20/01/2016
Agenda - Procissão e Missa de São Sebastião em Bonsucesso
Agenda - Trezena de São Sebastião: 9º Dia - Sexta, 15 de janeiro
15/01/2016 - Atualizado em 15/01/2016 11:10
Formação - Dai ao nosso tempo a vossa paz
A Igreja se reúne, esta semana, para celebrar o segundo domingo do Tempo Comum. O presbítero, então, em nome da assembleia, dirige ao Pai, por intermédio de Cristo, na potência do Espírito Santo, a seguinte oração: “Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a Terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz”. Nessa oração se faz duas petições: “escutai com bondade as preces do vosso povo” e “dai ao nosso tempo a vossa paz”. A paz, dom de Deus e encargo do homem, é uma das necessidades mais urgentes de nosso tempo, marcado com tantas formas de violência e de guerra.
A comunidade eclesial tem a tarefa constante de interceder pela paz no mundo e de realizá-la entre os povos. Tal encargo nasce da sua natureza de Corpo Místico do Senhor, como prolongamento da paz trazida e ofertada por Cristo: “eu vos disse tais coisas para terdes paz em mim. No mundo tereis tribulações, mas tende coragem: eu venci o mundo!” (Jo 16,35). O Papa Francisco tem insistido muito na necessidade da Igreja se tornar um instrumento de paz entre os homens. Ele escreveu sua mensagem para o 49º Dia Mundial da Paz, no primeiro dia do ano. O texto dessa mensagem versa sobre a necessidade de se fomentar a cultura da misericórdia e da solidariedade, a fim de se conquistar relações mais pacíficas para o mundo.
O ponto nevrálgico para a conquista da paz, segundo o Pontífice, está na superação da “globalização da indiferença”. O comportamento humano de indiferença se manifesta em três níveis: com Deus, com o próximo e com a criação. A indiferença em relação a Deus se caracteriza por uma atitude de autossuficiência, fruto de uma concepção materialista, niilista e relativista. Em relação às pessoas, a indiferença se apresenta como um fechamento do coração e dos olhos, desinteressando-se dos outros e esquivando-se dos problemas sociais. Com a natureza, ela ocorre com a omissão diante de tantos problemas graves na casa comum. De todos esses três níveis, a indiferença em relação a Deus é a mais grave, pois gera no coração do homem um vazio existencial e uma reduzida compreensão de sua identidade, das suas relações e da sua pertença ao cosmos.
Como antídoto contra tal atitude de fechamento, o Pastor da Igreja propõe uma conversão à misericórdia. Jesus é o rosto da misericórdia divina, por isso, somente Ele pode revelar ao homem a medida salutar do seu relacionamento com Deus, com o próximo e com a natureza. De fato, o ministério do Senhor é marcado por ensinamentos e atos que rompem as distâncias e criam condições de comunhão e de paz. A Igreja é convocada a viver essa abertura cristã, a fim de que a indiferença seja vencida e reine uma cultura de compaixão e de paz. O Ano Santo de 2016 quer favorecer o conhecimento e a vivência do amor visceral de Deus, apresentado por Jesus Cristo, para imprimir no coração da humanidade uma mudança de perspectiva em sua cultura. O testemunho da misericórdia é a senda da comunidade eclesial para ajudar o mundo a abandonar o indiferentismo e a vivenciar a paz.
Ao pedido pela paz para o nosso tempo feito pela assembleia litúrgica na celebração eucarística desse domingo, corresponde um compromisso ético e missionário de viver como instrumento de paz, de reconciliação e de comunhão. Esse compromisso pela paz – assumido por todos os cristãos – se concretiza em ações de misericórdia, de perdão e de cuidado, quebrando todas as formas de indiferença em relação a Deus, ao próximo e aos problemas ecológicos. O Papa nos alerta: “Vence a indiferença e conquista a paz”. O Ano Santo da Misericórdia é uma grande oportunidade para que a paz de Cristo seja comunicada pela Igreja aos homens.
15/01/2016 - Atualizado em 15/01/2016 14:27
Formação - Eles não têm mais vinho
Depois das festas natalinas, inicia-se o Tempo Comum, em que continuamos a viver os principais Mistérios da Salvação na caminhada histórica da Igreja. O Evangelho deste Segundo Domingo do Tempo Comum (Jo 2, 1-11) nos fala das Bodas de Caná. O motivo da escolha desse texto para este domingo – o segundo depois da Epifania – é explicado na frase conclusiva: Jesus, em Caná da Galiléia, deu início aos sinais e manifestou sua glória, e seus discípulos creram Nele (Cf. Jo 2, 11).
Falar de bodas, casamento nos remete a vários trechos bíblicos em que a comparação do povo eleito com Deus se faz como um casamento, às vezes fiel e outros momentos infiel por parte do povo. Mas sempre demonstrando a fidelidade do Senhor que vai em busca da esposa perdida.
O início dos sinais de Jesus, segundo João, é justamente vir ao encontro do povo de Deus para restaurar a alegria da festa do casamento simbolizada no vinho novo, que é melhor que o antigo. Aparece a figura de Maria como mãe preocupada com a situação dos filhos e recomenda o caminho do recomeço da aliança: “fazei tudo o que Ele disser”.
Corrobora com esse aspecto a primeira leitura deste domingo (Is 62, 1-5) em que se conclui a perícope com a clareza dos esponsais eternos: “assim como o jovem desposa a donzela, assim teus filhos te desposam; e como a noiva é a alegria do noivo, assim também tu és a alegria do teu Deus”! Esses dois textos do domingo (primeira leitura e o evangelho) se comentam entre si e nos fala do amor de Deus por seu povo, e a necessidade de colocar em prática o que Jesus, o Filho de Deus, nos coloca para que tudo se transforme na vida do povo de Deus.
Merecem ser destacadas as palavras de Maria: “Eles não têm mais vinho”; “Fazei o que Ele vos disser” (Jo 2, 3.5). Em ocasião de festas, era costume que as mulheres amigas da família se encarregassem de preparar tudo. A Virgem Maria, que presta a sua ajuda, percebe o que se passa. Mas Jesus, seu Filho e seu Deus, está ali; acaba de iniciar-se o seu ministério público. E ela sabe melhor que ninguém que o seu Filho é o Messias. E dá-se então um diálogo cheio de ternura e simplicidade entre a Mãe e o Filho, que o Evangelho nos relata: “A Mãe de Jesus disse-lhe: Não têm vinho”. Pede sem pedir, expondo uma necessidade. E desse modo nos ensina a pedir.
“Em Caná, ninguém pede à Santíssima Virgem que interceda junto de seu Filho pelos consternados esposos. Mas o coração de Maria, que não pode deixar de se compadecer dos infelizes, impele a assumir, por iniciativa própria, o ofício de intercessora e a pedir ao Filho o milagre. Se a Senhora procedeu assim sem que lhe tivessem dito nada, que teria feito se lhe tivessem pedido que interviesse?” (Santo Afonso Maria de Ligório). Que não fará quando – tantas vezes ao longo do dia! – lhe dizem “rogai por nós”? Que não iremos conseguir se recorremos a Ela?
Portanto, o Evangelho deste segundo domingo do tempo comum, narra uma festa de casamento e não informa nada sobre o nome dos noivos. O Evangelista tomou um fato histórico e deu-lhe um sentido espiritual e teológico: o verdadeiro noivo é o Cristo, Deus em pessoa, que vem desposar sua esposa, o povo de Israel e, mais precisamente, o novo Israel, a Igreja, representada pela Mulher – a Virgem Maria! Tudo, na perícope do Evangelho, fala disso: porque o Messias-Esposo chegou, a água da Antiga Aliança (água da purificação segundo os ritos judaicos da Lei de Moisés) é transformada no vinho da Nova Aliança (o vinho, símbolo da alegria e da exultação do Espírito Santo, que é fruto da morte e ressurreição do Senhor). É esta a glória que Jesus manifestou, é este o sinal! “Sinal” não é um simples milagre; “sinal” é um gesto do Senhor Jesus carregado de sentido profundo, que revela Sua pessoa, Sua missão e Sua obra de salvação.
Também nós hoje temos necessidade, neste ano do jubileu da misericórdia, de escutarmos o Senhor que nos manda a ter atitudes simples (como encher as vasilhas com água) para fazer grandes maravilhas neste nosso necessitado tempo (o vinho novo).15/01/2016 - Atualizado em 15/01/2016 14:38
As obras de misericórdiaFormação - As obras de misericórdia

Na bula “Misericordiae Vultus”, diante de um mundo marcado pela pobreza e pelo sofrimento, o Papa Francisco indica as obras de misericórdia como uma das marcas principais da vivência do Ano Santo da Misericórdia: “é meu vivo desejo que o povo cristão reflita, durante o Jubileu, sobre as obras de misericórdia corporal e espiritual” (MV 15). Tal reflexão tem um objetivo muito concreto: “será uma maneira de acordar nossa consciência, muitas vezes adormecida perante o drama da pobreza, e de entrar cada vez mais no coração do evangelho, onde os pobres são os privilegiados da misericórdia divina” (MV 15). Desta forma, se abre a proposta de formarmos a nossa consciência, a fim de que possamos praticar a caridade diante dos irmãos mais necessitados.
