivem em regiões mais desfavorecidas. Entre os grupos destinatários das intervenções deste setor encontram-se os jovens, as famílias numerosas, as pessoas com desabilidade e os anciãos, como nos lembra o Código Mundial de Ética do Turismo. (Cf. Organização Mundial do Turismo, Código Mundial de Ética do Turismo, art. 7 § 4.).

Nesse sentido, é prudente ressaltar a importância da Pastoral do Turismo – Pastur. “A Pastoral do Turismo é a ação da Igreja que visa a evangelizar, com novos métodos, as pessoas envolvidas na prática do turismo, tanto aquelas que se deslocam pelos mais variados motivos como as que estão envolvidas em todo processo”. A missão da Igreja nesse âmbito consiste, justamente, em dar um rosto humano ao turismo. Falar de turismo significa referir-se à realidade da mobilidade humana, que tem em seu centro o ser humano. “O propósito central da Pastoral do Turismo é o de suscitar aquelas condições excelentes que ajudam o cristão a viver a realidade do turismo como momento de graça e de salvação”. “O turismo pode ser considerado, sem dúvida, como um daqueles novos areópagos de evangelização, um daqueles grandes campos de civilização contemporânea e da cultura, da política e da economia, nos quais o cristão é chamado a viver sua própria fé e sua vocação missionária”. (Pontifício Conselho para os Migrantes – Orientações para a Pastoral do Turismo, 18).

“O turismo põe em contato com as outras formas de viver, com outras religiões, com outras formas de ver o mundo e a sua história. Isto leva o homem a descobrir-se a si mesmo e aos outros, como indivíduos e como coletividade, imersos na vasta história da humanidade, herdeiros e solidários de um universo familiar e ao mesmo tempo desconhecido. Surge uma nova visão dos outros, que liberta do risco de permanecer fechados em si próprios”. (Mensagem para o Dia Mundial do Turismo, 2001, núm. 3).

O Santo Padre, o Papa Francisco, nos convida a nos aproximarmos da natureza com “a abertura para a admiração e o encanto”, falando “a língua da fraternidade e da beleza na nossa relação com o mundo” (Laudato si’, n. 11). Eis a justa abordagem a adotar em relação aos lugares e aos povos visitados, num turismo para todos. É esta a estrada para aproveitar que as nossas cidades, as nossas comunidades são convidadas ao acolhimento dos turistas, de acessibilidade universal. Gerar renda e promover o patrimônio específico permite despertar aquele sentido de orgulho e de autoestima úteis a fortalecer a dignidade das comunidades hospedeiras, estando, no entanto, sempre atentos a não trair territórios, tradições e identidades em favor dos turistas. Todos devem ter direito de serem recebidos, ressaltando, acima de tudo, a identidade de quem recebe. Ensina o Papa Francisco que é nas comunidades locais que “é possível gerar uma maior responsabilidade, um forte sentido de comunidade, uma especial capacidade de solicitude e uma criatividade mais generosa, um amor apaixonado pela própria terra, tal como se pensa naquilo que se deixa aos filhos e netos”. (Laudato si’, n. 179).

Promovendo um turismo acessível, sustentável e social para todos, em que se respeite o outro e se respeite as culturas locais, estaremos acolhendo o mundo e dando testemunho, num mundo conturbado de intolerância, violência e ódios, da cultura do encontro e da troca de experiências para que se valorize a especificidade de cada cultura própria em favor do primado da paz e da relação entre os povos. 


28/09/2016 - Atualizado em 29/09/2016 19:12

Formação - Miquéias: contra os chefes e profetas

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Estamos concluindo o mês de setembro, quando comemoramos o Dia Nacional e o Mês da Bíblia. É uma iniciativa da CNBB que existe desde a década de 70 e que, além do tema e lema de cada ano, contempla um livro a ser aprofundado e meditado. Neste ano é o livro do profeta Miquéias. Continuamos a reflexão, agora acerca do terceiro capítulo deste livro que, como livro bíblico, contempla situações muito atuais.

Miquéias foi um profeta corajoso, fiel a Deus, defensor dos pobres e fiel no seu comportamento de defender a prática: “Por acaso, não é obrigação de vocês conhecer o direito”? (Mq 3,1). Que esse espírito profético reacenda o nosso compromisso com a construção do Reino da Vida, no qual as pessoas reunidas em famílias, grupos, comunidades e nações vivam na fraternidade, na solidariedade e na justiça.

