O arcebispo do Rio, Cardeal Orani João Tempesta, reuniu-se, no dia 6 de junho, com o procurador-geral de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Gussem, para debater temas como políticas públicas para prevenir atos infracionais cometidos por crianças e adolescentes, Central de Regulação de Vagas, violação de direitos humanos, desoneração do Estado, entre outros.
Também estiveram presentes o bispo auxiliar Dom Joel Portella, o vigário episcopal para Caridade Social, cônego Manuel de Oliveira Manangão, a chefe do Departamento Jurídico da arquidiocese, Claudine Dutra, e o advogado Washington de Oliveira.
Representando o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) estiveram a assessora de Direitos Humanos e Minorias, promotora de Justiça Eliane de Lima Pereira, a coordenadora do Centro de Apoio Operacional (CAO) das Promotorias de Justiça Criminais, promotora de Justiça Somaine Patrícia Cerruti Lisboa, e a subcoordenadora do CAO Infância e Juventude, promotora de Justiça Luciana Benisti.
Dom Orani ressaltou experiências da arquidiocese no trabalho social com jovens, na ressocialização e na prevenção. “Queremos buscar formas de trabalhar juntos para solucionar as questões que afetam a paz em nossa cidade. Foi disponibilizada pelo Ministério Público toda uma plataforma de informações que pode nos ajudar a entender melhor essas questões. E ficou marcada uma reunião na sede do Ministério Público com alguns grupos da arquidiocese ligados aos menores e privados de liberdade para que estes exponham seus projetos de forma que tenhamos uma visão de como é possível colaborar para a melhoria dessas questões”, pontuou o cardeal.
Parcerias
Dom Orani falou ainda sobre as diversas formas em que a arquidiocese atua nas questões conflitantes da sociedade carioca. As EsPeRe, Escolas de Perdão e Reconciliação, que apoiam na mediação de conflitos judiciais em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado, foram citadas pelo cardeal como uma dessas ações.
O procurador-geral, Eduardo, explicou que a atuação do MP é multidisciplinar e que permeia áreas sensíveis da sociedade. Ele destacou ainda a atuação preventiva da instituição por meio de mapeamento de dados, palestras, capacitação de gestores públicos e criação de cartilhas. “O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro está se estruturando para melhor servir à sociedade, de forma franca, aberta e acolhedora”, afirmou.
Para Dom Orani, a reunião foi “um momento muito importante de conversa, partilha e parcerias que devem continuar e gerar outras pelo bem do nosso povo”.
Trabalho em rede
Segundo o cônego Manangão, é imprescindível o trabalho em rede no combate às mazelas sociais enfrentadas no Rio de Janeiro. “O país está em crise, assim como o estado. Não há muitos recursos para grandes projetos. Portanto, temos que pensar em alguma maneira de continuar atuando na direção da recuperação dos menores que acabam indo pelo caminho da infração”, pontuou o sacerdote.
Segundo ele, a Pastoral do Menor, uma das que compõem o Vicariato para a Caridade Social, atua preventivamente com projetos que ocupem o tempo ocioso de jovens carentes com cultura, educação e esportes.
Para o sacerdote, o fato de a Igreja estar presente junto às pessoas privadas de liberdade, especialmente os jovens, é uma forma de resgatá-los, mostrando a eles que não são excluídos da sociedade, e muito menos da presença de Deus. “Um padre falar sobre a importância da assistência religiosa para essas pessoas, seria como ‘chover no molhado’. A beleza dessas ações se mostra quando ouvimos as pessoas que atuam de fora dizerem que é uma presença necessária, porque ajuda a fortalecer os laços entre essas pessoas e faz com que não se sintam completamente abandonadas”, pontuou.
Foto: Renato Leonardo / MPRJ
08/06/2017 - Atualizado em 08/06/2017 10:17