Um olhar sobre a Escritura
No Primeiro Testamento, Deus, por meio dos profetas, pedia ao povo de Israel que vivesse certas obras de misericórdia. Encontramos tais obras em passagens como Jó 31,16-21; 22,6-7; Eclo 7,32-35; Tb 1,16-18; Is 58,6-7; 61,1. Citamos aqui, como exemplo, a passagem de Is 58,6-7: “Por acaso não consiste nisto o jejum que escolhi: em romper os grilhões da iniquidade, em soltar as ataduras do jugo e pôr em liberdade os oprimidos e despedaçar todo o jugo? Não consiste em repartir o teu pão com o faminto; em recolher em tua casa os pobres desabrigados, em vestires aqueles que vês nu e em não te esconderes daquele que é tua carne?”. Assim, o israelita piedoso sabia da necessidade de ajudar os mais necessitados: os famintos, os sedentos, os nus, os pobres, os oprimidos, os prisioneiros, os sem abrigo, os doentes, os escravos, os órfãos e as viúvas.
No Novo Testamento, Jesus, Deus conosco, praticava as obras de misericórdia – “ao ver a multidão Jesus teve compaixão dela, porque estava cansada e abatida como ovelha sem pastor (Mt 9,36)” – e pedia aos seus discípulos para serem misericordiosos como o próximo – “Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia” (Mt 5,7) e “Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso” (Lc 6,36). A Igreja apostólica continuou a vivência de tais obras. Isso nos atesta estas passagens das cartas de São Paulo – “Ele nos consola em todas as nossas tribulações, para que possamos consolar os que estão em qualquer tribulação, mediante a consolação que nos mesmos recebemos de Deus” (2Cor 1,4), de São João – “Filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas com ações e em verdade” (1Jo 3,18) e de São Tiago – “A sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, depois pacifica, indulgente, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, isenta de parcialidade e de hipocrisia” (Tg 3,7).
A mim o fizestes! (Mt 25,40)
A passagem de Mt 25,31-49 é o coração das obras de misericórdia na Escritura. Nesse texto, Jesus faz um discurso sobre o julgamento final por ocasião de sua parusia. Ele apresenta a prática da caridade como critério universal para os homens. Tal prática é expressa nas seguintes obras: dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, acolher os peregrinos, vestir os nus e visitar os doentes e presos (cf. Mt 25,35-36). Aos que tiverem praticado as obras de misericórdia, o Senhor dirá: “Vinde, benditos de meu Pai, recebei por herança o Reino preparado para vós desde antes da fundação do mundo” (Mt 25,34). É muito importante a identificação que o Senhor faz com os necessitados: “Em verdade vos digo, cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25, 40). O Senhor, quando se identifica com os mais pequeninos, orienta seus discípulos ao cuidado e a amor pelos mais sofredores.
A Tradição e as Obras de Misericórdia
A Igreja, em consonância com a Escritura, procurou sempre refletir e praticar as obras de misericórdia. Os escritores eclesiásticos, os padres e os doutores da Igreja e os santos testemunham a vontade eclesial de corresponder com o mandamento do amor deixado por Cristo. Nesse sentido, deixamos um catálogo de obras de misericórdia apresentado no “Pastor de Hermas”, texto do século I: “assistir as viúvas, socorrer os órfãos e os indigentes, resgatar da escravidão os servidores do Deus, ser hospitaleiro, não se opor a ninguém, viver em paz, praticar a justiça, proteger a fraternidade, suportar a violência, ser paciente, não ter rancor, consolar os aflitos, não se afastar de quem abandonou a fé, mas convertê-lo e dar-lhe coragem, admoestar os pecadores, não reprimir os devedores e os indigentes”.
Seguindo uma inspiração de Orígenes, Santo Agostinho vai desenvolver a sua reflexão sobre as obras pedidas em Mt 25,31-49, dividindo-as em corporais e espirituais. Essa divisão permanecerá na Tradição eclesial e ganhará sua consolidação nos ensinamentos de Santo Tomás de Aquino. A propósito, esse Santo Doutor afirma que “Em si mesma, a misericórdia é a maior virtude. Compete a ela, com efeito, socorrer as deficiências dos mais necessitados”.
As obras de misericórdia
O Catecismo da Igreja Católica, nº 2447, nos diz que “as obras de misericórdia são as ações caritativas pelas quais socorremos o próximo em suas necessidades corporais e espirituais”. O catálogo das obras de misericórdia, recolhidas da Sagrada Escritura e meditadas e vividas pela Tradição, se divide em dois tipos: as obras corporais e as espirituais. As primeiras, extraídas de Mt 25, 35-36 e de Tb 1,17, são: dar de comer aos famintos, dar de beber aos sedentos, vestir os nus, acolher os peregrinos, dar assistência aos enfermos, visitar os presos e enterrar os mortos. As espirituais, fruto da meditação da Igreja e das necessidades dos homens, são: aconselhar os indecisos, ensinar os ignorantes, admoestar os pecadores, consolar os aflitos, perdoar as ofensas, suportar com paciência as pessoas molestas e rezar a Deus pelos vivos e defuntos.
Reprodução: consolata.org
15/01/2016 - Atualizado em 15/01/2016 15:25
Formação - A Palavra de Deus na Bíblia (29): Interpretação e tradução da Bíblia
Entre os métodos e abordagens que são preciso conhecer para entender o estado da questão da Exegese Bíblica Contemporânea na Igreja Católica, prima entender bem o método Histórico-Crítico.
Por isso, prosseguimos neste espaço colocando os leitores do “TF” nos traços da avaliação mesma da Igreja, através do Documento da Pontifícia Comissão Bíblia: “A interpretação da Bíblia na Igreja” (1993).
Inicialmente, o método crítico parecia trazer à leitura da Bíblia uma sensação de fragmentação e instabilidade de conteúdo, parecia um método demolidor da compreensão espiritual da unidade da Bíblia. Sobretudo, parecia cair por terra conceitos tão fundamentais, como já pudemos ver em artigos anteriores, como Revelação, Inspiração, Hagiágrafos:
“No desejo de estabelecer a cronologia dos textos bíblicos, esse gênero de crítica literária se limitava a um trabalho de cortes e de decomposição para distinguir as diversas fontes e não dava uma atenção suficiente à estrutura final do texto bíblico e à mensagem que ele exprime em seu estado atual (mostrava-se pouca estima pela obra dos redatores). Dessa maneira, a exegese histórico-crítica podia aparecer como fragmentária e destrutora, ainda mais que certos exegetas, sob a influência da história comparada das religiões, tal como ela se praticava então, ou partindo de concepções filosóficas, emitiam contra a Bíblia julgamentos negativos”1
Este modo de agir que divorciava a leitura bíblica da Tradição era visto como um empecilho na utilização do mundo católico de então. Esta situação começa a mudar com Gunkel, entre outros, que traz novas possibilidades de estudar e analisar o Antigo Testamento de modo mais coerente com suas origens:
“Hermann Gunkel fez o método sair do gueto da crítica literária entendida desta maneira. Se bem tenha continuado a considerar os livros do Pentateuco como compilações, ele aplicou sua atenção à textura particular das diferentes partes. Ele procurou definir o gênero de cada uma (por exemplo, “legenda” ou “hino”) e seu ambiente de origem ou “Sitz im Lebem” (por exemplo, situação jurídica, liturgia, etc.)”2
A esta pesquisa dos gêneros literários assemelha-se o “estudo crítico das formas” (“ Formgeschichte”), inaugurado na exegese dos sinóticos por Martin Dibelius e Rudolf Bultmann. Este último misturou aos estudos de “Formgeschichte” uma hermenêutica bíblica inspirada na filosofia existencialista de Martin Heidegger, como pudemos ver em artigo anterior (25).
Em consequência, a “Formgeschichte” suscitou muitas vezes sérias reservas. Mas este método, em si mesmo, teve como resultado a declaração de que a tradição neoestamentária obteve sua origem e tomou sua forma na comunidade cristã, ou Igreja primitiva, passando da pregação do próprio Jesus à predicação que proclama que Jesus é o Cristo. “ Formgeschichte” aliou-se à “ Redaktionsgeschichte”, “estudo crítico da redação”.