Miquéias é um dos profetas “escritores” de Judá, que fala e age com base nas necessidades e expectativas de seu povo. A Bíblia testemunha, na história do reino de Judá, as atuações de outros profetas escritores, seus grupos de sustentação e suas funções sociais.

Miquéias chama, carinhosamente, seu “grupo de apoio” de meu “meu povo” e defende a vida deles contra a elite governante: “vocês são gente que devora a carne do meu povo e arranca suas peles; quebra seus ossos e os faz em pedaços, como um cozido no caldeirão”. (Mq 3,3). Miquéias pronuncia os gemidos e gritos dos camponeses para produzir mudança da ordem social. (Mq 3,9-10.12; cf. Jr 26,18).

O Capitulo 3º de Miquéias está dividido em três partes: 1- contra os chefes que oprimem o povo; 2- contra os profetas mercenários e 3- aos responsáveis: anúncio da ruína de Sião.

1- Contra os chefes que oprimem o povo- (Mq 3,1-4) - Existem vários crimes cometidos pelos governantes: a) “voltar da guerra”: os camponeses são recrutados constantemente, deixando o cultivo da terra na mão de mulheres e crianças. Apesar disso, eles ainda são obrigados a pagar os tributos pesados; b) “arrancar o manto”: o direito dos pobres é violado (Dt 24, 10-13; Am 2,8); c) “expulsar as mulheres de casa”: a casa é o espaço central da vida das mulheres no mundo patriarcal (Pr 31, 10-31); d) “tirar dos seus filhos a dignidade”: as crianças têm seu direito à herança negado.

2- Contra os profetas mercenários- (Mq 3, 5-8) - Miquéias não contesta a inspiração desses profetas, mas os acusa de serem interesseiros. Os textos bíblicos sobre os profetas da corte se multiplicam. Segundo esses textos, podemos enumerar várias funções e características dos profetas a serviço do Estado: a) viver sustentados e subordinados à corte: “comem das mãos do ser”; b) instruir o povo conforme as leis de Deus oficial do Estado; c) instruir a vontade de Deus do rei diante da situação de emergência. No caso de guerra, por exemplo, o profeta justifica e declara a guerra santa, quase sempre legitimando os interesses dos poderosos. Estes profetas anunciavam o que as pessoas poderosas querem ouvir. Esses mesmos profetas “declaram a guerra contra os que nada lhes põem na boca” (Mq 3,5c). Miquéias afirma que os profetas da corte “extraviam meu povo” (Mq 3, 5a), provavelmente agricultores endividados e oprimidos, chamados de “meu povo”, que perdem sua terra, família e casa.

3- Aos responsáveis: anúncio da ruína de Sião- (Mq 3, 9-12) - Acredita-se que Miquéias disse as palavras “no tempo de Ezequias (Jr 26,18), um rei zeloso pela forma da liturgia (2 Rs 18-20; 2 Cr 29,32), mas evidentemente cego a outros abusos contra os pobres. Por causa da piedade de Ezequias, os chefes proclamam: “o Senhor no meio de nós” (Mq 3,11). Quando refletimos sobre os capítulos 2-3, ponderamos o custo sobre a miséria humana por causa da ganância e da sensualidade dos chefes, primeiro tirando as pessoas das casas que residiam e finalmente reduzindo Jerusalém a um monte de ruínas. O templo, o monte Sião, a cidade de Jerusalém concentravam a presença de Deus do Senhor: é contra eles que o castigo é dirigido. Jeremias inspira-se neste oráculo para o seu discurso contra o templo, e os juízes o citam no julgamento de Jeremias (7 e 26). Sobre a desolação em Sião, diz o profeta Miquéias (3,12): Por isso, por culpa vossa, Sião será arada como um campo, Jerusalém se tornará lugar de ruínas, e as montanhas do Templo, cerro de brenhas”.

Ao ler este capítulo de Miquéias, podemos tirar de exemplo para a nossa caminhada espiritual que muitas vezes passamos por dificuldades e turbulências, que muitas vezes aparecem em nossas vidas falsos pastores e outras vozes querendo nos ludibriar para sairmos do caminho verdadeiro de Deus. O nosso papel é o de mantermos seguros no Senhor Deus.

            

29/09/2016 - Atualizado em 29/09/2016 19:19

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