
A Câmara Municipal de Niterói realizou uma sessão solene, em memória dos judeus mortos durante o holocausto nazista no dia 18 de abril. O evento aconteceu pelo décimo ano consecutivo, e foi organizado por entidades judaicas, que relembraram os horrores da guerra e a morte de seis milhões de pessoas, a maioria judeus, nos campos de concentração alemães.
Na sessão estavam presentes o Arcebispo de Niterói, Dom José Francisco, o Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, membros da Hebraica de Niterói, do Memorial Judaico de Vassouras, do Conselho Deliberativo da Federação Israelita do Rio, do Centro Cultural Mordechai Anilevitch, da Associação David Frischman, do Centro Israelita de Niterói e demais entidades ligadas à causa dos judeus.
Também estavam presentes o rabino Eliezer Stauber; o sobrevivente do Gueto de Varsóvia, Fredy Glatt, que preside a Associação dos Sobreviventes do Holocausto; da presidente da ADAF, Rolande Fichberg; e o presidente da Federação Israelita do Rio de Janeiro, Paulo Malts.
“O triste é saber que, tantos anos depois, a mentalidade de muitos não mudou. O Brasil tem trilhado caminhos de intolerância étnica, política e religiosa. O que marca esse evento não é a alegria, mas o ensinamento, a reflexão. O holocausto serve para refletir sobre a que ponto chega a maldade humana. É preciso entendimento para conviver. Está de parabéns a Câmara de Vereadores de Niterói por tornar lei a lembrança de um fato histórico como esse”, disse o Cardeal Orani João Tempesta, ao participar da sessão solene sobre o holocausto judeu durante a Segunda Guerra Mundial.
A sessão é um projeto de lei dos vereadores José Vicente Filho (PRB) e do presidente Paulo Bagueira (SDD) determinando, respectivamente, a realização de sessão solene anual em memória das vítimas do holocausto e incluindo na grade curricular da Rede Municipal de Educação estudos sobre o massacre praticado pelos alemães. Este ano foi presidida pelo vereador Bruno Lessa (PSDB).
O Arcebispo de Niterói, Dom José Francisco Rezende Dias, lembrou que o “holocausto envergonha a espécie humana e enverga a espinha do homem. A história pode ser mal contada, mas não mente”, disse.
Ao final da sessão foi aberta no hall de entrada da Câmara uma exposição de fotos sobre a vida do sobrevivente dos campos de concentração Alekssander Laks. A mostra de fotos intitulada “Uma história para não ser esquecida” é aberta ao público gratuitamente e pode ser vista até 29 de abril, de 11 às 17 horas.
Foto: Sérgio Gomes
20/04/2016 - Atualizado em 20/04/2016 15:26