Esta última procura coloca em evidência a contribuição pessoal de cada evangelista e as orientações teológicas que guiaram o trabalho de redação deles. Com a utilização deste último método, a série das diferentes etapas do método Histórico-Crítico tornou-se mais completa: da crítica textual passa-se a uma crítica literária que decompõe (pesquisa das fontes), depois a um estudo crítico das formas, enfim a uma análise da redação, que é atenta ao texto em sua composição.
Desta maneira tornou-se possível uma compreensão mais clara da intenção dos autores e redatores da Bíblia, assim como da mensagem que eles dirigiram aos primeiros destinatários. O método histórico-crítico adquiriu então uma importância de primeiro plano.
2. Princípios3
Para bem compreendermos o método Histórico-Crítico é necessário que percebamos seus pontos de partida:
Os princípios fundamentais do método Histórico-Crítico em sua forma clássica são os seguintes: O documento o explica pela sua própria proposta: ser histórico, crítico e analítico!
A) É um método histórico não só porque ele se aplica a textos antigos — no caso, aqueles da Bíblia — e estuda seu alcance histórico, mas também e, sobretudo, porque ele procura elucidar os processos históricos de produção dos textos bíblicos, processos diacrônicos algumas vezes complicados e de longa duração.
Em suas diferentes etapas de produção, os textos da Bíblia são dirigidos a diversas categorias de ouvintes ou de leitores, que se encontravam em situações de tempo e de espaço diferentes.
B) É um método crítico, porque ele opera com a ajuda de critérios científicos tão objetivos quanto possíveis em cada uma de suas etapas (da crítica textual ao estudo crítico da redação), de maneira a tornar acessível ao leitor moderno o sentido dos textos bíblicos, muitas vezes difícil de perceber.
C) Método analítico, ele estuda o texto bíblico da mesma maneira que qualquer outro texto da Antiguidade e o comenta enquanto linguagem humana. Entretanto, ele permite ao exegeta, sobretudo no estudo crítico da redação dos textos, perceber melhor o conteúdo da revelação divina.
Estes três princípios estão articulados entre si e caracterizam o Método Histórico-Crítico e suas contribuições na construção da Exegese Bíblica contemporânea.
15/01/2016 - Atualizado em 15/01/2016 17:16
Formação - Vinho novo da alegria
É sempre importante olharmos, além das leituras bíblicas, também os textos eucológicos que a Sagrada Liturgia nos apresenta. Hoje, na oração coleta, o sacerdote diz: “Deus eterno e todo-poderoso, que governais o céu e a terra, escutai com bondade as preces do vosso povo e dai ao nosso tempo a vossa paz”. Sim, Deus é aquele que governa todo o universo e hoje, bem no início de um novo ano, esse pedido de “paz” para o nosso tempo ressoa aos nossos ouvidos. Precisamos de “paz verdadeira”, que mais do que ausência de tribulações é a certeza da presença de Cristo que guia e conduz a história da humanidade, embora tantas vezes possa parecer que o barco da existência humana anda à deriva.
Na primeira leitura ouvimos um trecho do Trito-Isaías. Estes últimos capítulos do profeta foram escritos no pós-exílio. Temos neste trecho uma profecia com relação à Jerusalém. Deus promete que não se calará, enquanto não surgir, sobre a Cidade Santa e sobre o povo eleito, como uma luz, a “justiça” e a “salvação”. A profecia traz uma imagem matrimonial. A cidade não mais será chamada “desamparada”. Ela receberá um nome novo. Deus e o povo hão de desposar a cidade santa e Jerusalém para Deus uma alegria, tal qual aquela que é a esposa para o esposo.
Várias vezes encontramos essa imagem matrimonial nos profetas para designar a relação de Deus com o seu povo. De fato, o amor matrimonial numa sociedade monogâmica indica uma relação de especial predileção e exclusividade. Assim é o amor de Deus pela humanidade: um amor esponsal. Nesse amor esponsal Deus é o marido fidelíssimo que jamais abandona a sua esposa, ainda que esta tantas vezes lhe seja infiel, como vemos em outro profeta, Oséias, nos seus três primeiros capítulos, onde a vida do profeta e o seu matrimônio com uma mulher adúltera torna-se uma imagem da relação de Deus com o seu povo.
A história da salvação vem assim apresentada como uma grande celebração de núpcias, onde Deus espera ansiosamente o momento de desposar o seu povo, definitivamente. É o que se dá no Evangelho, quando o primeiro dos “sinais” de Jesus se realiza dentro de uma festa de casamento, demonstrando-nos assim que, a salvação trazida por Cristo, o Mistério da sua Páscoa, é o grande casamento de Deus com a humanidade.
O Evangelho é sempre o coração de toda a liturgia da Palavra. É a luz dele que relemos o Antigo Testamento e, descobrimos então neste vasto universo, o mistério de Cristo. Depois de apresentar ao seu Filho a situação dos noivos e de receber dele uma resposta – a de que ainda não havia chegado a sua “hora” – ela mesma, Maria, vai dizer aos funcionários: Fazei tudo o que Ele vos disser. Em todo o Evangelho essa parece ser a mais significativa frase da Virgem Maria. Ela nos projeta para o Cristo e nos faz olhar para Ele, ouvindo e guardando em nosso coração a Sua Palavra, como ela mesmo o fez de maneira perfeita.
Abre-se, então, a terceira parte da passagem: a realização do milagre. Jesus dá uma ordem à qual os serviçais obedecem prontamente. Eles enchem as talhas, seis, com 100 litros cada, e as levam ao mestre sala. Este, ao provar a água, percebe que se trata de um vinho melhor, muito melhor do que até então vinha sendo servido.
As últimas duas partes da passagem nos trazem respectivamente o diálogo entre o mestre sala e os noivos e a conclusão, que nos mostra que o início dos sinais de Jesus se deu ali, em Caná. A conclusão se reveste de uma particular importância porque ela nos revela que, a partir deste sinal, a “glória” de Jesus se manifestou e seus discípulos “creram” nele. O milagre serve, assim, para suscitar a fé.
Esta passagem resume para nós a história da salvação. O vinho primeiro pode ser entendido como a primeira aliança. Este era bom, mas ainda imperfeito, uma vez que a primeira aliança era sinal e prefiguração de uma aliança melhor, àquela que deveria se realizar em Cristo. O vinho novo, que causa a admiração do mestre-sala, é a Nova Aliança, a que Cristo nos traz, e que supera infinitamente a antiga. Aliás, convém lembrar que muitas vezes no Antigo Testamento o vinho, sinal de alegria e prosperidade (cf. Sl 104,15), aparece ligado ao festim escatológico (cf. Am 9,13; Is 25,6 etc), que aqui é inaugurado por Cristo nas Bodas de Caná.
Em se tratando da celebração da Eucaristia, contexto no qual este texto é lido hoje este evangelho, convém ressaltar a ligação desta imagem do vinho novo com a Eucaristia. A Eucaristia é antecipação do festim que será realizado nos céus. Ela é a renovação constante do banquete messiânico inaugurado por Cristo na última ceia e que é, de certa forma, prenunciado nesta passagem. O vinho novo da alegria é o Sangue de Cristo, dado a nós para que tenhamos vida em abundância.
A liturgia é não só memória e realização, mas também profecia. Celebramos o Mistério da Páscoa na expectativa da consumação dos tempos. Enquanto aguardamos este dia, vivendo no tempo da Igreja, cumpre-nos seguir aquilo o que a Palavra de Deus nos orienta a fim de que a vida cristã seja, de fato, cristã. Por isso, precisamos colher também uma lição da segunda leitura. Trata-se de um trecho do cap. 12 da 1 Coríntios, onde Paulo fala aos seus irmãos a respeito dos dons. Poderíamos ficar com dois versículos: os dons são diversos, mas um mesmo é o Espírito (cf. v. 4) e ainda “a casa um é dada a manifestação do Espírito para o bem comum” (cf. v. 7).
Não importa qual seja o dom com o qual tenhamos sido agraciados pelo Senhor, devemos ser sempre gratos, pois foi o único e mesmo Espírito do Senhor que nos agraciou com tal dom, chamando-nos a servir à Igreja por este meio. Importa, também, recordar, que os dons não são para nós, mas sim para o “bem comum”. Seja qual for o dom que recebemos de Deus Ele não é para nos enaltecer e, sim, para servirmos ao mesmo Deus por meio dos irmãos.
Que o Senhor nos ajude a viver assim, servindo sempre com humildade, obedecendo à voz do Cristo, como ordenou aos servos do Evangelho a Santa Virgem Maria!
15/01/2016 - Atualizado em 15/01/2016 18:01
São Sebastião: o santo que vai ao encontro dos excluídosNotícia - São Sebastião: o santo que vai ao encontro dos excluídos

A tarde do oitavo dia da Trezena de São Sebastião, 14 de janeiro, começou com a visita da imagem peregrina ao quartel do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, no Estácio, que, na ocasião, fez a escolta do comboio. A comitiva foi recebida pelo subcomandante Xavier e o Cardeal Orani abençoou o local.
No Hospital Central da Polícia Militar, o subdiretor administrativo, Tenente Coronel Alessandro Veiga, o médico diretor técnico Tenente Coronel Mário de Luca e o Major Capelão Marcelo Araújo receberam a imagem de São Sebastião, junto aos diáconos ordinariado militar César Augusto e Rogério Pereira. No local, Dom Orani presidiu a celebração.
Devoto de São Sebastião, Ministro Extraordinário da Sagrada Comunhão na Paróquia Nossa Senhora da Conceição, em Ramos, militar e o primeiro a chegar para a celebração. Esse é o também Primeiro Tenente Enfermeiro do setor de ortopedia Flávio Ferreira, que traz para o ofício o exemplo de amor, fraternidade e misericórdia do santo mártir.
“A gente tenta conciliar a nossa profissão junto a questão do amor ao próximo, a fraternidade, sermos além de profissionais, imitadores de São Sebastião, transformando através do amor. É uma grande honra participar desse momento e receber, junto ao nosso corpo clínico militar, a imagem peregrina e com ela tudo aquilo que o mártir representa para nós como um cristão que transformou a Igreja na fidelidade e amor. Sempre fui muito devoto de São Sebastião, desde criança, esse amor aumentou ainda mais depois que me tornei militar”, contou.
“Temos consciência de que quanto mais experimentamos o amor de Deus e a Sua misericórdia, mais o coração do homem se transforma e se molda para fazer o bem aos outros. Pedimos nesta celebração, para que São Sebastião nos ajude, com seu exemplo de homem de Deus, para que possamos exercer bem a nossa profissão e, ao mesmo tempo, viver como cristão olhando o outro como irmão”, disse Dom Orani durante a celebração.
“Ainda que a palavra ‘obrigado’, esteja relacionada à gratidão, reconhecimento, ela não seria suficientemente única para agradecer a Vossa Eminência pela maneira atenciosa com que nos trata, com que nos oferta com sua presença. Por isso, gostaria de agradecer pela felicidade de poder tê-lo, compartilhando conosco, este dia, e pela oferta de momentos de paz, compaixão, fraternidade e misericórdia”, disse o subdiretor do hospital, tenente coronel Alessandro Veiga que, ao final da celebração, entregou a Dom Orani uma placa comemorativa.
Após a celebração, o cardeal visitou e abençoou os enfermos nos leitos da enfermaria. Para o médico diretor técnico do hospital Tenente Coronel Mário de Luca, a visita da imagem peregrina é como uma mão amiga que ajudará tanto aos que estão doentes quanto as famílias.
“Essa é uma mensagem de conforto e solidariedade para as pessoas que estão no hospital e que necessitam de uma mão amiga, não só da parte técnica, mas também espiritual. Essa força acolhedora, com certeza, ajudará no tratamento dos pacientes e no conforto às famílias”, completou.
Para o Major Capelão padre Marcelo Araujo a visita do cardeal junto a imagem peregrina revigora as forças daqueles que já estão abatidos pela doença e também aos funcionários do hospital.
“A presença de Dom Orani traz paz aos corações já tão sofridos pela enfermidade, não só aos doentes, mas também a todo efetivo que aqui trabalha. No momento difícil em que enfrentamos, a presença do cardeal com a imagem do padroeiro da cidade traz um novo alento, uma nova esperança e, de fato, revigora as forças naqueles que já estão abatidos pela debilidade”, disse o capelão.
O próximo local a receber a visita da imagem peregrina foi a Capela São José, na Vila Mimosa, em São Cristóvão, pertencente à Basílica Menor Santa Teresinha, na Tijuca. O prior da basílica, Frei Francisco Edglêi Alves de Souza, recebeu a réplica do santo.
“Essa é uma das realidades mais desafiadoras da nossa comunidade paroquial. Graças a Deus por ser assim, porque nos desestabiliza, nos tira do nosso conforto. É uma capela que tem caminhado diante das dificuldades, mas temos recebido bastante apoio da arquidiocese e do nosso vicariato, que tem colaborado com que é necessário. Junto às celebrações litúrgicas, temos a catequese que atua na comunidade, a missão da irmã Maribel e também dos irmãos da Toca de Assis”, contou o Frei Francisco.
Para a irmã Maribel Perez, que realiza um trabalho de acolhimento a mulheres em situação de prostituição, a visita da imagem de São Sebastião mostra a presença da Igreja nos locais mais excluídos. Ela acredita que a região passou a ser conhecida não só como Vila Mimosa, mas também como um lugar de missão.
“A visita da imagem peregrina é muito importante, pois mostra como a Igreja vai, cada vez mais, ao encontro os excluídos, justamente o que Papa Francisco tem insistido. Cada vez que a trezena passa por aqui, há uma motivação maior que confirma a nossa missão. Durante esse tempo, a Igreja passou a conhecer esse lugar não por ser a Vila Mimosa, mas por existir aqui um trabalho de missão. Antes era conhecido somente como lugar de prostituição, agora acredito que as pessoas saibam que a Igreja está presente aqui”, ressaltou.
Durante a celebração, o cardeal afirmou que a Igreja tem um rosto misericordioso e que ela é chamada a se sentir amada por Deus para, consequentemente, anunciar a Boa Nova aos demais sem descriminação ou preconceito.
“Quero falar aqui, mais do que nunca, do Ano da Misericórdia. São Sebastião nos anuncia com a sua passagem, com a imagem peregrina, nos fala do amor de Deus a todos. O Senhor ama aqueles que estão há mais tempo formando a vila, às mulheres que estão em situação de prostituição, Ele ama a todos. A Igreja tem esse rosto misericordioso, sem exclui a ninguém, mas todas as realidades fazem parte da sua missão e a todos ela anuncia o amor de Deus e a misericórdia do Senhor. Esse anúncio o Papa Francisco deseja que a Igreja primeiro escute e se sinta amada pelo Senhor e, consequentemente, possa estendê-lo aos demais. As pessoas que são amadas por Deus merecem o nosso respeito sem descriminação e preconceito”, concluiu.
Foto: Gustavo de Oliveira
15/01/2016 - Atualizado em 15/01/2016 11:55
São Sebastião intercede pelos encarcerados e dependentes químicosNotícia - São Sebastião intercede pelos encarcerados e dependentes químicos

O nono dia da Trezena São Sebastião, 15 de janeiro, começou com visitas àqueles que estão privados de liberdade e aos dependentes químicos que buscam se recuperar do vício. O arcebispo da Arquidiocese do Rio, Dom Orani João Tempesta, junto à imagem peregrina de São Sebastião, visitou a casa masculina da Comunidade Católica Maranathá, em Padre Miguel, e a casa de recuperação Santa Maria Madalena, da Comunidade Shalom, em Bangu. Em seguida, no mesmo bairro, o arcebispo abençoou os jovens no Educandário Santo Expedito, que faz parte do Departamento Geral de Ações Socioeducativas (Degase), e rezou com os encarcerados no presídio feminino Talavera Bruce e na penitenciária Esmeraldino Bandeira, ambos no Complexo Penitenciário de Gericinó.
Comunidade Católica Maranathá
A Comunidade Católica Maranathá mantém oito casas de recuperação para dependentes químicos com internação totalmente gratuitas no Estado do Rio de Janeiro. Entre elas, está a casa de recuperação de Padre Miguel, onde o arcebispo do Rio esteve esta manhã. No local, Dom Orani fez um momento de oração com os presentes, e pediu a intercessão do santo padroeiro na recuperação dos dependentes químicos.
O comboio da Trezena chegou à casa, em procissão, vindo da Paróquia Maria, Mãe da Igreja e São Judas Tadeu, vizinha ao local. Participaram da cerimônia o pároco, padre Cláudio Manoel Luiz de Santana, o vigário episcopal do Vicariato Oeste, padre Felipe Lima Pires, e alguns paroquianos.
"Desejo que todos que contemplarem essa imagem de São Sebastião possam experimentar, também, a mesma misericórdia, o mesmo amor que impeliu o santo a doar sua vida pela causa do evangelho. Que a visita nesta casa seja um sinal dessa graça", afirmou padre Felipe.
Encontro com encarcerados
Na unidade do Degase e nas prisões do Complexo Penitenciário de Gericinó, Dom Orani conversou com jovens, mulheres e homens privados de liberdade e promoveu momentos de oração com eles. "Neste Ano Santo, uma das obras de misericórdia é visitar os presos. Devemos anunciar a eles que Deus também os ama", enfatizou o arcebispo.
O supervisor da assistência religiosa católica nas unidades do Degase, Elio Luiz Pinto, destacou o trabalho feito pela comissão arquidiocesana de assistência religiosa ao adolescente privado de liberdade. Participam do grupo 60 voluntários que atendem semanalmente os encarcerados em todas as unidades do Degase.
"Nosso trabalho é estar ao lado desses adolescentes privados de liberdade, ouvi-los, e principalmente, mostrar que uma vida diferente é possível", explicou Elio.
Na visita ao presídio feminino Talavera Bruce, Dom Orani presidiu a celebração da palavra na Capela Bom Pastor, que fica na parte interior do lugar. Ali, rezou por todas as detentas e suas famílias, principalmente, pelas gestantes e as que tem filhos pequenos.
"A fé e o estudo não se tiram, mesmo estando no cárcere. Para os detentos que querem se ressocializar, a fé e o estudo são dois caminhos importantes. Por isso, todas as religiões prestam um grande serviço aqui", apontou a inspetora do presídio feminino, Renata Batista.
Casa de recuperação Santa Maria Madalena
Antes de ir ao Complexo Penitenciário de Gericinó, o comboio da Trezena passou pela casa de recuperação Santa Maria Madalena, da Comunidade Shalom. O local serve de triagem para pessoas interessadas de participar dos projetos de tratamento à dependência química promovidos pela comunidade. Ali, Dom Orani rezou com os pacientes e abençoou a casa.
Foto: Juliana Oliveira
15/01/2016 - Atualizado em 15/01/2016 16:21
Prêmio e Auto de São SebastiãoNotícia - Prêmio e Auto de São Sebastião

A edição 2016 do Prêmio São Sebastião de Cultura tem entre seus agraciados o padre Omar Raposo, assessor de produção audiovisual e de eventos de massa do Vicariato Episcopal para a Comunicação Social e Cultura, na categoria “Divulgação da Fé”. A solenidade de premiação ocorrerá no dia 19 de janeiro, às 19h, no Edifício João Paulo II, na Glória.
Concedido pela Associação Cultural da Arquidiocese do Rio de Janeiro, o prêmio foi criado em 1993 pelo então presidente da associação, professor Sérgio Pereira da Silva. Entregue todos os anos por ocasião dos festejos de São Sebastião, o prêmio possui 13 categorias, entre elas, “Ação Cultural”, “Promoção Social” e “Divulgação da Fé”.
Os agraciados são aqueles que na cidade do Rio promoveram a cultura de alguma forma, respeitando os critérios da Igreja e da fé cristã. “O prêmio é uma forma de incentivar a evangelização através da cultura até porque essa é uma das mais belas formas de evangelização”, afirmou o atual presidente da Associação Cultural, Carlos Alberto Serpa.
As indicações para cada categoria são feitas pelos mais de 20 conselheiros 15 dias antes da votação. Recebidas as indicações, a diretoria, após o exame, as submete à reunião plenária para a devida aprovação por maioria absoluta.
Associação Cultural
A Associação Cultural é vinculada à arquidiocese e trabalha em conjunto com o Vicariato Episcopal para a Comunicação Social e Cultura. Promove autos de Natal, peças de teatro, exposições, concertos, entre outras atividades.
“As ações culturais da arquidiocese são administradas por nós. Mantemos uma orquestra e especialistas em determinadas áreas do saber. Isso faz com que consigamos fazer algumas ações culturais importantes”, explicou Serpa.
Auto de São Sebastião
Neste ano, o Auto de São Sebastião acontecerá no interior da Catedral de São Sebastião do Rio de Janeiro, dia 20 de janeiro, após a chegada da procissão. Serpa explicou que por este ser o ano dos Jogos Olímpicos no Rio, a associação buscou ressaltar este aspecto da vida do jovem padroeiro.
“Também faremos referência à Grécia antiga e ressaltaremos a capacidade que o esporte tem de unir povos e fazer com que as pessoas se amem mais, entre outras qualidades positivas”, pontuou ele.
O auto será encenado pelos atores da Companhia de Teatro Julieta de Serpa mesclados com a Companhia de Teatro da Fundação Cesgranrio, da qual Serpa também é presidente.
Agraciados do Prêmio São Sebastião de Cultura 2015
Categoria “Ação Cultural”: Marcelo Calero
Categoria “Promoção Social”: Rio Solidário
Categoria “Artes Plásticas”: Yuli Geszti
Categoria “Divulgação da Fé”: Padre Omar Raposo
Categoria “Guilherme Arinos”: Maria Beltrão
Categoria “Artes Cênicas”: Nathalia Timberg
Categoria “Música”: Gottsha
Categoria “Comunicação Pessoa Física”: Renata Vasconcellos
Categoria “Comunicação Pessoa Jurídica”: “RJ TV” 1ª Edição – “Programão” (apresentado por Fabio Judice)
Categoria “Audiovisual”: Profissão Repórter
Categoria “Esporte”: Adriano de Souza, Mineirinho
“In Memoriam”: Marília Pêra
Categoria “Especial”: Museu do Amanhã
Menção Honrosa
Sebrae RJ – representado por Angela Costa
Natal Solidário – representado por Carmelo Perrone
Foto: Gustavo de Oliveira
15/01/2016 - Atualizado em 15/01/2016 16:44
São Sebastião: exemplo de vivência da Misericórdia de DeusNotícia - São Sebastião: exemplo de vivência da Misericórdia de Deus

A segunda Porta Santa do Ano da Misericórdia a receber a visita da imagem do padroeiro da cidade nesta Trezena de São Sebastião foi o Santuário da Divina Misericórdia, em Vila Valqueire. A imagem peregrina de São Sebastião também passou, na tarde deste 15 de janeiro, nono dia de peregrinação, pela casa de acolhida da Comunidade Católica Maranathá, em Vila Kennedy, que atende mulheres em tratamento da dependência química. Foi também à Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São João, no Morro São Sebastião, em Realengo, e à capela que leva o nome do padroeiro no Conjunto Sociólogo Bentinho, também em Vila Kennedy.
Além do arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta, estiveram presentes na peregrinação durante a tarde o Vigário Episcopal do Vicariato Oeste, padre Felipe Lima, o pároco da Paróquia Cristo Operário e Santo Cura D'Ars, padre Cláudio Aguiar, e o pároco da Paróquia Nossa Senhora da Guia, no Lins de Vasconcelos, padre Jorge Lutz.
Santuário da Divina Misericórdia
No Santuário da Divina Misericórdia, a imagem peregrina foi recebida pelo pároco, padre Jan Sopicki. Houve uma celebração na igreja, que estava lotada.
“Hoje recebemos aqui o testemunho de São Sebastião de como entregar a vida a Jesus Cristo, mostrando a Misericórdia do Pai. Ele, para nós, já é um testemunho de vivência da misericórdia neste Ano Jubilar”, destacou o pároco.
Maranathá
Na casa feminina da Comunidade Maranathá, onde a imagem peregrina foi recebida pelo padre Cláudio Aguiar, Dom Orani realizou uma celebração e falou sobre a Misericórdia de Deus para com aqueles que sofrem.
O vigário episcopal do Vicariato Oeste, padre Felipe, citou o versículo 1 do Salmo 40, que diz: “Esperando esperei no Senhor, e inclinando-se, ouviu meu clamor”: “O tempo internada na comunidade é também um tempo de renúncia, e isso me faz lembrar um Salmo que diz: 'esperando esperei no Senhor'. Essa é uma das redundâncias mais bonitas da Sagrada Escritura! Que o Senhor as ajude durante este tempo de espera”, disse.
O fundador da comunidade Maranathá, José Martins Cipriano, contou que o casal de coordenadores da casa, que não podia ter filhos, graças à Misericórdia de Deus e intercessão de São Sebastião, participou do momento este ano com a filha nos braços, diferentemente do ano passado, quando completavam-se oito anos que estavam tentando ter um bebê.
“É inexplicável a sensação de ter a visita do nosso pastor com a imagem de nosso padroeiro aqui. Além do fato de que essa presença em nossa casa levanta muito a autoestima das meninas! Nesse momento elas se dão conta do quanto são importantes”, afirmou. “É uma honra receber essa visita”, concluiu.
Morro de São Sebastião
Na Paróquia Nossa Senhora de Fátima e São João de Deus, no Morro São Sebastião, a imagem foi recebida pelo pároco, padre Flávio Vital. A forte chuva impossibilitou a ida da comitiva ao morro que leva o nome do padroeiro. Portanto, a celebração foi realizada na matriz da paróquia.
“Ter Dom Orani aqui, com a imagem de São Sebastião, não tem preço! Está sendo um momento lindo!”, afirmou a paroquiana Ana Maria Carvalho da Silva.
Capela São Sebastião
No último local visitado, a Capela São Sebastião, o cardeal celebrou uma missa com o local lotado de fiéis.
Foto: Gustavo de Oliveira
15/01/2016 - Atualizado em 16/01/2016 14:09
Agenda - Trezena de São Sebastião: 10º Dia - Sábado, 16 de janeiro
16/01/2016 - Atualizado em 16/01/2016 14:23
Mensagem do Papa: "solidariedade com os migrantes e refugiados"Notícia - Mensagem do Papa: "solidariedade com os migrantes e refugiados"

Celebra-se domingo, 17 de janeiro, o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, para o qual o Santo Padre escreveu uma Mensagem, intitulada “Os migrantes e os refugiados nos interpelam: a resposta do Evangelho da misericórdia”.
A respeito da primeira parte deste tema “os migrantes e os refugiados nos interpelam”, o Papa recorda a dramática situação de tantos homens e mulheres, obrigados a abandonar as próprias terras e, muitas vezes, arriscam a própria vida, a ponto de morrerem em tragédias como no mar.
Na segunda parte do tema “a resposta do Evangelho da misericórdia”, Francisco deseja relacionar, de modo explícito, o fenômeno da migração com a resposta dada pelo mundo e, em particular, pela Igreja.
Papel da Igreja
Neste contexto, Francisco convida o povo cristão a refletir durante o Jubileu sobre obras de misericórdia corporais e espirituais, entre as quais se encontra a de “acolher os estrangeiros”. A Igreja, como discípula de Jesus, é chamada a “anunciar a liberdade aos prisioneiros das novas escravidões da sociedade moderna” e, ao mesmo tempo, a “aprofundar a relação entre justiça e misericórdia”, duas dimensões de uma única realidade.
Respondendo ao desejo do Pontífice “de que cada Igreja particular seja diretamente envolvida neste Ano Santo”, o Pontifício Conselho da Pastoral para os Migrantes e os Itinerantes oferece algumas indicações: a celebração do Jubileu em nível diocesano e nacional, no âmbito mais próximo possível aos migrantes e refugiados, envolvendo também a comunidade cristã.
Outras indicações: “que o evento jubilar central seja o dia 17 de janeiro de 2016, por ocasião do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado; que as dioceses e comunidades cristãs programem iniciativas, aproveitando a ocasião propícia do Ano Santo da Misericórdia, e encorajem a sensibilização sobre o fenômeno migratório; e, por fim, a importância de dar sinais concretos de solidariedade e atenção aos migrantes e refugiados.
Foto: AFP
16/01/2016 - Atualizado em 16/01/2016 15:29
Em seu 10° dia, Trezena de São Sebastião retorna aos vicariatos Oeste e Santa CruzNotícia - Em seu 10° dia, Trezena de São Sebastião retorna aos vicariatos Oeste e Santa Cruz

Nem mesmo a chuva foi capaz de atrapalhar o 10° dia da trezena que teve início com a celebração na Paróquia São Sebastião, na Vila Militar, onde a imagem foi recebida pelo capelão, padre José Carlos Freitas.
Em seguida, na Paróquia São Sebastião e Santa Cecília, em Bangu, foi realizada a missa Rio Celebra, presidida pelo Cardeal Orani João Tempesta. Durante a homilia, ele ressaltou que da mesma maneira que Jesus olhou para Levi, depois chamado de Mateus, com olhar misericordioso e o chamou, Ele faz com o Seu povo. O cardeal ainda acrescentou que é preciso ter uma maior responsabilidade na escolha dos políticos que governarão o país e o estado, pois eles, além de servir o povo, precisam respeitar os valores cristãos.
"O Evangelho chama a nossa atenção para o que vivemos na trezena. Jesus chama o pecador olhando-o com misericórdia e, como consequência disso, os demais se achegam. Com essa visão, o Papa Francisco deseja que vivamos o ano da graça do Senhor para que Nele experimentemos um amor misericordioso. Somente nós podemos abrir as portas do nosso coração. Não deixemos passar em vão este momento belíssimo. A Primeira Leitura nos faz refletir sobre o aspecto da responsabilidade na escolha dos governantes. Eles devem respeitar os valores cristãos e servir ao povo", destacou.
De acordo com o vigário episcopal do Vicariato Oeste e pároco, padre Felipe Lima, celebrar a preparação para a grande festa de São Sebastião é uma oportunidade de também refletir sobre a vida do Santo Padroeiro e, assim como ele, dar a vida pelo anúncio do Evangelho.
“É uma alegria poder celebrar a preparação da festa de São Sebastião em comunhão com a Arquidiocese. Eu sempre digo que quando celebramos a festa de um padroeiro esse momento se torna para nós uma oportunidade de fazer uma meditação a respeito da vida daquele santo e São Sebastião muito nos inspira na fé, naquilo que de fato tinha como verdade de fé. Um homem que entregou a sua vida em função dessa verdade de fé que trazia em seu coração, logo, também pode nos ensinar muito a sermos mais constantes em nossa vivência de fé a ponto de, também nós, doarmos a nossa vida por aquilo que nós acreditamos”, afirmou.
Na Capela São Sebastião, pertencente à Paróquia Coração Eucarístico, em Santíssimo, o cardeal realizou um momento de partilha com os fiéis e conduziu a celebração da palavra.
A chuva deu uma trégua e a tarde do 10° dia da trezena permaneceu firme, tendo início com a celebração da Palavra na Capela São Sebastião, em Inhoaíba, pertencente à Paróquia Santa Sofia, onde a comunidade paroquial recebeu a imagem peregrina com muita festa e alegria. Houve uma apresentação de dança das crianças, além da tradicional queima de fogos em homenagem ao padroeiro.
A Capela São Sebastião, em Paciência, pertencente à Paróquia Nossa Senhora de Fátima, foi a segunda a receber a visita da imagem peregrina nesta tarde. O pároco, padre Silvio de Barros, falou da surpresa ao confirmar que a comitiva passaria pela comunidade.
“É uma grande alegria acolher a trezena e quando recebemos a confirmação de que a imagem peregrina viria mesmo juntamente com o nosso Cardeal eu disse: “Meu Deus! E agora? Como vai ser?” (Risos). E está sendo uma experiência tremenda e uma oportunidade única de juntar toda a comunidade. Eu cheguei aqui faz um mês e este momento é uma confirmação ao chamado que Deus me fez... É uma felicidade tremenda. Sou devoto de São Sebastião e pra mim ele é um grande guerreiro de Deus, sou apaixonado pela história dele ao observar tudo o que ele viveu e passou por amor a nossa Igreja”, disse emocionado e entusiasmado o sacerdote.
Colaboração: Raphael Freire
Fotos: Gustavo de Oliveira
16/01/2016 - Atualizado em 16/01/2016 16:26
Trezena de São Sebastião: “Jesus não nos deixa de amar”Notícia - Trezena de São Sebastião: “Jesus não nos deixa de amar”

Dando continuidade ao 10° dia da trezena, após passar pela Capela São Sebastião na Vila Geni, em Paciência, a comitiva com o arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta, e a imagem peregrina do Santo Padroeiro seguiu para a Capela São Sebastião e Nossa Senhora das Dores, pertencente à Paróquia Santa Teresinha, em Santa Cruz.
Durante a celebração da Palavra, Dom Orani destacou que cada membro paroquial é chamado a viver a experiência da misericórdia de Deus.
"Nesse Ano Santo, cada membro da paróquia é chamado a viver a experiência da misericórdia de Cristo. Ainda que tenhamos muitos pecados, Jesus não nos deixa de amar. No Evangelho podemos observar o Pai que ama os dois filhos: tanto aquele que vai embora e retorna, quanto o outro que permanece. Cada membro precisa deixar aquela luz divina brilhar no coração, pois todos somos chamados a santidade, a uma total mudança de vida, assim como São Paulo. Por isso, a Igreja deseja que renovemos nossa experiência, pois somente o amor de Deus é capaz de preencher o nosso coração", completou.
Logo depois, foi a vez da Capela São Sebastião, pertencente à Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro e Nossa Senhora das Graças, receber a visita. A imagem peregrina foi conduzida pelo pároco, padre Carlos Alberto Pinto.
A paroquiana Jozélia Lima de Souza participou da celebração na comunidade com o coração grato a Deus pela graça alcançada através da intercessão de São Sebastião.
“É uma bênção receber a Trezena de São Sebastião aqui na capela. Todo ano ele vem nos visitar e nos traz bênçãos, graças e força para continuarmos nossa caminhada de fé porque aqui a comunidade é bem pequena, mas a fé do povo é muito grande. Já consegui graças através da intercessão de São Sebastião e hoje eu agradeço a Deus e a ele... Morava em uma comunidade muito violenta e pedi para que ele me ajudasse a sair de lá e graças a Deus eu consegui”, contou.
Fechando o 10° dia da trezena, Dom Orani presidiu a Santa Missa no Corporate Executive Office, na Barra da Tijuca, onde deu a bênção a cidade do Rio de Janeiro e aos Jogos Olímpicos.
Foto: Gustavo de Oliveira
16/01/2016 - Atualizado em 17/01/2016 15:31
Agenda - Trezena de São Sebastião: 11º Dia - Domingo, 17 de janeiro
17/01/2016 - Atualizado em 17/01/2016 13:24
São Sebastião: testemunha de uma fé profunda e convicta em Jesus CristoNotícia - São Sebastião: testemunha de uma fé profunda e convicta em Jesus Cristo

O 11° dia da Trezena de São Sebastião teve início na manhã deste domingo, 17 de janeiro, com a celebração da santa missa presidida pelo Cardeal Orani João Tempesta e concelebrada pelo monsenhor José Roberto Devellard, realizada no estúdio da TV Brasil.
Na homilia, o cardeal falou sobre a aliança de Deus como o seu povo e da importância de cada fiel viver este novo tempo da Igreja, enchendo as talhas do coração.
"Na Palavra de hoje, nos é apresentada a missão de Jesus. Na Primeira Leitura, o fato de referir-se ao casamento, fala-se sobre a aliança de Deus, d’Aquele que faz uma aliança fiel com um povo infiel. Porém, Jesus veio para fazer uma aliança eterna. Maria diz com muita tranquilidade: 'fazei tudo o que Ele vos disser'. Isso requer de nós apenas uma coisa: encher as talhas e tudo se faz novo. O Jubileu da Misericórdia quer ser esse momento novo para cada um de nós. Chegamos a esse momento de renovação e experiência do amor de Deus", pontuou.
Logo após, a imagem peregrina visitou a Paróquia São Sebastião, em Olaria. Já no portão, à espera do santo mártir, estava a paroquiana Zoraida Conceição Monteiro que, entre lágrimas, agradecia pela graça alcançada.
“Estou muito agradecida, pois consegui uma graça através da intercessão de São Sebastião. Eu consegui comprar o meu imóvel há menos de um mês e serei grata a Deus e a este Santo para o resto da minha vida”, disse Zoraida, emocionada.
O pároco, Padre Ademir Martini, ressaltou a importância da Trezena de São Sebastião para a cidade do Rio e do decenário realizado pela paróquia para os fiéis de Olaria e adjacências.
“A trezena já é uma tradição que Dom Orani criou no Rio de Janeiro e é motivo de grande ânimo para a nossa comunidade, sobretudo, neste momento difícil para a nossa cidade, nosso Estado e para o Brasil. Tenho destacado durante o decenário a importância dessa fé em Jesus Cristo, pois não podemos contar com quase ninguém mais e os fiéis começam a tomar consciência também da importância de se ter uma fé profunda e convicta com a pessoa de Jesus Cristo, único possível de superar tudo, afirmou o sacerdote.
A Paróquia São Sebastião, em Parada de Lucas, comemora 75 anos no dia de hoje e foi o terceiro local a receber a imagem peregrina. Para comemorar, o cardeal conduziu a celebração da Palavra na entrada da paróquia é depois seguiu em procissão até a Praça 12, onde deu a bênção aos enfermos.
Em seguida, a comitiva visitou a Capela Santa Efigênia, no Batuta, localizada na mesma região paroquial. O pároco, Padre Jerônimo Peçanha de Almeida, destacou que a misericórdia de Deus atingiu também a comunidade com a visita da trezena.
“É uma emoção muito grande receber a comitiva da trezena juntamente com o Cardeal, pois são 75 anos de história nesta comunidade. A misericórdia atinge também uma parcela do rebanho da Capela Santa Efigênia e nós nos sentimos também muito felizes de estarmos cooperando com Dom Orani nesta missão, ressaltou Padre Jerônimo.
Colaboração: Raphael Freire
Foto: Gustavo de Oliveira
17/01/2016 - Atualizado em 17/01/2016 17:25
Agenda - Trezena de São Sebastião: 12º Dia - Segunda, 18 de janeiro
18/01/2016 - Atualizado em 18/01/2016 10:50
Papa: corações fechados ao Espírito não chegam à verdade plenaNotícia - Papa: corações fechados ao Espírito não chegam à verdade plena

O Papa Francisco começou a semana celebrando a Missa na Casa Santa Marta.
Em sua homilia, o Pontífice comentou a primeira leitura em que Saul é rejeitado por Deus como rei de Israel porque prefere ouvir o povo a ouvir a vontade do Senhor. O povo, depois de uma vitória em batalha, queria realizar um sacrifício a Deus com as melhores cabeças de gado, porque, afirma o Papa, “sempre se fez assim”. Mas Deus, desta vez, não queria. O profeta Samuel repreende Saul: “'O Senhor quer holocaustos e sacrifícios, ou quer a obediência à sua palavra?”.
O Papa observou que o mesmo nos ensina Jesus no Evangelho: os doutores da lei o repreendem porque os seus discípulos não jejuavam como havia sido feito até então. E Jesus responde com este princípio de vida: “Ninguém põe um remendo de pano novo numa roupa velha; porque o remendo novo repuxa o pano velho e o rasgão fica maior ainda. Ninguém põe vinho novo em odres velhos; porque o vinho novo arrebenta os odres velhos e o vinho e os odres se perdem. Por isso, vinho novo em odres novos'!”.
“Que isso significa? Que a lei muda? Não! Que a lei está a serviço do homem, que por sua vez está a serviço de Deus. Por isso, o homem deve ter o coração aberto. O ‘sempre foi feito assim’ é coração fechado e Jesus nos disse: ‘Eu enviarei o Espírito Santo e Ele os conduzirá até a verdade plena’. Se você tiver o coração fechado à novidade do Espírito, jamais chegará à verdade plena! E a sua vida cristã será uma vida metade e metade, remendada de coisas novas, mas sobre uma estrutura que não está aberta à voz do Senhor. Um coração fechado, porque não é capaz de mudar os odres”.
“Este foi o pecado do Rei Saul, pelo qual foi rejeitado”, explicou o Papa. "É o pecado de muitos cristãos que se prendem àquilo que sempre foi feito e não deixam que os odres mudem. E acabam com uma vida pela metade, remendada, sem sentido”. O pecado “é um coração fechado” que “não escuta a voz do Senhor, que não está aberto à novidade do Senhor, ao Espírito que sempre nos surpreende”. A rebelião, diz Samuel, é “pecado de divinização”, a obstinação é idolatria:
“Os cristãos obstinados no 'sempre foi assim', este é o caminho, esta é a estrada, pecam: pecam por divinização. É como se fossem a uma cartomante. É mais importante o que foi dito e que não muda; aquilo que eu sinto, de mim e do meu coração fechado, do que a Palavra do Senhor. É também pecado de idolatria. E qual é o caminho? Abrir o coração ao Espírito Santo, discernir qual é a vontade de Deus.”
“Era costume no tempo de Jesus, disse ainda o Papa, que os israelitas bons jejuassem. Mas há outra realidade: Existe o Espírito Santo que nos conduz à verdade plena. Por isso, Ele precisa de corações abertos, de corações que não sejam obstinados no pecado de idolatria de si mesmos, porque é mais importante o que eu penso do que a surpresa do Espírito Santo”:
“Esta é a mensagem que hoje a Igreja nos dá. Isto é o que Jesus diz muito forte: “Vinho novo em odres novos”. Diante da novidade do Espírito e das surpresas de Deus, os hábitos devem se renovar. Que o Senhor nos dê a graça de um coração aberto, de um coração aberto à voz do Espírito, que saiba discernir o que não deve mais mudar, porque é fundamento, do que deve mudar para poder receber a novidade do Espírito Santo.”
Foto: Observatório Romano
18/01/2016 - Atualizado em 18/01/2016 11:29
Papa na Sinagoga: todos pertencemos a uma única família, a família de DeusNotícia - Papa na Sinagoga: todos pertencemos a uma única família, a família de Deus

Francisco tornou-se, na tarde de domingo, 17 de janeiro, o terceiro Pontífice a visitar a Sinagoga de Roma. Durante a visita ao Templo Maior, o Papa recordou a expressão cunhada por São João Paulo II que, em 1986, disse que os judeus são os "irmãos mais velhos" dos cristãos. Francisco incentivou todos os empenhados na construção do diálogo judaico-cristão a seguirem perseverantes e recordou os judeus romanos perseguidos deportados durante a invasão nazista.
Assista à íntegra do discurso do Papa
Abaixo, publicamos a íntegra do discurso de Francisco
"Caros irmãos e irmãs,
Sinto-me feliz por estar aqui, entre vocês, nesta Sinagoga. Agradeço pelas palavras cordiais do Dr. Di Segni, a senhora Durighello e o Dr. Gattegna. Agradeço a todos vocês pela calorosa recepção. Tada rabbá! Obrigado!
Na minha primeira visita a esta Sinagoga, como Bispo de Roma, desejo expressa-lhes, como também a todas as Comunidades judaicas, a saudação fraterna de paz desta e de toda a Igreja católica.
As nossas relações me interessam muito. Em Buenos Aires, eu já estava acostumado a ir às sinagogas para encontrar as comunidades lá reunidas; seguir de perto as festividades e comemorações judaicas; dar graças ao Senhor, que nos dá a vida e nos acompanha no caminho da história.
Ao longo do tempo, criou-se uma união espiritual que favoreceu o nascimento de autênticas relações de amizade, que inspirou um empenho comum. No diálogo inter-religioso é fundamental encontrar-nos, como irmãos e irmãs, diante do nosso Criador e a Ele prestar louvor; respeitar-nos e apreciar-nos mutuamente e colaborar.
No diálogo judeu-cristão há uma ligação única e peculiar em virtude das raízes judaicas do cristianismo: judeus e cristãos devem, portanto, sentir-se irmãos, unidos pelo próprio Deus e por um rico patrimônio espiritual comum (cf. Declaração Nostra aetate, 4) no qual basear-nos e continuar a construir o futuro.
Ao visitar esta Sinagoga, prossigo nas pegadas dos meus Predecessores. O Papa João Paulo II esteve aqui há trinta anos, em 13 de abril de 198; Papa Bento XVI esteve entre vocês há seis anos, agora estou aqui.
Naquela ocasião, João Paulo II cunhou a bela expressão “irmãos mais velhos”! De fato, vocês são os nossos irmãos e as nossas irmãs mais velhos na fé.Todos nós pertencemos a uma única família, a família de Deus; juntos, Ele nos acompanha e nos protege como seu Povo; juntos, como judeus e como católicos, somos chamados a assumir as nossas responsabilidades por esta cidade, dando a nossa contribuição, também espiritual, e favorecendo a resolução dos diversos problemas atuais.
Espero que aumentem, sempre mais, a proximidade espiritual e o conhecimento e estima recíprocos entre as nossas duas comunidades de fé. Por isso, é significativa a minha vinda entre vocês, precisamente hoje, 17 de janeiro, quando a Conferência Episcopal italiana celebra o “Dia do diálogo entre Católicos e Judeus”.
Comemoramos, há pouco, o 50° aniversário da Declaração Nostra aetate do Concílio Vaticano II, que tornou possível o diálogo sistemático entre a Igreja católica e o Judaísmo.
No passado dia 28 de outubro, na Praça São Pedro, pude saudar também um grande número de representantes judaicos, aos quais me expressei assim: “A verdadeira e própria transformação da relação entre Cristãos e Judeus, durante estes 50 anos, merece uma gratidão especial a Deus. A indiferença e a oposição se converteram em colaboração e em benevolência. De inimigos e estranhos, tornamo-nos amigos e irmãos”.
O Concílio, com a Declaração Nostra aetate, traçou o caminho: “sim” à descoberta das raízes judaicas do cristianismo; “não” a toda forma de antissemitismo e condenação de toda injúria, discriminação e perseguição, que disso derivam”.
Nostra aetate definiu, teologicamente, pela primeira vez e de maneira explícita, as relações da Igreja católica com o Judaísmo. Ela, naturalmente, não resolveu todas as questões teológicas que nos dizem respeito, mas fez uma referência, de modo encorajador, fornecendo um estímulo importantíssimo para ulteriores e necessárias reflexões.
A propósito, em 10 de dezembro de 2015, a Comissão para as Relações religiosas com o Judaísmo publicou um novo documento que aborda as questões teológicas, emergidas nos últimos decênios, após a DeclaraçãoNostra aetate (n. 4).
Com efeito, a dimensão teológica do diálogo judaico-católico merece ser sempre mais aprofundada. Por isso, encorajo todos aqueles que estão comprometidos com este diálogo a continuar neste caminho, com discernimento e perseverança.
Precisamente de um ponto de vista teológico, aparece claramente a indivisível ligação que une Cristãos e Judeus. Para compreender-se, os cristãos não podem não fazer referência às raízes judaicas; a Igreja, mesmo professando a salvação, mediante a fé em Cristo, reconhece a irrevocabilidade da Antiga Aliança e o amor constante e fiel de Deus por Israel.
Por mais importante que sejam as questões teológicas, não devemos perder de vista as situações difíceis, com as quais o mundo de hoje se defronta. Os conflitos, as guerras, as violências e as injustiças causam ferimentos profundos na humanidade e nos impelem a comprometer-nos pela paz e a justiça. A violência do homem contra o homem está em absoluta contradição com qualquer religião, digna deste nome e, em particular, com as três grandes Religiões monoteístas.
A vida é sagrada, como dom de Deus. O quinto mandamento do Decálogo, diz: “Não matar” (Ex 20,13). Deus, que é Deus da vida, quer sempre promovê-la e salvaguardá-la. E nós, criados à sua imagem e semelhança, devemos fazer o mesmo. Todo ser humano, como criatura de Deus, é irmão, independentemente da sua origem ou da sua pertença religiosa.
Toda pessoa deve ser vista com benevolência, como faz Deus, que estende a sua mão misericordiosa a todos, independentemente da sua fé e da sua proveniência; Ele dispensa atenção particular aos que mais precisam dele: os pobres, os enfermos, os marginalizados, os indefesos.
Lá, aonde a vida corre perigo, somos chamados, ainda mais, a promovê-la e salvaguardá-la. Quanto mais nos sentirmos ameaçados, tanto mais deveríamos confiar em Deus, que é a nossa defesa e o nosso refúgio (cf. Sal 3,4; 32,7), procurando fazer resplandecer em nós o seu rosto de paz e de esperança, sem jamais ceder ao ódio e à vingança. A violência e a morte jamais terão a última palavra diante de Deus, que é Deus do amor e da vida!
Devemos invocá-Lo com insistência, para que nos ajude a praticar - na Europa, na Terra Santa, no Oriente Médio, na África e em qualquer outra parte do mundo, - não a lógica da guerra, da violência, da morte, mas a da paz, da reconciliação, do perdão, da vida.
O povo judaico, na sua história, teve que padecer violências e perseguições, até ao extermínio dos judeus europeus, durante a Shoah. Seis milhões de pessoas, apenas por pertencerem ao povo judaico, foram vítimas da barbárie mais desumana perpetrada em nome de uma ideologia, que queria substituir Deus com o homem. Em 16 de outubro de 1943, mais de 1 mil homens, mulheres e crianças da comunidade judaica de Roma, foram deportados para Auschwitz.
Hoje, quero recordá-los de modo particular: seus sofrimentos, suas angústias, suas lágrimas nunca devem ser esquecidas. O passado deve servir de lição par o presente e o futuro. A Shoah ensina-nos que é preciso sempre máxima vigilância, para poder intervir, tempestivamente, em defesa da dignidade humana e da paz. Queria expressar a minha solidariedade a cada testemunha da Shoah que ainda vive; saúdo, de modo particular, aqueles que hoje estão presentes aqui.
Queridos irmãos mais velhos, devemos realmente ser gratos por tudo o que foi possível realizar nos últimos cinquenta anos, porque aumentaram e aprofundaram a compreensão recíproca e a mútua confiança e amizade.
Peçamos juntos ao Senhor, a fim de que conduza o nosso caminho rumo a um futuro bom e melhor. Deus tem para nós projetos de salvação, como diz o profeta Jeremias: “Conheço meus projetos sobre vocês – oráculo do Senhor -: são projetos de felicidade e não de sofrimento, para dar-lhes um futuro e uma esperança” (Jer 29,11).
Que o Senhor nos abençoe e nos guarde. Faça resplandecer sobre nós a sua face e nos dê a sua graça. Que o Senhor volva o seu rosto para nós e nos dê a paz (Num 6,24-26).
Shalom alechem!"
Foto: Reuters
18/01/2016 - Atualizado em 18/01/2016 12:14